Cap. 1

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Era 1860. Meu pai Inglaterra havia chamado um obreiro para fazer uma escultura para enfeitar o lado de fora da casa. Ele sempre gostou de esculturas de gesso e se deixasse, certeza que ele ia enfeitar a casa inteira só de estátuas, mas a minha mãe, França, sempre moderou nisso.

Nós recebemos a notícia de que o obreiro estava doente e que o filho do mesmo ia trabalhar no lugar dele por um tempo. Me falaram que ele trabalha muito bem, isso deixou meu pai bastante animado.

- Ele chegou! - falou meu pai animado e levantou-se do sofá, andou até a porta.

Eu estaria sentado na mesa de jantar comendo meu café da manhã. A sala de jantar tinha duas portas, uma que dava acesso à sala e a outra para cozinha, e existia uma janela gigante de frente para mesa. Assim que a porta foi aberta, pude ver um homem alto, suas vestimentas aparentavam ser velhas, seu rosto era jovial, sua estrutura corporal não chamava atenção, mas era bastante atraente, e ele carregava em suas mãos materiais de construção.

Continuei olhando para o homem que estaria conversando com o meu pai, mas meu olhar se direcionou para outro local quando ouvi duas risadas. Olhei em direção para elas. As pessoas que estavam rindo era Canadá e Austrália. Fiquei sem entender e não evitei perguntar.

- Do que vocês estão rindo? - falo sem compreender.
- Dele! - falou Austrália que continuaria rindo baixo.
- Do homem? - perguntei.
- Sim - disse Canadá tentando conter o riso. - as vestimentas dele são engraçadas.
- Eu não acho isso engraçado... - falei assim que terminei de comer.

Levantei-me imediatamente e fui até meu pai e o homem. Cumprimentei o jovem, que aparentava ser mais velho que eu, e meu pai.

- Filho, esse aqui é o Rússia, filho do obreiro Sov.
- Ah, prazer em conhecê-lo. - digo estendendo a mão para ele.
- O prazer é todo meu - disse ele dando um leve sorriso para mim e apertando minha mão.

Não sei o que há de errado em mim. Esse homem faz-me sentir estranho. Não quero estar mais perto dele. Não sou preconceituoso nem nada, apenas pelo porquê de ele me fazer ter um sentimento estranho.

Meu pai o levou para o lado de trás da mansão, onde meu pai queria que construísse uma estátua de gesso. Fiquei ali apenas observando a conversa dos dois e eles falavam uma língua que eu não entendia. Não era francês, espanhol e português. A língua não tinha nenhuma semelhança entre essas línguas que citei.

Assim que chegamos lá, o meu pai disse que tinha que ir, pois iria chegar atrasado para o trabalho. Ele deu um "bye, bye" para ele e desapareceu de vista.

- Você é francês? - perguntei.
- Não, eu sou russo - disse ele.
- Entendi...

O russo apenas sorriu gentilmente e começou a quebrar o gesso. Retribui o sorriso.

- Então...uh...se quiser alguma coisa, me chame...certo?
- Hm...okay!

Disse o homem dando um sorriso novamente, ah...aquele sorriso...
Sem distrações, Estados Unidos!
Voltei pra dentro da mansão e fui em direção ao quarto, logo me trancando lá dentro...

- Mas que porra tá acontecendo comigo?! - disse ele batendo em uma cômoda ali perto.

Ele caminhou até a cama e deitou-se, agarrou o travesseiro e, involuntariamente, começou a pensar naquele homem que tinha visto recentemente.

Por que tinha que ser logo você? - RusameOnde histórias criam vida. Descubra agora