Capítulo 16 - 4ª trombeta

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Antes de dormirem, os valentes ouviram Gabriel comentar que quando viu Benjamim entrando na igreja na apresentação do soldado ferido teve um grande desejo de ser um soldado.

Tiago, com os olhos em lágrimas, lembrou-se de que ao final da apresentação dos valentes ele correu na direção de Brian e o abraçou chorando muito.

Ele nunca tinha sentido tanta emoção em sua vida e naquele dia decidiu que queria ser batizado e entregar a sua vida a Deus.

Gustavo e Luan ainda lembraram que estavam juntos com Gabriel e Tiago e que também ficaram com um desejo enorme de um dia serem soldados do esquadrão.

Depois, Charles contou suas histórias de juventude. O vilão dava grandes gargalhadas e divertia os meninos.

Willian contou que tinha o sonho de ser um jogador de futebol e o Charles comentou.

— Magrinho desse jeito você não vai servir nem para pau da bandeira de escanteio.

O vilão soltou uma gargalhada estridente apontando o dedo, sua marca registrada, e fez com que os meninos tampassem os ouvidos.

Mario não deixou barato e contou mais uma história da adolescência de Charles que o vilão preferia ter esquecido.

— Sabem meninos, que quando eu e Charles tínhamos a idade de vocês, o líder dos adolescentes da igreja montou um time de futebol conosco. Eu era titular e jogava de lateral-direito, mas o Charles era reserva.

— O senhor não jogava bem futebol seu Charles? — perguntou Akio.

— Não interessa moleque chato! — respondeu Charles com a cara feia.

— Ele era tão ruim que o nosso líder o colocou como goleiro reserva. E sabem quem era o titular?

— O Cezar! — todos responderam juntos dando muita risada.

— Você tinha que se lembrar disso. Que ódio! — resmungou o vilão cerrando os punhos.

Mario lembrou a todos do que está escrito no Salmo 4.8 "Quando me deito, durmo em paz, pois só tu, ó Senhor, me fazes viver em segurança". Após aquela palavra eles oraram juntos e foram dormir.

O sargento do esquadrão teve dificuldades para pegar no sono porque estava muito preocupado com seu filho Hugo que estava desaparecido.

Os outros dormiram bem, apesar de Gabriel e Tiago não dormirem porque não tinham sono e nem estavam cansados.

Ao acordarem, os soldados comeram o restante das frutas que tinham colhido e foram novamente para as ruas rumo a quinta parte da cidade.

Quando o sol já estava bem alto, eles pararam para tomarem um pouco de água. Naquele momento, um grande som de trombeta foi ouvido e Gabriel mandou todos se abrigarem. Eles esperavam uma nova chuva de pedras de fogo, mas ao invés disso escureceu e o dia virou noite.

Mario mandou que ninguém saísse do lugar, mas Tiago tentou procurar Gabriel para tocarem as suas espadas e tentarem produzir luz. Ele caiu, torceu o pé e gritou de dor.

— Fiquem calmos meninos, não saiam do lugar, acho que o prefeito da cidade não pagou a luz.

Charles ironizou a situação e Mario, nervoso disse ao seu amigo que não hora para brincadeiras.

A luz voltou muito devagar e Gabriel ajudou Tiago a se levantar. Parecia o entardecer na cidade perdida e mesmo com pouca luz Akio olhou para o céu e viu uma águia gigante que veio na direção deles.

O soldado número 11, assustado, saiu correndo pelo meio da rua. Gabriel gritou para que ele se abrigasse, mas o adolescente não ouviu e foi pego pela enorme águia que o levou para cima.

Charles deu muita risada do ocorrido.

— Coitadinho do Akio, tão magrinho que a águia pensou que ele era uma minhoca.

O vilão soltou uma estridente gargalhada e continuou no meio da estrada não ouvindo Mario o mandando sair para se abrigar na casa mais próxima como todos já tinham feito. O invejoso continuou no meio da rua dando risada e gritando.

— Não se esqueça de mandar um cartão no natal quatro-olhos!

Ao ver que as águias estavam próximas dele, Charles tentou correr, mas também foi pego por uma águia gigante e levado para longe do grupo sendo deixado em cima de um monte onde Akio já estava. O menino ficou olhando fixamente esperando que Charles falasse alguma coisa.

— Pare de me olhar assim menino, e esses óculos hein, não saem da sua cara de jeito nenhum não?

— Como nós vamos sair daqui seu Charles?

— Eu não sei, mas isto não tinha que acontecer comigo, que droga, eu vou reclamar com o Escu...

O vilão parou de falar antes de pronunciar o nome de Escuridão e Akio perguntou o que ele ia dizer, mas Charles disfarçou.

O invejoso perguntou onde estava o escudo que Akio segurava e o menino contou que o tinha largado porque a ave gigante o balançou muito no ar.

No chão onde o resto do grupo estava mais águias gigantes apareceram. Mario os mandou se esconderem, mas Gabriel e Tiago não obedeceram e foram enfrentar as águias.

Os dois atingiram as aves que desapareciam deixando uma névoa negra em seu lugar. Com as aves derrotadas, o esquadrão seguiu em frente para procurar Akio e Charles.

Após alguns minutos de caminhada, Tiago, que andava com certa dificuldade após ter torcido o pé viu os dois no alto de um morro.

Tiago estava com o pé machucado e Gabriel decidiu que os libertaria sozinho. Os outros meninos estavam com medo e ninguém se ofereceu para ir junto. Vendo que seu amigo iria sozinho, Tiago não quis ficar para trás e se juntou a Gabriel.

Eles pegaram os escudos que estavam com Mateus e Luan e foram lutar contra as águias gigantes para libertar Akio e Charles. No alto do monte Akio observou algo diferente em Charles.

— Seu Charles, a águia que o trouxe lhe arrancou um tufo de cabelo.

O invejoso passou a mão do lado esquerdo da cabeça e percebeu que lhe faltava um pequeno pedaço de cabelo, o que fez o vilão lembrar-se de uma história de quando era adolescente.

Esquadrão dos Valentes Vol.3: Na cidade perdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora