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Sina Deinert
New Town - Queens, Nova York.
10 de setembro.

Na maioria das vezes eu me sentia suja, o sentimento de culpa sempre rondava a minha mente, pois lá no fundo cada célula do meu corpo sabia o quanto eu estava errada.
Mas eu simplesmente não conseguia parar de fazer o que estava fazendo. De visitar aquele lugar, e de visitar principalmente ela.
Não eram nem seis da tarde, mas a música ali sempre estava alta, o cheiro de álcool misturado com a fumaça de alguma droga era quase que uma marca registrada.
The Act era o tipo de lugar que meus pais nunca poderiam imaginar que eu frequentava, e se imaginassem, com certeza teriam um ataque cardíaco ou me expulsar da família. Ou os dois.

- A princesinha do Upper East Side sempre marcando presença. - Max, o barman, era grande e forte, e seu corpo era coberto de tatuagens, uma barba grisalha fazia ele aparentar ter mais idade do que realmente tinha. Apesar do comentário, ele tinha um sorriso simpático nos lábios.

- Ela já chegou?

- Atrasada, como sempre.

Eu suspirei e me sentei em uma das baquetas do bar, Max logo meu entregou uma garrafa de cerveja, eu já nem precisava pedir.
As minhas notas na faculdade já não iam bem, eu mais tinha faltas do que presença, e para piorar tudo, Josh tinha acabado de sofrer o acidente. Em um dia, quando meu primo ainda estava em coma, eu saí com o carro sem rumo, acabei vindo parar no Queens, praticante do outro lado da cidade. O The Act tinha o letreiro grande em neon chamativo, entrei buscando algo que até hoje não sei dizer o que, e desde então, tudo mudou.

Experimentei de absolutamente tudo que esse bar tinha pra me oferecer, e o que mais me deixou surpresa, foi que eu gostei da sensação.
Mas de todas as substâncias que já haviam passado pelo corpo, ela sem dúvida alguma era a minha preferida, meu único vício, a minha perdição, o meu céu e inferno particular, com passagem só de ida.

As garçonetes andavam com pouca roupa, a luz vermelha deixava tudo ainda mais intenso e quente. O pequeno palco já estava montado, aguardando a sua chegada.
Um arrepio percorreu meu corpo assim que ela finalmente subiu o pequeno degrau e foi em direção ao microfone. Estava linda. O conjunto de shorts jeans e meia calça arrastão nunca ficou tão bem em alguém, era possível ver todas as tatuagens que ela tinha pela coxa e braços. Seu corpo era pequeno, ela era... absolutamente perfeita.
Ficou difícil de respirar de repente.
Heyoon olhou para mim e deu uma piscadinha, se preparando para começar o show.

Eu deveria estar em casa, cuidando do meu primo debilitado, a pessoa que eu estava mentindo a semanas e minha única família, ou estudando na biblioteca, que era o que Josh achava que eu fazia no meu tempo livre, me preocupando com o meu futuro.
Mas o meu presente, aqui, a observando, era muito mais interessante.

________

Quem é vivo sempre aparece né kk.
Deixando vcs a par do meu pequeno sumiço, nessas últimas semanas eu: queimei a mão, fiz dezoito anos, e *talvez* entre pra faculdade. Então é, tá tudo muito louco.

Hmmm, quem leu a versão au sabe dos b.o da Sina, mas quem tá chegando agora que lute rsrs.
Amo vcs, comentem bastante ♡

Behind Blue Eyes || BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora