Capítulo 20 - Encurralados

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— Não concordo. — disse Gabriel que foi apoiado por Tiago.

— Eu também. Os meninos menores não aguentam com os escudos e não tem habilidade com as espadas.

Gustavo ficou com um escudo e deu sua espada para Hugo. Charles concordou com Mario e disse que Gabriel e Tiago eram egoístas e que não sabiam trabalhar em equipe.

Pressionado por Mario, Luan deu a espada que empunhava para Herbert enquanto Samuel trocou a espada com Willian que estava com um escudo.

Gabriel e Tiago não deram as suas espadas e Tiago questionou o invejoso.

— Seu Charles, o senhor disse que nessa parte da cidade acharíamos as couraças e a saída, mas o senhor parece não saber para onde estamos indo.

— Sei sim, é só seguir em frente, vamos andando e pare de fazer perguntas, eu sou um especialista em trilhas meu jovem. — disse Charles com um ar de superioridade.

Akio se aproximou de Charles e perguntou.

— Seu Charles, então o senhor sempre foi bom para andar em trilhas e cavernas?

— Sim, claro. Bom, para falar a verdade, na primeira vez eu me perdi feio. Foi na primeira vez em que eu acampei com os adolescentes da igreja. Me deu uma tremenda dor de barriga e sai desesperado para a mata, mas fui muito longe e como não achava o caminho de volta gritei pedindo socorro.

— O nosso líder mandou alguns meninos em meu encalço e um deles me encontrou.

— Seu Charles, não vai dizer que quem encontrou o senhor foi o Cezar?

— Não foi ele, mas foi pior, foi o Vicente, pai do Richard, ele ficou dias tirando sarro de mim, preferia ter ficado perdido. Que ódio! — concluiu o vilão cerrando os punhos.

Após alguns minutos de caminhada eles chegaram a uma ponte de madeira bem estreita que ficava pendurada sobre um grande precipício.

Os soldados fizeram fila para passar com Gabriel, Tiago e Charles a frente, os outros meninos vinham atrás com Mario por último.

Exatamente quando todos estavam na estreita ponte houve um tremor de terra e os meninos, com exceção de Gabriel, Tiago, Gustavo e Luan soltaram suas armas para se segurar nas cordas da ponte.

Agora o grupo tinha poucas armas novamente e Mario ficou desolado com a situação, ao contrário de Charles que riu muito e ironizou os meninos.

— Se fosse um celular no lugar da espada, com certeza eles não soltavam.

Mario concordou com Charles e eles continuaram andando em busca das couraças até chegaram a um local muito grande e bem iluminado.

Eles desceram vários degraus e caminharam pelo que parecia um grande salão. O local era tão grande que Mario calculou uns três minutos a pé para chegar até o final dele. Charles garantiu que as couraças estavam no fim da imensa caverna e que após as pegaram eles poderiam ir embora.

Quando estavam na metade do caminho um som de marcha foi ouvido pelos valentes. Eram os trituradores invadindo o local. Mario mandou todos correrem e Charles deu um grande sorriso.

Os valentes chegaram ao final da grande caverna e subiram vários degraus ficando encurralados. A única vantagem é que eles estavam em um plano mais alto do que o chão, o que facilitaria a defesa deles.

Gabriel pediu para que os seus amigos recuassem para o fundo de onde eles estavam, que ele e Tiago, os únicos com espadas e escudos enfrentariam os monstros. Gustavo e Luan que portavam escudos fizeram uma linha com os dois valentes para não deixar seus inimigos passarem.

À medida que Gabriel e Tiago atingiam os trituradores, eles desapareciam ficando uma névoa negra em seu lugar. Os valentes se protegiam da cauda em forma de ferrão dos vilões, mas um deles pulou a proteção formada pelos quatros soldados.

O triturador foi atingido por Gabriel, mas antes desarmou a Gustavo fazendo com que o valente soltasse seu escudo sobre os seus inimigos. Sem seu escudo, Gustavo correu para o fundo junto com os outros valentes. Mario tentava acalmar os meninos e Charles estava estranhamente calmo.

O número de trituradores não parava de aumentar e Luan, distraído com a chegada de mais inimigos também foi desarmado. Charles finalmente confessou.

— Sinto informar, mas a minha missão era trazer vocês até aqui para que fossem derrotados.

— Charles seu traidor, como pode fazer isso com a gente! — reclamou Mario.

— Não tenho mais nada a dizer meu amigo. Aliás, tenho sim, as couraças não estão aqui, estão lá na outra parte da cidade, nos depósitos.

O vilão deu uma grande gargalhada, se aproximou de Gabriel e Tiago e fez os dois perderem suas armas. Tiago ergueu um campo de força e disse a Gabriel.

— Agora não precisamos mais de ajuda, mas sim de um milagre.

Gabriel estava muito nervoso e falou.

— Ontem à noite a gente pediu socorro pelo rádio, será que alguém escutou?

De repente os estranhos seres pararam de atacar. Os valentes ouviram passos poderosos vindo em sua direção. Eram três trituradores gigantes que atravessaram a caverna e se aproximaram dos valentes.

Os três golpearam ao mesmo tempo o campo de força de Tiago que não resistiu e caiu. Ele e Gabriel também recuaram esperando o golpe final dos trituradores gigantes enquanto o invejoso, um pouco afastado deles, gargalhava.

Quando os trituradores gigantes se aproximaram dos valentes, um som de trombeta soou dentro da caverna. Os vilões pararam porque o som não era como os anteriores.

Novamente o mesmo som de trombeta se ouviu e a caverna silenciou por alguns segundos até que um terceiro toque bem longo soou novamente.

Figuras familiares aparecem ao longe em um plano superior. Os olhos de Tiago marejaram de lágrimas e ele falou.

— Estamos salvos.

Do outro lado, doze pessoas, empunhando escudos e espadas chamaram a atenção de todos.

— Eu não acredito, mandaram as meninas nos salvar, agora elas vão tirar sarro da gente para o resto da vida.

Gustavo se lamentou e Gabriel ficou em dúvida.

— Será que são as meninas, não dá para ver direito.

O invejoso tirou seu pequeno binóculo do cinto e gritou.

— Essa não...!

Esquadrão dos Valentes Vol.3: Na cidade perdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora