Capítulo 14 - 3ª trombeta

8 2 0
                                    

Gabriel lançou uma corda que estava amarrada a um balde e retirou Luan do poço valendo-se de sua grande força.

Mario perguntou como ele tinha ido parar ali e o valente não soube responder. Tiago perguntou para Luan onde estavam as suas armas e ele respondeu que estavam dentro do poço.

— Mas por que você as deixou lá?! – reclamou Mario.

— Não dava para segurar a corda e trazer as armas.

— Nós estamos sem nenhuma arma! Temos que pegá-las! — gritou Mario irritado.

Gabriel olhou para Akio e teve uma ideia. Akio estranhou a maneira de olhar de Gabriel.

— Por que está olhando assim Gabriel, eu não vou descer lá não.

— Vai sim. — respondeu Gabriel sorrindo.

O pequeno soldado foi amarrado pelos pés e içado de cabeça para baixo por Gabriel que o puxou de volta com a espada e o escudo de Luan.

— O que acontece com os óculos dele? Já enfrentamos inundações, tremores de terra e mesmo ficando de cabeça para baixo os óculos não caem do seu rosto, parece até que estão grudados? — comentou Charles com Mario.

— Curioso mesmo, mas nunca o vi sem os óculos, o grau dele é muito forte e ele não enxerga nada sem eles.

O invejoso colocou a mão no queixo e pensou consigo mesmo que era bom saber daquela informação.

Gabriel deu a espada para Tiago e o escudo para Luan que reclamou com Mario que a espada era dele. O sargento concordou com a decisão de Gabriel e Luan ficou de cara feia para satisfação de Charles, que via a inveja que havia plantado em Luan dar frutos.

Outro grito de socorro foi ouvido de dentro de outro poço e Gabriel verificou que se tratava de Gustavo. Tiago observou que o céu estava ficando negro e pediu para Gabriel se apressar.

Gustavo foi retirado do poço, mas a exemplo de Luan, deixou as suas armas para trás. Gabriel olhou para Akio que tentou correr, mas foi seguro por Tiago.

— Vai ter que descer de novo. — disse Tiago sorrindo.

A espada e o escudo de Gustavo foram pegos por Akio que os entregou para Gabriel, que decidiu.

— A espada fica comigo e o escudo com você.

Gustavo, muito irritado, reclamou.

— Não, os dois são meus, você quer mandar em tudo e em tudo mundo, pode devolver minha espada!

O invejoso entrou na discussão e disse para Mario que a espada por direito era de Gustavo e que ninguém tinha mandado Gabriel perder a dele. Mario não concordou e disse que seria melhor dividirem o armamento.

A discussão continuou áspera até que se ouviu novamente o alto soar de uma trombeta.

A luz do sol sumiu e uma grande pedra caiu do céu como se fosse uma estrela cadente pegando fogo. Gabriel gritou para todos pularam em uma vala próxima de onde estavam e Tiago ergueu um campo de força para proteger o grupo.

A pedra gigante caiu bem próxima de onde o grupo estava e o barulho do impacto foi ensurdecedor. A terça parte de toda a plantação, das árvores e dos poços foram destruídos.

O grupo permaneceu imóvel por um bom tempo até que Gabriel saiu para verificar. Para sorte deles a pedra de fogo caiu por onde eles já tinham passado e o caminho para a próxima parte da cidade ainda estava livre.

Ainda assustados com a total destruição a sua volta, eles voltaram a caminhar, mas um homem que se vestia como se tivesse vivido a centenas de anos atrás os acusou.

— Veja o que vocês fizeram, acabaram com nossas plantações e envenenaram as nossas águas.

— Como assim? Não fizemos nada, foi à pedra que caiu do céu. — falou Mario.

— Caiu porque vocês estão aqui! Vejam o que fizeram com a nossa água!

O homem pegou um pouco de água com as mãos e a jogou no rosto de Mateus que perdeu os sentidos ao absorver a água.

Enquanto todos olhavam para Mateus, o homem sumiu e a terra começou a tremer. Gabriel colocou Mateus nos ombros e correu para a saída com o restante do grupo.

Ao se aproximarem da saída, a terra cedeu e todos caíram. Ao olharem para cima eles viram vários seres vestidos de preto flutuando na direção deles.

— O que é aquilo?! — indagou Akio assustado.

— São os seres infernais! — respondeu Mario.

— E o que vamos fazer? — perguntou Gustavo.

— Vamos atacá-los, não podemos deixar nos cercarem! — gritou Gabriel, que tomou a frente e atacou os seres infernais com violência.

Tiago também eliminou a vários deles e Gustavo e Luan, utilizando-se dos seus escudos ajudaram os seus amigos a derrotarem os seres infernais.

Já próximos da saída da terceira parte da cidade, o homem misterioso apareceu novamente no primeiro degrau que levava a próxima parte da cidade.

O homem mudou de forma e virou um monstro. Ele ficou com três metros de altura e suas roupas rasgaram. Seus olhos ficaram vermelhos e suas mãos com enormes garras.

O monstro estava decidido a destruir os valentes que contavam com apenas duas espadas e dois escudos para enfrentá-lo.

Esquadrão dos Valentes Vol.3: Na cidade perdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora