Joshua Beauchamp
Upper East Side - Manhattan, Nova York.
18 de setembro.Hoje era a segunda vez que Sina nem saía da cama. Ela faltou a faculdade ontem, e saiu do quarto apenas para comer porque Any havia insistido. Hoje não foi diferente.
- Você sabe se aconteceu alguma coisa? - Any perguntou quando Sina não desceu para o café da manhã.
- Eu sei tanto quanto você...
Com o passar dos meses minha prima se tornou uma estranha. Nascemos em países diferentes, mas crescemos juntos quando nossos pais se mudaram. Eramos como irmãos, melhores amigos, confidentes em todos os momentos. Ela era a pessoa que eu ligaria caso assaltasse um banco e precisasse de alguém para digiri o carro.
E agora, mesmo morando na mesma casa, ela é só uma pessoa que eu costumava conhecer.Por recomendação médica eu estava começando a deixar a cadeira de lado e usando a bengada, era um pouco difícil de me acostumar, mas estar de pé novamente era ótimo. Ainda sentia que meus ossos eram feitos de gelatina e que poderia ir de cara no chão a qualquer momento, mas Any estava sempre do meu lado para evitar que eu quebrasse algum dente.
- Ainda é estranho ver você maior que eu. - Any debochou ao meu lado, estávamos andando pela casa, de acordo com ela eu preciso me familiarizar com o território. Ela era meio fora da casinha assim mesmo...
- Nunca parei para perguntar sua altura... isso faz com que eu te imagine como uma jogadora de basquete. - Ela riu alto.
- Sou mais baixa que isso. - Any colou seu corpo no meu, fazendo com que nossos braços se encontrassem. Pela minha percepção, ela batia um pouco acima do meu ombro.
- Você acabou com toda a imagem que eu tinha de você.
Ela riu mais uma vez. Eu já tinha me acostumado com isso, o som da sua risada era mais familiar do que a minha própria. Mas ela logo se calou e suspirou.
- Você deveria ir lá em cima, ver como ela está.
- Por que eu?
- Porque você é o primo dela, ué.- Ela disse como se fosse óbvio. Mais uma vez eu tinha que me render, ela estava certa.
- Tá mas eu nem sei andar direito, e tem uma escada enorme pelo o que eu me lembro, já que a Cinderela não saí da torre.
- Quem não saia da torre era a Rapunzel, seu bobão. Agora para de birra, ela ainda é a sua prima, e alguma coisa aconteceu...
Eu suspirei e fechei os olhos por alguns segundos.
Odiava muito quando Any tinha razão.- Você pode me ajudar com a escada? - Any segurou meu braço com delicadeza, mostrando que concordou.
Cada degrau era uma batalha, meus joelhos protestavam já que ficaram um bom tempo sem serem usados. Quando finalmente chegamos ao topo, eu estava até ofegante e meu corpo inteiro doía. Meu deus, eu nunca mais vou subir isso na minha vida!
Any guiou até o quarto de Sina, e eu rastejei meu esqueleto quase morto até lá.
Me lembrava que aquele era meu antigo quarto...- Se precisar de algo é só gritar. - Ela deixou um aperto em meu ombro e depois desceu as escadas.
Bati na porta e não escutei nada. Bati mais uma vez.
- Não estou com fome. - A voz de Sina estava abafada.
- Sou eu, Josh! E se você não abrir logo eu vou acabar caindo de cara do chão, é sério!- Chantagem emocional é sempre uma ótima opção.
- Está destrancada...
Eu abri a porta e usei a bengala para chegar até a cama, onde escutei um fungar, ela estava chorando.
Me sentei.- Me da sua mão. - Eu pedi e minha prima estendeu sua mão para mim. Estava molhada e gelada, ela estava chorando fazia tempo.- Você quer conversar?
- Não... - Sua voz estava fraca.
Durante um bom tempo depois do acidente o que mais escutei Sina fazer foi chorar e fungar pelos cantos. Eu já estava acostumado, mas de certa forma ainda me doía.
Eu suspirei e me deitei ao seu lado, Sina se juntou a mim e deitou a cabeça no meu ombro, a abracei. Ela chorou mais ainda e eu apertei o abraço.
Eu sabia que Sina não iria me contar o que estava acontecendo, ela nunca contava, porque de acordo com ela "ela era a mais velha e ela que me protegia", sempre foi assim e assim sempre será.Mas também sabia que ela só precisava de um abraço, todo mundo precisa de um em algum momento.- Se você ranhar na minha blusa eu te bato com a minha bengala. - Sina deu uma risada alta e fungou uma última vez.
- Você está bem engraçadinho ultimamente. - A voz de minha prima estava fraca, mas ela ao menos não chorava mais.
- Por você eu faço um esforço.
Sina soltou um riso fraco pelo nariz, e eu soube que de alguma forma, ela estava um pouco melhor.
- Vem, vamos descer. - Puxei os cobertores para fora da cama da maneira que podia. Senti meus ossos protestarem um pouco, mas ignorei. - a Any faz um chocolate quente que cura corações.
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Hm, essa capítulo me deixa soft :(
Dois capítulos no mesmo dia, olha só os mimoosss - não revisados pq eu tenho 0 paciência.
Minha nossa adaptar uma au é até mais difícil que escrever, fico perdidinha.Mores vcs me seguem no twitter? Se não vão lá me dar uns mimos, além de lá ter a versão original de BBE eu também sempre posto quando vai sair capítulo novo, o user é @taeglaxy (sim eu mudo sempre kk).
Outra coisinha, vcs podem me chamar de Triz okay, sempre vejo vcs me chamando de "autora", SOMOS MIGOS PODEM ME CHAMAR PELO MEU APELIDO.
Aah, e mais outra coisa. Tô pensando em postar uma fic Noany de um plot que eu postei la no Twitter faz um tempinho já, vcs leriam e me dariam esse biscoito?
É isso seguimores ♡
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Behind Blue Eyes || Beauany
Teen FictionJovem e com um futuro cada vez mais promissor, Josh Beauchamp estava no auge de sua carreira como artista plástico, quando um acidente de carro acaba lhe tirando tudo,incluindo a sua visão. Cego e dependente de sua mais nova cuidadora, o rapaz apren...