Capítulo 6: Quem vai sair?

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[Sarah]

Uma semana com ele aqui em casa me deu motivos o suficiente pra perceber o quanto ele é um babaca e insuportável. E mimado. Infelizmente lindíssimo, de vez em quando o peguei sem camisa andando pelo corredor e apesar de brigar com ele falando que aqui não é um motel, gosto bastante da vista. Mas isso não compensa em absolutamente nada, já que continua chato pra caralho. Felizmente já estou domando a peça, minha casa, minhas regras. A polícia de LA intensificou as buscas por ele desde anteontem, provavelmente tem viaturas rondando aqui nas ruas a cada meia hora. Porém, tenho o bônus de não passarem na minha casa, ele não poderia ter encontrado esconderijo melhor.

É sábado de manhã e levanto cedo pra fazer a faxina. Não lembro da última vez que fiz uma geral na casa e estranhamente me sinto animada para fazer isso. Assim que tomo um café com leite e algumas torradas, coloco o Panic! At the Disco no Spotify para tocar e começo lavando a pilha de louça da pia.

Been traveling in packs that I can't carry anymore
Been waiting for somebody else to carry me
There's nothing else there for me at my door
All the people I know aren't who they used to be

— Sarah, você não se cansa dessa banda saturada? — Brendon aparece, encostando no balcão, o cabelo bagunçado de quem acabou de acordar.

— Agora pronto. Você deveria lavar sua boca com sabão antes de direcionar a palavra pra banda do milênio. Tem café pronto e torradas na mesa. — aponto para a mesa e ele senta, enquanto resmunga algo, provavelmente reclamando da música que estou escutando. A música para e toca um trap, olho pra trás e vejo que ele pegou o telefone.

— Brendon?

— Você nunca escutou Post Malone? Que mal gosto.

— Babaca.

— Sensato, você quer dizer.

— Nossa, que afronta... Assim que terminar de comer, pega a vassoura e começa lá na sala.

— Preguiça... Eu passo. — como é que é?

— Tá achando que aqui é hotel, brendon?

— Eu não estou pagando?

— Pra ficar aqui, não pra eu ser sua empregada. — pego a xícara dele assim que termina — Vamos.

Ele pega a vassoura, já puto e enquanto ele varre o chão da pior forma possível, meu celular chama, vendo que é Nicole no visor. Hoje é sábado, então muito provavelmente é mais um convite pra sair e eu já não aguento mais.

— Oi Nicole.

Sarah, o Mike e o Dallon chamaram a gente pra ir no Portland Bar, você vai? — não falei?

— Não sei, Nic... No Portland?

Eles queriam sair um pouco da rotina do bar da esquina. Vamos, faz tempo que não sai de casa.

— Acho que vou gripar. — jogo uma desculpa bem esfarrapada que sei que ela não vai acreditar.

Nem vem, pensa e me avisa, tá? Se quiser você pode levar o bandidão também.

— Garota? — fico surpresa com a audácia — Mesmo se eu fosse e quisesse levar ele, ele não pode sair, lembra?

Te vira amada. Mais tarde te ligo, beijo.

Ela desliga antes que eu possa reclamar de mais alguma coisa. Olho para Brendon, que terminou de varrer a sala e está limpando a estante com lustra móveis.

— A Nicole chamou a gente pra sair hoje.

— Quem?

— É a minha amiga.

— Como assim "a gente"? — ele pergunta, confuso — Você contou de mim para ela?

— Mas é óbvio, o que você esperava?

— Você é muito boca grande Sarah, espero que isso dê errado pra nós dois pararmos na cadeia.

— Ela é confiável, ao contrário de certas pessoas.

— Eu deveria me sentir ofendido? — ele chega ao balcão — Enfim, ela é bonita?

— Ela namora seu doente.

— Grossa. Enfim, que horas a gente vai sair?

— Quem vai sair? — olho para ele, confusa.

— A gente?

— Eu mesmo não e muito menos você.

— Ah Sarah, qual o problema?

— A polícia, Brendon? Você só pode estar louco. Que parte do "Não pode sair porque 100 policiais estão atrás de você" não entendeu?

— Eu tô mofando aqui dentro, Sarah.

— Problema seu, ninguém mandou você ser procurado da polícia.

— Como se eu já não me sentisse criminoso o suficiente. — ele me olha, quase que piedoso — Vai ser legal, vamos.

Fico em silêncio enquanto ele repete o "vamos" várias vezes até eu perder a paciência, Brendon Urie é uma criança de 5 anos de idade e eu não sabia.

— Okay Brendon, chega. Eu vou pensar. — Subo ao meu quarto antes que ele possa perturbar mais ainda.

✦ ✧ ✦

8 horas da noite e aqui estou eu me arrumando pra sair. Com o Brendon. Nicole me perturbou para sair pelo resto da tarde, assim como Brendon e eu acabei convencida. Olho para o meu guarda-roupa e preciso renovar ele urgentemente, só tenho roupas de escritório e calças jeans. Vejo um vestido brilhante preto lá no fundo e agradeço por ele não estar tão curto. Começo a me maquiar e quase desisto por estar tão enferrujada nisso, mas assim que eu termino, acabo gostando do resultado. Me olho no espelho e realmente percebo que faz um bom tempo que não saio de casa. Okay, vamos resolver isso.

Desço as escadas indo até a porta, onde vejo Brendon me esperando e meu Deus... Ele veste um blazer preto e calçando um all star clássico, com aquele cabelo infernal extremamente arrumado. Quase mordo o lábio em resposta, mas consigo me conter.

— Nada mal, Urie.

— Você também está ótima, Sarah.

— Não esquece o moletom.

— Vai bagunçar meu cabelo, porra.

Reviro os olhos e ele põe, relutantemente. Saímos correndo para o carro antes que alguém nos veja.

Partners in Crime [The Uries]Where stories live. Discover now