Capítulo 10 - Castigo

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Alice foi a primeira a ser premiada com a medalha de ouro pelo pastor Anderson. Amanda foi a segunda, e na vez de Samantha o pastor se confundiu e entregou a medalha para Elizabeth pulando a vez dela. A guerreira número três se irritou e reclamou com o pastor em voz alta.

— Ei, eu sou a próxima e não ela!

— Não grite com o pastor Samantha.

Samantha não gostou de ter sua atenção chamada por Amanda e a empurrou mandando-a calar a boca. Alice tentou acalmar sua amiga pegando-a pelo braço, mas Samantha tentou se soltar de Alice fazendo com que ela tropeçasse e caísse em cima do pastor Anderson.

Ambos caíram ao chão junto com as medalhas e Cezar correu para levantá-los do chão. Charles, que estava junto com Mario comentou com ironia.

— Nunca vi tanta falta de educação, não adianta nada serem as melhores e não terem o mínimo de respeito.

— É meu amigo, infelizmente, tenho que concordar com você agora.

A entrega das medalhas foi interrompida e o pastor, muito irritado, chamou as meninas para conversar na sala de aula. Cíntia não foi dizendo que não tinha mais idade para levar bronca e o pastor perguntou para a Samantha o motivo dela se comportar daquela maneira, mas ela não respondeu abaixando a cabeça.

O pastor, com pesar, informou que as meninas não iriam acampar no meio do ano como já estava planejado.

Cezar e Vanessa lamentaram a decisão e algumas meninas, principalmente Jaqueline, questionaram o pastor dizendo que apenas Samantha devia ser castigada, mas o pastor não voltou atrás em sua decisão.

Novamente em fila as meninas receberam as suas medalhas. Na sequência os meninos foram premiados com medalhas de prata pelo pastor que elogiou muito o comportamento deles.

Após a premiação, o pastor fez um pedido aos líderes dos jovens soldados.

— Bom, não resta outra coisa a não ser ter paciência, mas sejam rigorosos e exijam disciplina.

Passaram-se algumas semanas e os meninos do esquadrão, com folga na escola devido a um feriado, se prepararam para acampar com Mario e Charles. Cezar gostaria de ir junto, mas o pastor disse que não havia necessidade.

Charles e Mario planejavam o que levar para acampar quando Charles deu uma sugestão ao sargento dos valentes.

— Eles querem que acampemos na floresta do medo, mas eu tenho um lugar melhor.

— Aonde Charles?

— Na beira da montanha de Edar, logo após atravessarmos o vale da solidão.

— Mas por que irmos para lá?

— Lá é muito melhor Mario, tem algumas cachoeiras e lagos para os meninos se divertirem.

— Mas não foi lá que você, Cezar e mais alguns ficaram vários dias sem dar notícia?

— Sim, por isso mesmo, eu conheço tudo por lá.

Mario disse que iria pensar e conversar com Cezar a respeito, mas Charles pediu para ele não contar porque tinha mais uma ideia.

— Vamos levar as espadas de prata, assim podemos fazer os meninos treinarem nos dias em que estivermos lá.

Mario ficou pensativo e perguntou.

— Mas como vamos pegar as espadas? Apenas Cezar tem a chave da classe onde elas ficam trancadas. Se for assim vamos ter que falar com ele.

— Tem razão meu amigo, mas podemos pegar as espadas e os escudos originais.

— Está louco Charles, as originais ficam guardadas em um compartimento secreto no gabinete do pastor Anderson. Não tem a menor possibilidade de entramos lá. Eu mesmo só entrei lá uma vez.

— Mas eu já pensei em tudo, apenas o pastor, Cezar e Eric tem a chave da secretaria. Não temos como enganar o pastor ou a Cezar, mas o Eric eu consigo. — disse Charles com um grande sorriso.

— Isso não vai dar certo Charles, se descobrirem que pegamos as espadas vão nos acusar de roubo.

— Não se preocupe meu amigo, vamos pegar e devolver as espadas sem ninguém perceber, confie em mim.

Na sexta-feira à noite, após o ensaio da mocidade, Charles apareceu junto com Mario na igreja e ligou para Eric ir se encontrar com eles.

O pastor assistente apareceu e Charles disse que queria tirar umas fotos das espadas de prata originais para fazer uma réplica. Eric relutou, mas abriu a porta da sala de armas.

No momento em que Charles tirava as fotos, o alarme do carro de Eric disparou e ele saiu correndo para verificar, deixando-os a sós.

Charles disse a Mario.

— É agora a nossa chance, pegue as espadas de prata e as leve para o fundo da igreja onde treinamos os meninos, rápido.

— Mas ele vai voltar e vai perceber que pegamos.

— Não vai não. Eu paguei um menino para fazer o alarme do carro dele soar dez minutos sem parar, temos tempo suficiente.

— Mesmo assim ele vai perceber que faltam doze espadas.

— Eu vou fechar a porta e entregar a chave, ele não vai desconfiar de nada. Vá e volte rápido para que ele não desconfie.

— Você sabe que eu não consigo correr Charles.

Com dificuldade, Mario pegou as doze espadas e as levou para o pátio.

Passados dez minutos Eric voltou irritado com o alarme de seu carro e encontrou Charles e Mario de pé do lado de fora do gabinete do pastor.

Ele certificou-se que a porta estava trancada, pegou as chaves com os dois foi embora, mas Charles tinha pegado a chave que trancava o gabinete do pastor. Eric não percebeu porque seu molho de chaves era muito grande.

Charles comemorou muito, mas Mario não se sentiu muito bem de enganar um pastor. Eles entraram novamente no gabinete do pastor e Charles pediu para Mario lhe ajudar a pegar os escudos que estavam embaixo da mesa do pastor.

Mario achou que eles levariam apenas as espadas e questionou ao seu amigo como eles fariam para levar as armas sem que ninguém visse. Charles contou que pediria a um amigo para levar as espadas e os escudos um dia antes para o vale.

Os dois tomaram o cuidado de não serem vistos por ninguém e minutos depois o zelador trancou a igreja sem que nada tivesse acontecido.

No dia seguinte, bem cedo, os meninos estavam prontos para ir acampar com Charles e Mario.

Cezar e o pastor Anderson foram dar as últimas instruções e orar para que eles fossem em paz. Era a primeira vez que alguns dos meninos saiam para acampar e mal sabiam que viveriam a maior aventura de suas vidas.

Esquadrão dos Valentes Vol.3: Na cidade perdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora