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Sou acordada com um forte tapa em meu rosto, abro os olhos lentamente e vejo o homem de cabelos loiros na minha frente, todo o meu corpo lateja de dor, o frio parece ter aumentado.

- Você dormiu muito princesa, já é de manhã.

Minha barriga ronca, não comi nada até agora. Ele vai até sua mesa e parece escolher oque vai usar hoje, meus pensamentos voltam para Armin e os pequenos, espero que estejam bem. Ele volta com uma vasilha, o seu conteúdo parece estar quente pois saí muita fumaça.

- Hora de brincar novamente.

Faz um corte em minha calça deixando parte da minha perna exposta então vira um pouco do líquido quente no local, arfo de dor, minha pele fica extremamente vermelha e já posso ver bolhas se formarem no lugar que ele queimou.

- Como não quero que você fuja vou fazer isso.

Todo o conteúdo que sobrou é jogado em meus pés, dessa vez não consigo e acabo resmungando mais alto, seu rosto se ilumina.

- Finalmente uma reação boa, talvez faça isso mais vezes. Por enquanto vou deixar você aqui.

Ele saí da sala tranquilamente, nunca senti uma dor tão grande, meu corpo pede por descanso mas não vou dormir novamente, tenho que estar alerta e pensar em um modo de sair daqui.

Mikasa- Merda, porque está tão frio?

Reclamo quando sinto meu corpo tremer, se esse homem não me matar o frio vai.

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Os dias nesse lugar parecem não ter fim, não sei exatamente a quanto tempo estou aqui, de tempos em tempos aquele homem vem até o quarto e arruma uma nova forma de me torturar, meu corpo está todo sujo de sangue e cada machucado é pior que o outro, ele trouxe algo parecido com uma sopa para que eu comesse, o cheiro era horrível mas me obriguei a engolir um pouco, preciso de forças para sair daqui. Já tenho um plano, e vou por em prática hoje, ele não deve demorar muito para entrar, as cordas que estou amarrada começaram a se desgastar e se fizer força o suficiente posso arrebenta-las, mas tem que ser quando ele for me torturar pois ai vai estar perto suficiente. A porta é aberta e o vejo entrar com seu costumeiro sorriso.

- Bom dia princesinha. Pronta para brincar?

Meu estômago revira ao escutar sua voz, hoje não idiota. Ele trás uma furadeira em mãos, meus olhos se arregalam sem permissão, ele nunca usou isso, o barulho dela ligada faz meu corpo estremesser, ele chega perto de mim mas não posso me soltar ainda, mais perto, tem que ser mais perto, a ponta da máquina é encostada em minha barriga e dessa vez tenho que me segurar ao máximo para não gritar, quando percebo que está distraído vendo o sangue começar a escorrer dou um puxão forte nas mãos e logo nos pés, as cordas arrebentam e ele me olha surpreso, parecia pronto para gritar por ajuda, dou um pulo e logo estou na sua frente, ele tenta me acertar mas mesmo machucada ainda sou mais rápida, dou um soco em seu rosto e ele cai, ando até a mesa e pego uma faca afiada, assim que chego perto dele seu olhar fica assustado.

Mikasa- Te vejo no inferno.

Corto sua garganta com rapidez e o sangue esguicha se misturando com o meu, ando até a porta e a abro, tem um outro cômodo aqui, em cima do sofá estão uma chave e arma, vou até lá, é a chave do meu carro, pego as coisas e ando até a porta, escuto passos no andar de cima então vou mais rápido, não estou em condições para lutar.

Mikasa- Merda!

Resmungo assim que piso na grama que tem na parte de fora da casa, meus pés estão muito machucados, já é noite e estamos numa floresta, não vejo meu carro e nem conheço esse lugar mas tem uma estrada que atravessa a floresta. Ando até um local onde as árvores são mais densas e me abaixo, pego um pedaço da minha blusa e enrolo nos pés, vou seguir por esse caminho mas fora da estrada, eles não devem demorar para ver que fugi. Um barulho de gritos na casa chama minha atenção, fico deitada no chão e espero, logo um carro grande e preto passa rápido pela estrada, devem estar me procurando, levanto com cuidado e olho envolta, ninguém, começo a andar, espero que não estejamos muito longe.

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