Capítulo 21 - Imbatível

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Charles, de posse de seu pequeno binóculo, viu um coturno marrom claro, ele subiu sua visão e anunciou o nome de alguém muito conhecido.

— Essa não! É Benjamim! — gritou o vilão ao ver o belo e alto jovem filho de seu grande rival, Cezar.

Benjamim estava acompanhado de seus onze amigos de esquadrão que empunhavam suas espadas e escudos dourados. Ele levantou sua espada e gritou.

— Soldados, para a batalha!

Benjamim foi o primeiro a descer as escadas e a combater os trituradores, seus amigos vieram atrás dele e não deram chance aos monstrengos.

— Agora a gente não perde mais. — disse Tiago.

— Mas tem centenas de trituradores aqui.

— Mesmo assim Gabriel, não tem como perdermos lutando ao lado de alguém imbatível.

Benjamim, o valente imbatível, atacou os trituradores de forma avassaladora e abriu caminho entre eles.

Gabriel aproveitou a distração e pegou o seu escudo e a sua espada de volta. Com a ajuda de Tiago ele atacou os três trituradores gigantes fazendo-os desaparecer.

Luan comemorou ao ver seu irmão mais velho, Augusto.

— Nunca fiquei tão feliz de ver o chato do meu irmão.

— Brian usou seu poder para voar até onde os adolescentes estavam e os ajudar. Richard e os outros valentes vinham após Benjamim e o soldado brincalhão comentou.

— Credo, como esses bichos são feios, parece pizza que caiu no chão e foi esmagada.

Augusto, sempre muito sério, chamou a atenção do seu primo.

— Se concentra na luta Richard, se um destes ferrões o atingir, você fica fora de combate!

Eram centenas de inimigos, mas os soldados bem treinados por Cezar avançaram sem problemas. Rapidamente os valentes eliminaram todos os trituradores e Benjamim elogiou a Gabriel.

— Parabéns por terem resistido tanto. Seu pedido de socorro chegou a Peniel e meu pai nos reuniu com urgência para virmos aqui.

— Mas como vocês se reuniram tão rápido, a maioria está morando fora? — questionou Mario.

— Esqueceu que é feriado prolongado essa semana, por sorte estávamos todos em Peniel. — respondeu Benjamim que mandou amarrarem Charles.

Eles trouxeram o vilão para perto dele, que perguntou.

— O que vocês vieram fazer aqui Charles? O pastor Anderson quer ter uma conversinha muito especial com você, e com Mario.

Charles ficou quieto, mas Mario se justificou.

— Charles nos enganou, ele nos trouxe para cá com a desculpa de levarmos as couraças douradas para Peniel.

Edmundo deu um abraço em Gustavo, seu irmão mais novo dizendo que estava preocupado, mas Augusto chamou a atenção de Luan por acompanhar o grupo em um lugar onde eles não deveriam ir. Richard disse para Augusto que Luan e os meninos não tinham culpa e os dois discutiram como sempre.

Mario, não querendo ficar por baixo, ordenou que os meninos se aprontassem para partir. Benjamim se irritou e gritou com o sargento dos adolescentes.

— Você acha que ainda tem moral para dar ordens?! Você permitiu que Charles os trouxesse para cá! Se não tivéssemos aparecido vocês teriam sofrido uma derrota humilhante!

— Mas estamos todos bem agora, vamos sair e procurar as couraças, todos fiquem em forma para partirmos.

Ninguém obedeceu a Mario e Benjamim gritou.

— Agora quem dá as ordens aqui sou eu, entendeu?!

— Não, eu sou o mais velho, você tem que me respeitar!

— Você é um irresponsável! Trouxe estes adolescentes para um lugar desconhecido e ainda acha que está com a razão!

— O importante é que deu tudo certo, todos estão bem!

— Nada deu certo! Vocês não deviam estar aqui, agora eu sou o líder porque o pastor Anderson assim determinou!

— Vamos ver então, na floresta do medo ninguém chegou até o fim com sua liderança, exceto você!

Benjamim se irritou com a lembrança de Mario e o soldado, que tinha a força de mil homens, o pegou pela camisa e o ergueu do chão.

— Mas eu trouxe as espadas de prata de volta para a igreja! E você, como vai explicar ao pastor que as perdeu depois de pegá-las sem permissão, ele nunca mais vai confiar em você!

Muito irritado, Benjamim devolveu Mario ao chão com muita força fazendo-o cair. Mario, que além de ser baixinho, mancava de um dos pés caiu ao ser colocado de volta ao chão causando um mal-estar em todos que estavam ali.

Brian imediatamente ajudou Mario a se levantar e pediu calma para o seu amigo. Augusto sussurrou para Benjamim que Hugo, filho de Mario estava ali presente.

Mario, com os olhos marejados, reclamou chorando.

— Eu conheço seu pai desde que éramos jovens! Eu jamais o vi fazer algo assim com ninguém, ele era gentil, educado, posso ter errado, mas você não tem o direito de agir assim comigo!

— E você não tem o direito de me acusar, guarde essa choradeira para o pastor Anderson, ele está morrendo de vontade de falar com você, seu fanfarrão!

Os olhos do valente imbatível ficaram negros e Augusto, com medo que Benjamim desse lado a sua parte sombria, encerrou a discussão.

— Pessoal, por determinação do pastor, Benjamim é o líder dos dois esquadrões até sairmos daqui. Mas Gabriel e Tiago continuam a liderar os meninos, mas sobre nossas ordens, tudo bem?

Akio não concordou.

— Preferia que fosse o Brian, ele é mais calmo e bonzinho. O Benjamim é muito ruim e bravo.

Todos olharam com espanto para o pequeno soldado que foi repreendido por Mateus.

— Akio seu burro, se você queria uma chance com a Alice acabou de jogar tudo fora, esqueceu que o Benjamim é irmão dela, além disso, olha o tamanho dele.

— Mas ele quer resolver tudo na força, não precisava ter jogado o seu Mario no chão.

Benjamim fitou o pequeno valente e não disse nada, já Charles comentou.

— É a primeira coisa inteligente que o pequeno soldado disse desde que o conheci. Benjamim nada mais é do que o retrato do seu pai, um líder que gosta de humilhar os outros e de ficar com todos os créditos.

Brian pediu para Benjamim não ligar para o que Charles falava e o imbatível ordenou que todos o seguissem para fora da cidade.

— Você está indo para o caminho errado girafão, as couraças estão na outra parte da cidade. — falou Charles.

— Nossa prioridade é levar os meninos embora, não temos interesse nessas couraças.

— Mas elas poderão ser muito úteis no futuro, pense bem.

— Já estamos decididos, nós vamos embora. E você, vai ficar? Acho melhor vir conosco, não estou vendo ninguém para te ajudar?

Charles não respondeu e Benjamim iniciou a marcha para fora da caverna sendo seguindo pelos demais, mas quando eles estavam entrando no corredor que dava para a saída, um som de trombeta foi ouvido na caverna.

Aquele som era um pouco desafinado e bem diferente do que os valentes faziam. Após o toque, doze soldados vestidos de preto entraram na enorme caverna. Charles riu muito e gritou.

— Fiquem jovens, quero que conheçam os soldados da escuridão.

Esquadrão dos Valentes Vol.3: Na cidade perdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora