Esquadrão dos Valentes Vol.3: Na cidade perdida

Capítulo 5 - Treinando

Após o término do culto, o pastor Anderson conversou com Charles.

— Fiquei feliz em ver que você voltou aos caminhos do Senhor meu filho, mas me conte por onde esteve nos últimos anos?

— Passei por muitos problemas e ultimamente eu não conseguia nem dormir. Pensei muito e resolvi voltar para Peniel e me reconciliar com a igreja.

Charles era alto, quase da mesma altura de Cezar e respondeu ao pastor com a cabeça baixa, com um fraco tom de voz.

O pastor pediu o telefone e o endereço de Charles para fazer uma visita, mas Eric o interrompeu dizendo que já tinha as informações que o pastor queria.

O período de férias escolares terminou e Cíntia foi estudar jornalismo na melhor faculdade do país que ficava em Avelar.

Como prometido, ela viria para Peniel todos os finais de semana, principalmente para participar dos treinamentos do esquadrão das meninas. A princípio ela não queria fazer parte do grupo, mas Vanessa a convenceu dizendo que precisava dela.

O sábado chegou e o pastor deu início ao primeiro dia de treinamento.

— Em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer a Deus pelas suas vidas. Em segundo, deixar bem claro que a direção de nossa igreja sabe muito bem o que estamos fazendo aqui. Em mais de 30 anos de vida ministerial eu nunca fiz nada em desacordo com a minha liderança.

— Como vocês já sabem, na nossa festa de duzentos anos nós tivemos um ataque maligno que quase estragou a nossa festa. Ano passado, nossos jovens passaram por um teste muito difícil para recuperar as espadas de prata e travaram uma intensa batalha contra as forças das trevas.

— Ainda no ano passado, eu tive uma visão em que uma grande ameaça atacava a nossa igreja. Naquela visão eu vi jovens armados com as espadas de prata. Por isto temos dois novos esquadrões com 12 garotos e 12 garotas.

— Vocês terão o mesmo tipo de treinamento que os jovens do primeiro esquadrão tiveram e também terão a honra de se apresentarem na festividade da igreja vestidos como soldados.

— Cezar vai supervisionar os dois grupos, mas sempre que puder, também estarei presente. Para melhorar o nível dos treinamentos indiquei um ajudante para Vanessa e um ajudante para Mario.

— Richard vai ajudar Vanessa e Charles ajudará a Mario, conto com a experiência e a disposição dos dois para ajudar nos treinamentos.

Cezar não concordou com a indicação de Charles já que ele tinha se reconciliado com a igreja recentemente.

Os dois grupos foram separados um para cada lado e o pastor declarou.

— A partir desse momento declaro reaberta a escola de soldados Efésios 6.

Antes de partir, o pastor avisou.

— Na próxima semana, o mestre Saito, mestre em lutas e armas, virá treiná-los assim como fez com o esquadrão de Benjamim e com a turma de Cezar no passado.

Charles se inclinou e cochichou para Mario.

— Turma de Cezar, até hoje é assim, é como se não tivéssemos existido.

— Vai começar. — falou Mario balançando a cabeça.

O pastor foi embora e deixou Cezar como responsável pelos trabalhos. O capitão pediu para Vanessa colocar em forma o seu esquadrão e determinar a numeração de cada menina.

Daquela vez a camiseta estava diferente, tinha um número nos ombros, na altura do peito estava escrito valentes e nas costas o nome Efésios 6.

Vanessa já sabia o que faria e chamou as jovens em voz alta. A ordem de chamada já determinaria a ordem em que as meninas ficariam no esquadrão.

Alice recebeu a camiseta número um e Amanda a dois, na sequência vieram: Samantha, Elizabeth, Tifany, Jaqueline, Catarine, Barbara, Nicole, Joana, Karol e Cíntia.

Vanessa ordenou que as meninas fossem trocar a camiseta e voltassem em um minuto já em formação. De volta ao pátio, Alice olhou para trás e deu um grande sorriso para Cíntia apontando o número um em seu ombro. Cíntia fez uma careta dando sinal que não se importava com aquilo.

Mario, ao contrário de Vanessa, que chamou as meninas contando apenas com a sua memória, tinha escrito os nomes dos meninos e relacionado os seus números em um papel que ele não encontrava até lembrar-se que havia deixado o papel com seu filho Hugo.

Ele distribui as camisetas, mas não na sequência numérica como Vanessa e pediu para os meninos irem trocá-las. A maioria voltou rapidamente, mas alguns demoraram cerca de cinco minutos porque ficaram acertando o penteado no banheiro.

Mario colocou os meninos em formação, mas ele não levou em conta a altura deles deixando alguns baixinhos como Akio e Mateus na frente e alguns altos atrás.

Vanessa permaneceu com a expressão séria, mas as meninas e Richard riram muito. Gabriel estava com a camiseta apertada e Mateus com a camiseta praticamente nos joelhos. Cezar interveio e disse a Mario que as camisetas com números menores deviam ser dadas aos rapazes maiores.

Charles não gostou e cochichou no ouvido de Mario.

— Viu só! No grupo das meninas ele não se intrometeu, mas no nosso já vai meter o bedelho.

Mario não respondeu por que viu que estava errado, mas como nunca dava o braço a torcer disse que queria deixar os menores na frente para criar neles um espírito de liderança.

Cezar reorganizou os meninos e os deixou na seguinte ordem: Gabriel, Tiago, Luan, Gustavo, Samuel, Moisés, Hugo, Herbert, George, Willian, Akio e Mateus.

Cezar pediu para Mario mandá-los trocar as camisetas, mas outra vez eles demoraram muito para voltarem para o pátio e Samantha reclamou.

— Nós vamos ficar até que hora esperando as bonecas se arrumarem!

Vanessa pediu calma e as meninas, que já estavam sentadas continuaram esperando os rapazes se aprontarem. Com os meninos de volta e em formação, os dois grupos ficaram em fila um de frente para outro. Cezar entrou no meio deles e deu algumas recomendações.

— A partir da semana que vem vocês já devem vir com as roupas e o coturno conforme eu pedi. Também devem trazer as roupas e o tênis para realizarem os exercícios físicos. O mestre Saito gosta de começar a treinar cedo, portanto, no próximo sábado quero todos aqui às seis da manhã.

Mal sabia Cezar que o primeiro treinamento de mestre Saito com os dois grupos seria marcado por uma grande briga.