Asas da Liberdade.

21

Sinto uma forte dor na cabeça e aos poucos vou abrindo os olhos, meu corpo está jogado no chão do que parece ser uma floresta, levanto um pouco o rosto e vejo grandes árvores me cercando, ouço um resmungo ao meu lado e olho, é Mikasa, ela tem um corte na sobrancelha e outro na boca, parece ter lutado antes de conseguirem desmaia-la. Tento falar mas estou amordaçado, Mikasa olha para os lados e senta, quando vê que estou acordado parece aliviada, ela levanta o corpo com um pouco de dificuldade pois as pernas também estão presas, pula para trás e começa a esfregar as cordas das mãos em uma árvore, um tempo depois consegue se soltar.

Mikasa- Eles nos pegaram de jeito, que merda.

Diz quando solta sua mordaça e começa a desamarrar os pés, depois vem até mim e me ajuda.

Levi- Você está bem?

Mikasa- Sim.

Ela anda um pouco olhando as coisas em volta até notar um papel pregado em uma árvore, pega ele e o lê em voz alta.

Mikasa- " Imaginei que iria se soltar, você é uma menina esperta então vamos brincar um pouco, quero que esteja aqui antes do sol se por, tenho homens vigiando seus irmãozinhos, com um toque e eles perfuram aquelas belas cabecinhas. Tic, tac, o tempo está passando Mikasa Jaeger."

Levi- Isso é loucura, como vamos saber onde ele está?

Mikasa parece pensar um pouco, depois analisa a floresta.

Mikasa- Espere aqui.

Diz quando começa a subir em uma grande árvore, observo ela subir cada vez mais alto até não poder ve-la entre as folhas, um tempo depois ela começa a descer e quando está quase no chão pula.

Mikasa- Esse lugar é uma reserva florestal, morei à alguns quilómetros daqui, é para aquela direção e sei que ele vai estar lá, foi lá que tive a certeza que estavamos sendo caçados, os homens dele nos acharam e atacaram meus pais, mas por eles estarem atentos conseguimos fugir.

Ela me olha por um tempo e depois suspira.

Mikasa- Você vai achar uma avenida na direção oposta, se andar por ela vai encontrar casas. Pode ir embora.

A olho indignado.

Levi- Não vou te deixar sozinha aqui.

Mikasa- E eu não posso deixar que se meta mais nisso, só por estar comigo aquela hora eles te trouxeram para cá, se você me acompanhar pode ser muito perigoso.

Levi- Eu lido com esse tipo de coisa todos os dias Mikasa, sei que posso ajudar.

Mikasa- Espero que saiba que se for comigo temos grandes chances de não voltar vivos, eu estou ciente disso e não vou voltar atrás.

Apenas a encaro e concordo. Ela começa a andar e pouco depois a correr, passamos pelas árvores e arbustos de todos os tipos e só aí reparo que tiraram seus sapatos, os pés ainda estão com a pele rosada por conta das queimaduras.

Levi- Você acha que consegue correr até lá?

Mikasa- Eu tenho que correr, a casa fica atrás de uma montanha muitos quilômetros a frente, lá também tem um galpão grande onde meu pai mechia com plantas medicinais é um bom lugar para manter alguns homens, gasta em média dois dias andando, temos menos de um.

Sua voz está firme mas sei que por dentro ela está preocupada e triste, provavelmente relembrando o momento em que perdeu os pais por conta desse homem e com medo de que algo aconteça aos irmãos, a dor da perda é horrível.

Levi- Eu sei que não passei pelo mesmo que você, e não sofri tanto assim, mas acredite, sei como é horrível a dor de perder os pais.

Ela vira um pouco o rosto para mim, continuamos correndo lado a lado mas agora sua atenção está nas minhas palavras.