o i t o .

547 86 6
                                    

Sinto algo envolvendo minha cintura e acordo assustada, o braço do Vincent está em cima da minha barriga. Ele está dormindo apoiado todo torto no sofá.

Meu primeiro reflexo é me afastar o máximo possível, mas depois eu torno a encará-lo. Ele parece tão calmo, mesmo estando todo torto e amassado. Me aproximo e levanto uma das mãos afim de tocá-lo, paro a centímetros do seu rosto, sinto alguns fios da sua barba espetando meus dedos, mas não tenho coragem de tocar.

Quando estou afastando minha mão, a mão do Vincent a cobre e eu vejo seus olhos azuis abertos. Ele toca seu rosto com a minha palma e tomba a cabeça para o lado, fecha os olhos e abre um sorriso discreto. Sinto a temperatura da sua pele, sua barba raspando na minha mão e começo a mover meu polegar na sua bochecha. O sorriso aumenta e meus olhos se fixam nos seus lábios, eles são finos e bem desenhados, quando sorri, o lábio superior fica ainda mais fino. Seus olhos estão tão intensos em mim que mesmo ele não falando nada, parece dizer de tudo.

Vincent acaricia por cima da minha mão e se ajeita na minha frente, ele se aproxima de mim e eu sinto meu corpo estremecer e arrepiar.

— Melhor irmos dormir — sussurra me observando detalhadamente. Balanço a cabeça concordando, mas nenhum dos dois se move. Vincent suspira e toca meu rosto. — Quero muito te beijar — fala, meu corpo todo fica arrepiado com sua voz.

— Então beija — sussurro deixando as sensações falarem mais alto do que o receio.

— Tem certeza? — Pergunta mais próximo, seu cheiro está em mim.

— Tenho — respondo e aproximo o que faltava colando nossas bocas. Seguro no seu ombro e ele intensifica o beijo, segura minha nuca me beijando com força. Seu braço me envolve me apertando contra ele e, diferente das outras vezes, eu quero senti-lo mais perto.

Nosso beijo só para quando não conseguimos segurar o fôlego, então nos afastamos ofegantes. Vincent me encara com os olhos brilhantes, uma das mãos está na minha cintura, a outra na minha nuca, onde enfia os dedos entre meu cabelo. Percebo que ele está inquieto, sua respiração não normaliza e seus olhos dançam no meu rosto e pescoço.

— Merda — pragueja baixinho e se aproxima me dando outro beijo, esse mais casto. Vincent sorri me dando um selinho e me puxa me abraçando, ele respira fundo contra meu pescoço e suas mãos acariciam minhas costas.

Eu o empurro de leve me sentindo desconfortável e com falta de ar. Vincent me olha sorrindo e se afasta levantando.

— Vamos? — Estende a mão, aceito e levanto.

São quase seis da manhã, o céu ainda está escuro. Vincent me leva até a porta do meu quarto.

— Boa noite — sussurra e sorri.

— Você também — respondo e ele assente, abre o sorriso e abaixa a cabeça, se vira e caminha até o quarto dele. Entro no meu e me jogo na cama.

Kess

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Kess.

21.01.2020

Mellanie - Recomeço [3° história]. Onde histórias criam vida. Descubra agora