DISPONÍVEIS ALGUNS CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO.
A faculdade se transformou em um campo de concentração para virgens, no caso, para a virgem aqui, euzinha. Observo os vinte e três nomes da minha lista, e estou tão determinada, que até decorei quem são os candidatos. Na segunda, dispenso dois da lista. Leonard, o capitão do time de Lacrosse, após conversar dois minutos com a ex-namorada dele e descobrir que ele tem manias estranhas enquanto faz sexo. E Andy, um amigo de longa data superdivertido que sempre teve uma queda por mim. O dispensei porque finalmente ele está começando a me deixar de lado e se interessar por outra pessoa, não vou atrapalhar seu processo.
Agora com vinte e um nomes na lista, tenho uma amiga com um sorriso debochado no rosto e certa preocupação no olhar. Joy me observa riscar dois nomes da minha lista de bolso e apoia o queixo nas mãos, deixando seu suco de lado para ralhar comigo.
— Vou te contar uma história — diz.
— Não quero ouvir! — tento impedi-la, mas é tarde demais, ela já começou.
— Era uma vez uma princesa solitária que vivia sozinha em um belíssimo castelo. Ela era a princesa do reino de Virgemlândia, e a única mulher pura e intocável do reino. Por isso, o rei, seu pai, a trancou em uma torre e a encheu de obstáculos, pois apenas o homem que a merecesse conseguiria chegar até ela.
— Acho que você está copiando isso de algum outro conto — comento, mas ela me ignora.
— A princesa, vamos chamá-la de Kenzie. — Reviro os olhos e ela continua. Pelo menos dessa vez não parece que vai ser algo que vai acabar com meu espírito no final. — A princesa Kenzie passava seus dias na janela esperando ansiosa que algum cavalheiro passasse pelos obstáculos e a alcançasse. Todos os dias, vários cavalheiros do reino e de reinos vizinhos tentavam escalar a torre e chegar até a princesa, mas todos fracassavam.
— Isso vai demorar muito?
— Nunca apresse uma contadora de histórias. Continuando, até que um dia, cansado de esperar que a filha desencalhasse, o rei organizou uma competição. Vinte e três cavalheiros passariam juntos pelos obstáculos, até que um chegasse até a princesa. O rei achava que de vinte e três, ao menos um a alcançaria, ainda que pelo espírito competitivo dos homens. Eis que a princesa se pendurou em sua janela e observou os vinte e três homens sabendo que um deles iria deflorá-la.
— Que horror, Joy!
— Silêncio!
Duas alunas que estavam em uma mesa ao lado aproximaram suas cadeiras para ouvir o final da história, e comecei a temer o momento em que ela acabaria com meu espírito esmagado na frente de testemunhas, as histórias da Joy nunca tem um sentido diferente de destruir alguém.
— O primeiro competidor caiu no primeiro obstáculo, pois não tinha as manias que a princesa esperava que seu futuro deflorador tivesse. O segundo, a própria princesa dispensou, pois o viu olhando para uma camponesa lá embaixo, e achou que ele deveria ficar com ela. O terceiro escorregou, pois tinha um pé grande demais e a princesa não permitiu que ele voltasse a competir. O quarto, não enxergava bem e mirou na direção errada, indo para o outro lado da torre, a princesa não deixou que avisassem a ele que estava no caminho errado. Um a um os homens iam caindo, por pequenos erros, pequenos defeitos, pequenos motivos.
Ela cala a boca e volta a tomar seu suco. Agora há mais cinco pessoas à nossa volta ouvindo sua historinha ridícula e eu sei que deveria aproveitar a oportunidade de me mandar, mas abro a boca assim mesmo.
— E o que acontece depois?
— Sobrou apenas um competidor. Bonito, forte, corajoso, com todas as qualidades que a princesa procurava em um deflorador. Ele então chegou até a princesa na janela. Houve festa no reino, enquanto a princesa conhecia seu tão sonhado primeiro. Os dois conversaram amenidades brevemente e logo estavam despindo as roupas para que o cavalheiro pudesse receber seu prêmio e a pobre princesa virgem pudesse deixar esse título que tanto a incomodava. Mas aí, quando a princesa tirou toda sua roupa, ansiosa pelo toque de seu vencedor, eis que o cavalheiro olhou para ela em toda sua beleza e saiu correndo. Ele gritou desesperadamente que não podia fazer aquilo e pulou pela janela, deixando a princesa largada às traças para todo sempre.
As pessoas olham para Joy constatando que sua história terminou tão ruim quanto começou, ninguém entende nada, mas eu entendi. Lanço a ela meu olhar magoado e ela fica rindo enquanto termina o suco e as pessoas começam a se dispersar.
— Todo esse show para me lembrar como vai acabar minhas vinte e uma tentativas restantes — acuso.
— Toda essa história incrivelmente criada em cima da hora para te dizer que você devia parar de show! Você quer fazer isso? Ótimo! Vá e faça! Não transforme em um evento. Ficar riscando candidatos da sua lista de ouro como se houvesse alguém perfeito para fazer isso é besteira. Você não está procurando um marido aqui, Mackie, é só uma noite de sexo. Se você está ciente que é só sexo que vai ter com essa pessoa, deixa rolar. Deixa ser natural. Converse com eles, chame alguém para sair com você, não para comer você, e vai acontecer sem que você tenha que planejar. Ele não tem que ser perfeito.
— Você foi menos cruel do que geralmente é — observo.
— Hoje estou inspirada na bondade.
— Tudo bem, você está certa, não é grande coisa.
Jogo a lista de bolso no lixo e trato de apagá-la também da minha mente.
— Só preciso encontrar alguém legal, que me atraia e sair com essa pessoa para um encontro normal, sem segundas intenções. Tudo bem, de quem eu gosto?
Observo à minha volta e percebo que gosto de caras demais! Gosto do Ben porque é um doce, do Archie porque sempre me faz rir durante as aulas, do Rowan porque é bonito. Isso ainda vai demorar uma eternidade. É aí que a equipe de natação deixa o ginásio ao lado do pátio onde Joy e eu estamos, e minha decisão é rapidamente tomada.
Minha boca deve estar escancarada porque estou sentindo a baba escorrer por meu queixo. Os rapazes da natação saem um a um, desfilando seus corpos molhados para todos os gostos. Tem altos, baixos, magros, musculosos, definidos, fofinhos, morenos, brancos, dourados. Meus olhos caem para as sungas vermelhas e minha respiração acelera.
— Por que eu excluí a equipe de natação da minha lista? — pergunto a Joy.
— Porque você não tem contato com nenhum dos meninos da natação.
— Mas estou ansiosa para ter.
Ela franze o cenho e olha para trás e então sua boca está escancarada.
— Travis — comento.
— Ele é tão... — as palavras de Joy parecem fugir.
— Grande!
— Muito grande!
Ele se aproxima e não conseguimos agir como pessoas normais.
— Meninas — nos cumprimenta e nós duas fechamos a boca.
— Mackie, se você não vai chamá-lo para sair, me avise — Joy tenta me passar a perna.
— Eu vou, você não tinha saído com o Parker?
— Não rolou nada. O imbecil bebeu demais e desmaiou na cama. Eu disse, você me amaldiçoou com esse clube. Vá, chame o cara para sair e acabe logo com isso.
Levanto-me e sigo os meninos até o vestiário. O vestiário do ginásio está em reforma e por isso eles estão usando o das quadras. Antes que ele entre, chamo seu nome e ele volta para trás, vindo até mim.
— Oi, Travis.
— Oi, você é Mackenzie, certo?
Assinto e ele se recosta na parede cruzando os braços, faço o possível para não olhar para baixo, isso seria no mínimo constrangedor.
— Então, Travis, abriu um pub novo há algumas quadras daqui e eu não tenho idade para beber, então estava pensando se você não poderia ser o cara legal que vai me levar até lá e pegar as bebidas para mim.
Ele parece pensar, como que repassando sua agenda mentalmente, mas finalmente sorri.
— Não posso hoje, gata, mas posso amanhã, pode ser?
— Claro! Nos vemos amanhã, então.
— Então até amanhã, Mackenzie — seus olhos passeiam preguiçosamente pelo meu corpo e ele entra no vestiário sorrindo.
Isso foi mais fácil do que eu havia imaginado.
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DEGUSTAÇÃO - Doutor Gyn
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