Behind Blue Eyes || Beauany

0.1

Any Gabrielly
Upper East Side - Manhattan, Nova York.
31 de agosto de 2019.

Desde que criança o meu maior sonho era morar em Nova York, a cidade que nunca dorme. As luzes, o glamur, tudo me encantava pelas telas dos filmes e fotos em revistas. Agora, depois de tanta luta e sendo uma jovem de vinte e dois anos desempregada, o sonho não era mais tão perfeito assim.
Me formei com muito esforço e suor, sendo a única estrangeira da minha turma e sofrendo uma descriminação que eu achava não existir mais, estava completamente errada. Jurava que depois que estivesse com meu diploma de enfermagem em mãos tudo seria mais fácil... mais uma vez, errada.

A minha sorte foi ter feito amizade com uma japonesa da turma de artes visuais, pra lá de extrovertida e sorriso fácil. Hina foi como um anjo!
O semestre já ia acabar e com ele, a minha estadia nos dormitórios da faculdade. Hina vendo meu desespero não pensou duas vezes em me acolher no seu apartamento, antes mesmo do ano acabar.
Hina ainda continuava na faculdade, já que seu curso era mais extenso e ela tinha entrado um ano depois de mim.
Apesar da mesma sempre repetir que eu poderia morar com ela até eu ficar velha caduca, eu me sentia extremamente desconfortável, sendo uma desempregada e não pagando nenhuma conta. A japonesa dizia que não tinha problema nenhum, já que ela mesma não pagava nenhuma conta (o apartamento foi presente dos seus pais, e os mesmos arcavam com todas as dispesas. Eu já disse que minha melhor amiga era uma burguesa?). Mas, eu não deixava de me sentir deslocada.

Ainda não deixando o tópico Hina de lado, a mesma me disse que havia me conseguindo uma entrevista de emprego assim que acordei, já logo enfiando na minha cara uma roupa e sapatos casuais.

"Ela é da minha turma e precisa de alguém pra cuidar de algum parente, eu acho, alguma coisa assim..."

Não tive nem tempo de protestar, já que Hina jogou na minha cara 500 argumentos pra eu agarrar essa oportunidade com toda minha vida.
Por isso estou aqui, sentada em uma cafeteira em que uma água custaria provavelmente, o meu fígado, com a minha melhor roupa e repassando as falas na minha cabeça milhares de vezes. Eu preciso desse emprego, custe o que custar.

Eu observava o movimeto da cafeteria, em busca de alguém que se encaixasse na descrição que Hina me deu. Até que uma loira entra no local, com um celular em mãos e buscando alguém. Eu.

- Olá, você deve ser a Any. - Ela diz com um sorriso simpático. - Eu sou a Sina.

- Muito prazer! - Nos comprimentamos com um aperto de mãos e ela logo se sentou em minha frente.

Sina era jovem, aparentava ter a mesma idade que eu, mas as linhas expressivas do seu rosto denunciavam cansaso. Ela também tinha olheiras, como se não dormisse a dias.

- Então, vamos logo para o que interessa. - Sina suspirou antes de começar a falar. - Meu primo, Josh, sofreu um acidente de carro à cinco meses atrás. Fez com que ele ficasse... debilitado. Ele perdeu a sensibilidade de algumas partes do corpo, mas isso está sendo resolvido com fisioterapia. Mas como nem tudo é fácil, ele também perdeu a visão, só que provavelmente pra sempre.

- Oh, eu sinto muito. - Okay, eu não estava preparada para isso.
Hina havia me dado quase nenhuma informação, então eu não esperava que o caso fosse tão grave assim. Eu havia feito enfermagem, mas ainda sim, me sentia totalmente despreparada pro cargo.

- Eu preciso muito de ajuda! Absolutamente todos vivaram as costas para Josh depois do acidente... E Hina me disse que você é enfermeira, o que ajudaria muito... - Sina atropelava as palavras e gesticula com as mãos, ela parecia realmete desesperada.

Eu também estava, e isso não era nenhum segredo. Precisava de um emprego para finalmete ter minha independência, e parar de me sentir como um total fracasso.
Encarei aquela garota na minha frente, seus olhos claros estavam tremendo e eu senti meu coração se apertar, parecia que a qualquer momento ela ia levantar e gritar por ajuda.

- Dinheiro não é nenhum problema...

- Eu topo!

Sina sorriu e suspirou aliviada, pude jurar que ela iria chorar ali mesmo, mas apenas me abraçou forte. Fiquei sem reação, mas retribui o gesto.

- Obrigada, muito obrigada! - Sina sussurou ainda me abraçando. Apenas sorri fraco e assenti.

Deus, eu espero que tudo de certo... Preciso que de certo!

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Então, eu fiquei curiosa pra saber: vcs já conheciam a história pela au? Ou são leitores novos?

Eu gosto de ler os comentários de vcs ♡