[Maratona 2/2]
Terminou que não era nada demais.
Edward apenas queria ajuda com as aulas de arte do nono ano e como sabia que eu desenhava, pediu para que eu tirasse um tempo para auxiliar ao invés de ficar na detenção. Aquilo era música para os meus ouvidos. Eu não tinha muita paciência para ensinar, mas era melhor do que passar a minha tarde inteira lavando pratos ou varendo o chão, por isso, aceitei sem nenhuma hesitação.
Quando saímos da diretoria, arrastei Scott o mais longe possível de Rafael, antes que os dois acabassem se matando apenas pelo olhar.
Tudo começou no momento em que Rafael percebeu que Scott e eu estávamos de mãos dadas. Ele sempre sempre morreu de ciúmes da nossa amizade, por isso quando viu, começou a insinuar que nos tínhamos alguma coisa, quase como se estivesse esquecendo de que estava namorando Lorena e ficando comigo ao mesmo tempo.
Scott quase bateu nele de novo e eu quase deixei. Mas tive que impedir porque não queria que ele se metesse em confusão por minha causa.
Nos minutos que se sucederam, os dois ficaram se encarando mortalmente e eu estava bem no meio disso. Por esse motivo, na primeira oportunidade que encontrei, arrastei Scott para o mais longe possível e ele me seguiu, confuso com a minha pressa.
— Por que está andando tão rápido? — perguntou.— Estou tentando impedir que os dois idiotas se matem — murmurei.
— Isso vai acabar acontecendo em algum momento e você sabe disso — falou baixo. Parei de andar e fiquei o encarando. — O que?
— Eu já disse que não preciso que se meta em confusões por minha causa! — exclamei, cruzando os braços.
— Eu sei, mas não consigo evitar! — ficamos em silêncio. Comecei a encarar os pés e ele, segurou novamente minha mão. — Ei, não fica brava comigo - olhei para ele.— Eu me importo com você. Me importo muito. Por isso não consigo evitar — suspirei profundamente. — Sei que pode se defender sozinha, mas não precisa fazer isso o tempo todo. Você tem a mim agora.
Olhei para ele por alguns segundos, logo em seguida, o abracei apertado.
Ele com certeza não sabia o que ouvir aquilo significava para mim.
Em toda a minha vida foi apenas eu. Algumas pessoas até passaram e ficaram por um período de tempo, mas depois elas foram embora e eu acabei ficando sozinha outra vez. Não era nada surpreendente. Doía, mas eu sabia que acabaria sozinha de novo. Por isso, sempre cuidei de mim mesma sem esperar que mais alguém fizesse isso por mim. Encarei isso como um gesto de uma garota independente, mas agora percebo que não passava apenas de uma alternativa de uma garota solitária.
— Obrigada — sussurrei, baixinho, enquanto sentia seus braços me apertarem com força.— Não precisa me agradecer — sussurrou de volta. Na verdade, eu precisava sim. Precisava agradecer por ele ter simplesmente aparecido na minha vida aleatoriamente e ter ficado quando ninguém ficou. Precisava agradecer por todas as vezes em que ele me abraçou forte e se roubou o foco de absolutamente tudo. Eu precisava agradecer pelo simples fato dele existir. — Ainda não me contou como está sentindo de verdade.
Fechei os olhos e me aconcheguei no seu abraço.
Não queria falar sobre algo que nem eu entendia, mas sabia que ele merecia, no mínimo, ouvir a verdade.
— Eu não sei — sussurro. — As coisas estão confusas demais... Você consegue entender?— Mais do que você pode imaginar — murmurou.
— Eu não sei como estou me sentindo, se quer realmente saber. Tudo parece uma completa bagunça e eu estou no meio disso — senti sua mão deslizar sobre o meu rosto. — Me sinto sufocada as vezes, como se meus sentimentos estivessem tentando me engolir viva — sussurro. — Eu... Não sei o que fazer, Scott — havia começado a chorar e nem havia me dado conta.— Estou tomando remédios novos, minhas consultas com o psicólogo estão mais frequentes, mas eu sinto que nada está adiantando. Não mais— ele me apertou com um pouco mais de força.— Juro pra você que estou tentando melhorar.
— Eu sei que está — sussurrou.
— Não o suficiente — abri os olhos e os dele já me encaravam — Não gosto de perder o controle, mas não consigo controlar.
— Não é sua culpa — garantiu.
— É sim! — exclamei, tentando me soltar do abraço, mas ele não permitiu, me segurando com firmeza.— Sou eu que perco o controle, Scott! Eu que do nada começo a gritar sem motivo com as pessoas! Eu! Não tem ninguém me obrigando a fazer isso, ninguém a não ser a merda do meu psicológico fodido! — seu único gesto foi continuar me mantendo perto dele. — Eu odeio ser assim! Eu odeio! — apoiei minha cabeça em seu peito, deixando as lágrimas deslizarem pelo meu rosto.
— Não é sua culpa — repetiu, erguendo minha cabeça e secando o meu rosto. — Eu que isso é difícil para você, mas enfrentaremos isso juntos, ok? — assenti. — Eu estou com você. Sempre vou estar com você — beijou minha testa.
Eu havia até esquecido que estávamos no meio do corredor, só me dei conta quando vi Hedge, o treinor do time de basquete se aproximar, sorrindo.
Ele deu dois tapinhas nas costas de Scott.
— Soube que ofereceram uma bolsa de estudos pra você na França. Meus parabéns.Olhei para Scott, buscando uma resposta, mas ele olhava para o treinador.
— É, mas eu recusei — esclareceu, me deixando extremamente confusa.Hedge parecia estar mais confuso do que eu.
— Desculpe-me se estiver sendo intrometido, mas posso pergundar por quê?Scott simplesmente sorriu.
— Haverão outras oportunidades — respondeu, sorrindo. — E eu precisava voltar por uma pessoa.— — — — — — — — — — — — — — — — — — —
Ooooooi, gente linda do meu coração!
Dois capítulos no último dia do ano porque simplesmente vocês merecem isso demais!
Houveram algumas coisas que me ferraram esse ano, mas houveram muitas coisas boas também. Não posso reclamar, apenas posso ser grata por cada uma delas.
Esse ano foi tão... louco? Bagunçado? Eu sequer posso descrever com uma só palavra, mas eu confesso que em pontos valeu a pena.
Esse ano eu:
Ganhei o meu primeiro concurso em terceiro lugar;
Consegui finalizar o livro 1;
Comecei o livro 2;
Meu livro 1 bateu 12k de leituras e o 2 está em 1k.
São coisas que eu não esperava que fosse acontecer assim tão rápido, mas aconteceram. E eu sou muito grata por isso.
Muito obrigada. De verdade.Tem gente que me acompanha aqui desde o ano passado, existem pessoas que me acompanham faz apenas alguns dias ou semanas. Saibam que, para mim, vocês são muito importantes. Eu leio cada comentário, amo as teorias mirabolantes de cada um de vocês e estou aqui para o que precisarem. Saibam disso também. Vocês são muito importantes para mim, por que se eu continuo escrevendo em meio à um bloqueio maldito, é porque eu sei que vocês estão contando com isso. E por isso, eu continuo; vocês me fazem continuar.
Adoro cada um de vocês, real.
Os que estão comigo desde de sempre e os que chegaram agora.
Se sintam queridos, porque é isso que vocês são.
Para encerar esse discurso meloso, vim desejar à todos vocês um feliz ano novo. Que 2020 seja repleto de coisas boas, porque vocês merecem!
Amo vocês!E
Antes que a anta aqui esqueça, o livro bônus que eu havia prometido já está disponível do meu perfil.
Eu preciso que vocês me digam quem vocês querem que narrem o próximo capítulo.
Qualquer pessoa vale desta vez!
Vocês quem mandam!
Agora pra eu poder me mandar de uma vez, quer o lembrar que o grupo no whats está livre para quem quiser participar, é só me mandar o número no privado. É nozes!Happy 2020!
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Todas as verdades de Luna [PAUSASA]
Novela JuvenilLivro 2. Pelo que diz o nosso velho amigo dicionário, a mentira nada mais é do que o ato de esconder, ocultar a verdade, por isso, acredita-se que esses dois antônimos são duas coisas distintas, quando na verdade eles não são - muito pelo contrá...