Capítulo 23 - Anaquins

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Enquanto Benjamim e seu grupo combatiam os soldados da escuridão, Gabriel seguia o caminho indicado por Benjamim rumo ao vale da solidão.

— Estamos indo pelo caminho certo?

— Sim Akio. — respondeu Gabriel.

— E se estivermos errados?

— Benjamim falou que esse é o caminho, não tem outro.

— Mas e se ficarmos perdidos aqui?

— Não vamos ficar perdidos Akio!

Gabriel se irritou, mas Akio continuou a perguntar.

— Será que falta muito?

Os outros valentes e Charles se irritaram e mandaram o pequeno soldado calar a boca.

Após andaram por cerca de vinte minutos os soldados observaram um raio de sol vindo de fora, sinal que a saída estava próxima, mas um tremor de terra abalou o lugar e alguns soldados caíram. Uma pedra atingiu Luan na cabeça e ele perdeu a consciência.

Aproveitando o tumulto causado pelo tremor de terra, dois seres minúsculos com um metro de altura pularam em cima de Gabriel e Tiago tentando tirar as suas espadas.

Os adolescentes empurraram os dois que caíram à frente deles. Eles pareciam os seres infernais, mas ao contrário dos seres, era possível ver os seus rostos que eram horríveis.

Suas mãos eram deformadas e ressecadas assim como os seus rostos, eles andavam curvados e todo o corpo deles, exceto a mão e o rosto era coberto por uma capa preta.

— Quem são vocês? — perguntou Gabriel.

— Nós somos os anaquins, os guardiões das espadas de prata. Eu sou Emin e ele é Emir.

O tom de voz de Emin era maligno e baixo, assim como de Emir, que falou.

— Nós queremos as espadas de prata, o grandalhão amigo de vocês as pegou no ano passado e as levou embora. Ficamos com medo de enfrentá-lo e os deixamos ir.

— Não vamos entregar, saiam da frente! — gritou Tiago.

Os dois seres jogaram uma bomba de gás no chão e os valentes caíram perdendo os sentidos.

— Agora vocês vão dormir e nós vamos levar as espadas que são nossas por direito. — disse Emir.

Antes de cair, Gabriel cochichou algo no ouvido de Tiago e os dois caíram por cima das suas das espadas.

Os anaquins não eram fortes e tiveram dificuldades para retirar as espadas debaixo dos dois soldados, mas quando estavam quase conseguindo pegá-las os dois valentes se levantaram e atacaram os dois seres com muita violência.

Gabriel atingiu Emir provocando uma ferida em seu rosto enquanto Tiago provocou um corte na mão de Emin que fugiu gritando de dor. Gabriel quis ir atrás dos dois, mas Tiago não quis deixar seus amigos inconscientes sozinhos.

Os dois eram praticantes de natação e tinham por hábito prender a respiração por um bom tempo, por isso não respiraram a toxina lançada no ar pelos anaquins.

Os soldados, Mario e Charles voltaram à consciência e Mateus, pensativo com a revelação dos anaquins, concluiu.

— Eles falaram que as espadas de prata pertencem a eles, então devem estar com as armas que perdermos.

Tiago não concordou.

— Eles podem estar mentindo, não devemos confiar neles.

— Em todo o caso é a nossa chance de recuperar as espadas que perdemos. — falou Mario.

Gabriel resolveu ir atrás dos anaquins e escolheu Tiago, Luan e Gustavo para ir com ele. Tiago disse que se caso eles demorassem em voltar, os adolescentes restantes deveriam ir embora sozinhos para Peniel junto com Mario.

O grupo partiu atrás dos anaquins, mesmo com Tiago achando que era uma armadilha. Gabriel estava com vergonha de voltar para Peniel apenas com duas espadas depois de todo o trabalho que o esquadrão de Benjamim teve para buscá-las.

Eles desceram muitos degraus e Gustavo se mostrou pessimista.

— Será que os anaquins falaram a verdade. Será que não estamos indo pra uma armadilha?

— Vamos com cuidado agora, os rastros deles sumiram, mas eles devem estar por perto. — alertou Gabriel.

Os valentes andaram alguns metros e viram uma luz brilhando por entre duas rochas. Gabriel empurrou uma delas e viu um lindo depósito de armas que mais parecia um santuário.

Gabriel fez um gesto com a mão para os seus amigos ficarem em silêncio e entrou no depósito onde estavam as espadas e os escudos de prata perdidos.

Os valentes combinaram de pegar as espadas e depois voltar para pegar os escudos, mas quando Gabriel tirou a primeira espada do lugar uma rede de cabo de aço caiu do teto prendendo-os no chão.

Quando mais eles tentavam se soltar, mais presos ficavam e os dois anaquins sorrateiramente se aproximaram. Eles davam uma risada abafada e sarcástica irritando os soldados que se debatiam tentando se soltar.

Os anaquins, sem perder tempo, lançaram um gás sonífero bem no rosto de Gabriel e Tiago fazendo-os dormirem. Eles sabiam que os dois tinham condições de se livrarem da rede de aço e não quiseram correr riscos.

Gustavo lamentou-se.

— Não adianta, estamos presos nessa rede e ela se retrai quando fazemos força.

— Mas e agora, como vamos sair daqui? — perguntou Luan.

Emir, com a mão na face devido ao corte feito em seu rosto por Gabriel, afirmou.

— Não vão sair, serão nossos prisioneiros para sempre.

Querendo ganhar tempo, Gustavo perguntou aos anaquins.

— Quem são vocês e de onde vieram?

— Não interessa, o importante é que pegamos o que é nosso de volta.

— Mas por que vocês querem tanto as espadas?

— Nossa pele tem uma deformação horrível e apenas o contato com a espada de prata alivia nossa dor.

— Mas nós temos vários objetos de prata em nossa cidade, podemos trocar com vocês.

Os anaquins riram muito da proposta de Luan.

— Apenas as mágicas espadas de prata forjadas na cidade perdida aliviam nossa dor, mas chega de perguntas, fiquem aí que já voltamos.

Os anaquins perceberam que alguém ouvia a conversa e surpreenderam o ouvinte prendendo-o junto aos outros.

Esquadrão dos Valentes Vol.3: Na cidade perdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora