O silêncio: Apenas um momento

3° capítulo (revisado)

"Mais um dia nesse quarto infernal, sem lugar para ir, sem ninguém para conversar, só escrever isso mesmo...
Como queria eu ter amigos para poder passar uma boa parte do tempo, já que minha família não liga para mim."

17 de janeiro  de 2002. 19:34hrs:

"Estava eu aqui nesse fim de mundo (meu quarto). Desenhando um jardim em um caderno velho, cheio de poeira que achei em cima do meu guarda-roupa. Quando me virei de costas da minha cama, e fui em direção à penteadeira, onde eu tinha lápis.
De repente ouço um barulho vindo do corredor do meu quarto, me aproximo cuidadosamente á porta... Eu quase infarto quando as folhas do meu velho caderno estavam se arrancando sozinhas. Eu gritei, gritei... Mas ninguém me escutava naquela merda de casa... As luzes de meu quarto se quebraram de uma vez só. Foi ai que me encostei na parede, sentei, coloquei as mãos sobre minha cara, aquilo ali pra mim nem era novidade mais. Então uma folha veio até meus pés. À peguei, tinha algo escrito. Quando vi estava falando assim: "Eu sei que você tem medo, me alimento disso. À noite sento na cadeira de sua penteadeira e te observo misteriosamente"

Isso tudo estava escrito com sangue, então peguei esse papel e ô rasguei todo, me dirigi até á janela e joguei os pedacinhos fora."

No mesmo dia: 22:53 hrs

"Minha mãe tinha acabado de chegar. Logicamente não fui contar á ela oque tinha acontecido. Já era de costume, ela não acreditaria em nenhuma palavra que sairia da minha boca.
Então ela gritou:

-Kell, já cheguei. Venha, comprei pizza, não demore.

Eu sem dizer nada fui para cozinha. Então ela me perguntou:

- Oque houve minha filha, não vai abraçar sua mãe e nem dizer oi?

Eu sem paciência respondi:

-Mãe, por favor me poupe. Você passa o dia inteiro fora de casa, sem se preocupar comigo, quando vou conversar com você, me responde com arrogância. E agora quer que eu te abraça? Pelo amor de Deus! Que tipo de mãe você é?!
Eu estou cansada de viver nessa casa, onde tudo oque eu falo é motivo para duvidar de minha pessoa!

Ela com aparência raivosa, retirou á pizza da mesa e á guardou  no forno.
E me disse:

-Sou uma pessoa ocupada! Não tenho tempo para suas baboseiras!
Vai querer comer ainda?

Com muita raiva lhe respondi:

-Estou sem apetite.
Vou subir para o meu quarto, já que você não tem tempo para á própria filha.

Ela não me disse nada. E fui para o meu quarto correndo. Eu já não podia me suportar. Deitei sobre minha cama com o travesseiro na cara.
Pude escutar uma voz grossa á falar:

- Você não deveria tratar sua mãe dessa maneira!

Rapidamente me levantei da cama, com medo perguntei:

- Quem está aí? Quem está aí?

Novamente me respondeu:

- Eu sou aquele que te persegue de dia e de noite. Me alimento do seu medo.
Não deveria ter falado daquele jeito com  sua mãe.

Nervosa lhe falei:

-Hahaha! Quem é você? Pra ficar falando oque devo fazer? Quer saber você é o culpado de tudo isso! Por culpa sua, do que você faz, minha mãe nunca acredita em mim!

Então a voz misteriosa se calou:

-...

Voltei á me deitar na cama, pelo menos tentei dormir...
Passando algumas horas á porta de meu quarto se abre, fingi estar dormindo quando vi que era minha mãe. Ela se sentou do lado de minha cama, me cobriu, colocou á mão em meu cabelo e disse:

- Eu fiz de tudo para que você não fosse desse jeito...

Continuei dormindo, ela se levantou e saiu.
Fiquei pensando no que era realmente oque tinha me falado.
Passei a noite em claro..."