Oh meu amor, deixe-me ser o seu fogo
Estamos a mil milhas para cima e prestes a ficar mais
Sinta meu coração batendo fora do meu peito
Você é a única oração que eu preciso para me fazer sentir bem-aventurado
Oh My Love - The Score
Aquela paisagem me tirava o fôlego sempre! Pelo canto do olho vi uma flor quase caindo da roseira que ficava ao lado da porta da varanda. As pétalas se moviam de um jeito perigoso, pareciam até desafiar o vento que insistia em bater de jeito nelas. Mais a frente, estava o mar, as ondas banhando a areia branca e o som dando a sensação de calmaria.Senti que precisava registrar aquela paisagem e esperava que a roseira ajudasse também e libertasse as pétalas que ainda prendia. A câmera pesava ao redor do meu pescoço, pendurada pela faixa. Deixei a toalha firmemente enrolada em minha cintura, ergui a câmera fotográfica profissional que havia comprado há dois meses com a ajuda da minha namorada, foquei no que queria e esperei um pouco.
Só mais um pouco e...
Cliquei capturando o momento certeiro em que as pétalas foram arrancadas pelo vento e passaram entre a lente e o mar, deixando sobre ele um desfoque e puxando apenas para si a atenção total da câmera. Abri a galeria de fotos e fui analisar melhor a imagem. Calmaria e amor, não sabia bem se era o que a foto passava ou se era o que sentia naquele momento, todo o amor, devoção e o coração sereno por saber que a mulher que dormia no quarto era a única que dormiria ao meu lado pelos anos que a vida me permitisse.
Mal pensei sobre isso quando senti duas mãos tocando minha cintura e, devagar, abraçando-me. Seu rosto se escorou nas minhas costas e toquei seus braços com a ponta dos dedos, em um carinho gentil.
– Você levantou tão cedo – comentou.
Sorri e, com jeitinho, me virei para ficar de frente a mulher que me abraçava. Seus cabelos dourados como caramelo estavam soltos, ondulando ao redor de seu rosto e caindo pelas costas. Vestia apenas sua calcinha e uma blusa de botões com mangas longas, a mesma que usava um dia antes quando fui busca-la no escritório em que trabalhava para passarmos o fim de semana na casa de praia dos pais dela.
– Queria ter tomado banho com você – sussurrou percebendo que eu o tinha feito pelos cabelos úmidos.
– Quer tomar banho agora? – ergui uma sobrancelha.
Sabrina riu e escondeu o rosto em meu peito. Sabia que ela não gostava muito de banhos cedo demais da manhã, pelo menos não se a água tivesse fria e lá não tinha chuveiro elétrico.
Beijei o topo de sua cabeça, os cabelos do tom que eu tanto amava, e ela ergueu os olhos para me olhar. Aproveitei para abaixar meu rosto e beijar sua boca tão convidativa com os lábios carnudos. Estar com Sabrina era meu sonho, muito mais do que fotografia. Fotos se estragam com o tempo, as cores desbotam e o papel se rasga, o amor não, ele é eterno enquanto se mantiver cativado com carinho e cuidado.
Sabrina se afastou para me olhar com um sorriso radiante. Olhou de esguelha só para encontrar a mão que mantinha longe dela por estar segurando a câmera fotográfica.
– Que foto você tirou agora, hein? – quis saber.
Beijei o canto de sua boca antes de aproximar a câmera para deixar que ela veja a foto da galeria, a que tirei pouco antes de ser abraçado. Sabrina me soltou para pegar a câmera das minhas mãos e me pus atrás dela, analisando cada reação sua. Seus olhos se arregalaram, sua boca se abriu minimamente, impressionada, e um sorriso lindo se abriu lentamente enquanto ela desviava os olhos da foto para me olhar.

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Doce Amargo
Historia CortaDoce Amargo - Parte I Com mais de sete anos ao lado da mesma pessoa, é possível pensar que a conhece. Mas Cézar jamais imaginou que estava tão enganado quanto a isso. Não passava por sua cabeça que Sabrina, a mulher que aceitou construir um futuro a...