Asas da Liberdade.

02

Sinto minha cabeça latejar enquanto esfrego os olhos com força tentando lembrar do que aconteceu noite passada, olho para o lado e vejo uma mulher de cabelos loiros tingidos dormindo, agora me lembro, estava estressado pela pressão diária de trabalhar com tantos crimes horrendos que resolvi sair para me "divertir" um pouco, levanto da cama e visto minha roupa que estava dobrada em cima de uma cadeira, saio do quarto do hotel sem olhar para trás, pago nossa hospedagem e vou até meu carro, faço o trajeto até em casa de forma lenta escutando uma música qualquer, paro em frente dos portões e olho para o porteiro que logo o abre, estaciono em frente a casa e desço indo direto até o quarto para tomar um banho quente. Escuto uma batida na porta e logo a voz da governanta.

Sra. Luiza- Levi querido? Vou deixar roupas limpas em cima da cama.

A porta é fechada e saio do banho, a senhora Luiza era minha babá e é a única que está comigo a mais tempo, boa parte dos empregados vão embora antes de completar um mês, ela vive dezendo que é por conta do meu jeito mal humorado e exigente, mas não vou aceitar gente imprestável aqui. Moro em uma casa de dois andares em um condomínio de luxo, não gosto muito mas era o lugar onde meus pais moravam então não quis me desfazer, desço as escadas até a sala de jantar e espero que sirvam meu café, uma empregada qualquer que não me lembro o nome coloca uma bandeja com frutas e pães na minha frente, como um pouco e me levanto sem dizer nada, pego novamente meu carro para ir até o trabalho, ser o chefe as vezes pode ser bem cansativo, mas foi um posto que me esforcei para conseguir.
Paro no estacionamento e sigo até o elevador, ele para no segundo andar e vejo Erwin entrar e me olhar com um sorriso.

Erwin- Bom dia Levi, soube que terá uma nova secretária.

Olho para ele sem o mínimo interesse em responder, Erwin é um dos poucos amigos que tenho.

Levi- Oque que tem demais?

Erwin- Não fica empolgado? Talvez o amor da sua vida esteja bem perto e você não mostra nenhuma reação.

Seu tom de voz é provocante, mas parece ter esperança de que isso aconteça.

Levi- Não seja idiota, isso de amor não existe e você sabe bem disso, vai ser só mais uma garota tola que logo vai ficar com medo de mim e ir embora.

Erwin- Não seja assim, só porque passou por coisas difíceis não quer dizer que tenha que se fechar para o amor, pense sobre isso. Até mais Levi.

Diz acenando e saindo do elevador, suspiro pesadamente, esse tolo romântico não tem jeito. Quando as portas se abrem no andar que vou parar dou de cara com outro loiro.

Arlert - Bom dia senhor Ackerman.

Ele entra no elevador e olho para frente, confesso que me surpreendo um pouco com a garota que me encara, seus cabelos castanhos estão presos em uma trança e tem um corpo bonito que fica marcado pela saia e blusa social. Chego mais perto e continuo a encarando, seus olhos são verdes brilhantes. Me viro para a senhorita Sasha ignorando seu bom dia e pergunto sem delicadeza.

Levi- Quem é essa criança?

Sasha- Está e a Mikasa Jaeger, o senhor pediu uma nova secretária e ela foi escolhida pelo RH.

Olho para ela novamente, seu rosto não demonstra nenhuma emoção, então ela se curva um pouco e diz com uma voz que pareceu ecoar por todo o meu corpo.

Mikasa- É um prazer conhece-lo senhor Ackerman.

Levi- Vamos até minha sala.

Começo a andar e escuto seus passos vindo atrás de mim, entro na sala e me sento na cadeira atrás da mesa de trabalho, seus olhos observam rapidamente o local e depois a parede de vidro que separa minha sala da dela.