Capítulo 6 - Serenata do horror.

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Letícia

Luana já recebeu alta e está em casa.

Alguém bateu na porta.

-Luana, pode atender, por favor? - minha mãe perguntou.

-Claro - ela respondeu e abriu a porta - Victor? Vem aqui, seu miserável! - ela o puxou pelos cabelos porta a fora.

Fui correndo espiar na janela. Minha mãe também foi.

-Filha, espiar os outros é falta de educação!

-Sinto lhe dizer, mas você está fazendo a mesma coisa - falei e ela riu.

Pela janela, dava para ter a visão perfeita da Luana fazendo um escândalo no meio da rua.

-Você não passa de um moleque sem vergonha! Você sabe quanta humilhação eu passei naquele restaurante?!? Você ainda mentiu para mim com aquele cordão falso! Não quero mais nada com você se for para passar por isso de novo! Parei no hospital por sua causa!

-Não! Por favor! Me dá só mais uma chance! Prometo que nada disso vai acontecer de novo!

-SOME DA MINHA FRENTE OU TE MATO NESSA CALÇADA, SEU CRETINO! - berrou e bateu a porta na cara dele.

-Por favor, Luana! Me dá uma chance! - gritou no outro lado da porta.

Uma hora depois, finalmente Victor tinha parado de gritar implorando perdão e ido embora.

*

Passou-se uma semana e Victor mandava flores e caixas de bombons diariamente. A casa parecia uma funerária.

Fiquei com medo de comer os chocolates. Vai que Victor jogou uma macumba no bombom para Luana se apaixonar por ele de novo?

De noite, ouvimos um barulho. Fomos as três até a janela para ver o que era. Quando vimos Victor na calçada tocando violão muito mal, fazendo uma serenata de amor para Luana.

Pelo visto a macumba tinha dado certo, só faltava a Luana derreter do meu lado.

Ela saiu de casa correndo na direção do Victor e lhe tascou um beijo. Que decepção! Que nojo!

No dia seguinte a Natalia não tinha ido para a escola, de novo.

-Nossa! Que estranho... A Nat nunca faltou e agora ela tem faltado tantas vezes - comentei.

-Verdade - Lucas concordou - Pode ter acontecido alguma coisa.

-É, talvez...

Na hora de ir embora, a coordenadora pediu que eu levasse uma pilha de livros para a sala dos professores. No meio do caminho, o Lucas passou por mim e sem querer esbarrei nele, fazendo com que todos os livros caíssem no chão.

-Desculpa, Lucas - ele pegou dois livros e me entregou. Mas ele ficou por dois segundos me olhando, sorrindo. Como se ele tivesse desligado, depois ele voltou ao normal e pegou os outros livros e me ajudou a levar.

-Tudo bem - respondeu - Para onde tem que levar esses livros?

-Para a sala dos professores.

-Ok - ele pegou a metade da pilha de livros e seguimos pelo corredor - Você vai na minha casa amanhã fazer o trabalho?

-Sim. Vou perguntar para a Nat se ela vai também.

-Se ela não for, podemos começar sem ela e depois ela compensa fazendo outra coisa.

-Tá. Quando chegar em casa ligo para ela.

*
-Oi... - ela sussurrou.

-Natalia? Está tudo bem?

Eu Só Queria um Conto de Fadas [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora