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Depois de respirar profundamente continuo a falar. Devo uma explicação a ele e me sinto confortável lhe contando.

Mikasa- No terceiro mês de gravidez dela meu pai simplesmente sumiu, ele foi trabalhar e não voltou, como minha mãe não podia ficar fazendo esforço eu resolvi ir até o trabalho atrás dele. No caminho até lá encontrei seu carro parado em um beco, mas meu pai não estava lá dentro, num canto mais escuro do beco vi que tinha algo, parecido com uma pessoa, eu fui lá e encontrei o corpo dele, seu rosto estava muito machucado, havia cortes profundos por todo lado e sangue escorria sem parar das feridas abertas. Lembro que na hora fiquei tão em choque, não conseguia sair do lugar e tudo que queria fazer é vomitar.

As lembranças invadem minha cabeça e tenho uma enorme vontade de chorar, cubro o rosto com as mãos.

Mikasa- Ele foi torturado e morto, pelo homem que contratou. Eu não podia mostrar isso para minha mãe, então chamei a polícia e resolvi tudo que podia sozinha, depois contei a mamãe de um jeito que fosse um pouco menos doloroso, ela ficou arrasada. Eu fui até o seu departamento policial e tentei pedir para que Erwin pegasse nosso caso, ele aceitou mesmo eu não tendo muito dinheiro, mas depois de três meses o assassino apareceu novamente e me encontrou, eu estava voltando do trabalho que tinha arrumado para ajudar nas contas em casa, mesmo sendo uma ótima lutadora ele era melhor e me bateu até ficar caida sangrando no chão, então me obrigou a parar o caso.

Olho para ele entre as mãos, seu rosto está sério mas vejo uma grande fúria em seu olhar.

Levi- Por isso quando te conheceu Erwin perguntou sobre o nome Jaeger.

Mikasa- Sim, fiquei muito aliviada por ele não me reconhecer, mas também era só uma garotinha.

Levi- Oque aconteceu depois?

Mikasa- Eu continuei trabalhado e a gravidez dela foi tranquila, não vimos mais o homem então achei que poderíamos ter paz, no dia que mamãe foi ganhar os bebês nossos vizinhos ajudaram, quando vi o rostinho dos dois foi o momento mais feliz da minha vida, eu sabia que faria de tudo por eles. Mas meio da noite alguns homens entraram no hospital e pegaram minha mãe, como eu estava no quarto dela vi tudo, tentei chamar por ajuda só que quando percebi já haviam me segurado. Acordei em uma sala escura, ela estava presa em uma cadeira na minha frente e os meus irmãos deitados em uma cesta, quando os vi corri até lá, graças a Deus não fizeram nada com os dois, mas com minha mãe sim.

Meu corpo começa a tremer involuntariamente, aperto as mãos com força e sinto dor por conta dos machucados.

Mikasa- Eram três homens, dois deles me seguraram e o outro torturou minha mãe bem na minha frente. Ela estava tão machucada mas não tirou o sorriso do rosto, queria que eu ficasse calma, mas quando eles começaram a me bater também ela desabou, foram muitas horas assim, meus irmãozinhos choravam de fome e eu não podia fazer nada, quando acabaram caí no chão quase desacordada. Um dos homens abriu a porta e logo o assassino entrou na sala, eu me lembro exatamente do seu rosto, é uma coisa que nunca vai sair da minha cabeça, ele me olhou, deu um sorriso e cortou a garganta da minha mãe.

Uma mão passa ao redor do meu corpo, ele está me abraçando! Respiro fundo para evitar chorar.

Mikasa- Foi ai que algo estranho aconteceu, eu vi o assassino ir em direção dos meus irmãos, eu soube oque ele faria e não ia deixar isso acontecer, uma força descomunal passou pelo meu corpo, é como se eu não sentisse mais medo e soubesse exatamente oque fazer. Corri até o homem e lhe dei uma rasteira, peguei uma faca que estava lá e parti pra cima dele, mas seus capangas entraram na frente, eu matei todos, descontei toda a dor que me fizeram passar, quando acabei o homem já tinha sumido. Depois disso arrastei o corpo da minha mãe e levei até o quintal, o deixei junto de umas flores e o cobri o máximo que pude, peguei meus irmãos e fui embora sem olhar para trás. Mas aquele homem, ele está de volta e quer mais dinheiro, esse é o segundo aviso dele, sei que o terceiro vai ser pior.

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