Capítulo 13: Você é um imbecil?

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[Brendon]

— Brendon... Eu... Onde você encontrou isso? — seguro o crachá, trêmulo de um ódio inabalável. Tento raciocinar do porquê dela não ter falado isso para mim, mas todas as soluções levam a um final ruim. Muito ruim. Uma policial, Brendon. Como você pôde deixar se envolver com uma policial? Me sinto completamente apunhalado pela minha própria parceira, ou o que era pra ser uma parceria.

— Do que isso importa?

— Importa que você tá mexendo nas minhas coisas? — acabo rindo de nervoso.

— O armário da cozinha claramente é um local bem íntimo, não é? — ela me encara, provavelmente sem saber o que falar — Você deveria ter me falado, eu confiei em ti, Sarah.

— Eu ia te contar, mas assunto não surgiu. — Ela só pode estar de brincadeira comigo. Me afasto dela, indo até a cozinha tomar uma água ou eu vou explodir ali mesmo.

— Vou fingir que não escutei essa parte.

— O que você quer que eu fale, Urie?

— Que você provavelmente iria me entregar pra algum amigo seu na hora que lhe fosse conveniente.

— Brendon? Eu não faria isso.

— Quem pode me garantir isso? Quem? — a raiva sobe, me fazendo falar coisas totalmente sem pensar. — Foi um erro eu ter me envolvido com você.

— O que? — sua voz falha, mas não me impede de prosseguir com o meu raciocínio.

— Talvez eu esteja te vendo agora como a pior pessoa desse mundo por ter me escondido, como acreditar que não tem policiais vindo pra cá? — espero uma resposta, mas ela apenas me olha em silêncio, trêmula — Sarah?

Mais silêncio. Ela volta em direção ao sofá, onde senta com as mãos na cabecinha e vejo lágrimas caindo. Fico um pouco desconcertado olhando aquela cena, até que alguns minutos depois volta o olhar ao meu, ainda chorando.

— Então quer dizer que você fica aqui na minha casa esse tempo todo, compartilhamos coisas juntos, eu crio um apego a você tão forte a ponto de ficar preocupada contigo... Brendon, nós transamos horas atrás. Eu me entreguei pra você me dizer que eu vou trair você? — penso em responder mas ela me interrompe — Você sabe por que você ainda está aqui na minha frente? Porque eu te amo seu imbecil. Eu nem sei por que eu contei isso depois da chuva de ódio que eu recebi hoje, mas é isso. Eu te amo, Brendon Urie. Tá, eu vou tomar um banho porque estou um lixo e quando eu voltar, não quero mais te ver aqui, você tá ouvindo?

Apenas vejo ela subir as escadas enquanto estou perplexo com o que ela me disse. Ela me ama? É isso mesmo? Vou ao sofá antes que eu caia pra trás, aquele monte de informações voando em minha cabeça e me deixando completamente tonto. Escuto o chuveiro ao fundo e minutos depois o telefone toca. Não atendo. O telefone insiste em tocar e acabo atendendo.

Oi, Nicole aqui. Brendon?

— Sou eu, sim.

VOCÊ É UM IMBECIL? — ela grita no telefone e reviro os olhos — O que você tem de beleza tem de BURRO.

— Agora pronto.

A Sarah me contou da palhaçada que você fez. Ela tá arrasada por sua culpa, eu só não vou aí por que tá chovendo muito, se não eu te jantaria na porrada.

— Nicole, eu já sei de tudo. Ela mentiu pra mim.

E desde quando ela mentiu?

— Eu vi aquele crachá com os meus próprios olhos. Você não acha que isso já é o bastante?

Deixa eu explicar uma coisa, ela não é mais da corporação, seu filho da puta.

— Como assim? — sou pego de surpresa.

Ela saiu ano passado, Brendon. Na moral, o que tu tem na cabeça? A Sarah ia te contar tudo cara, ela ficava enchendo meu saco toda vez me perguntando se ela devia contar. Sério, estou decepcionada contigo.

— E... — fico completamente desconcertado com toda aquela informação — O que eu posso fazer?

Resolva as coisas com ela ou você é um homem morto.

Ela desliga o telefone, me deixando olhando a parede por alguns minutos. A Nicole tem razão, eu sou muito burro. Ela provavelmente iria me contar sobre ter sido policial e sobre o que ela sente... Sobre a gente e eu de idiota estraguei tudo. Eu a amo também, inferno. Percebo isso agora com toda a clareza do mundo. Não era apenas a transa, ela é a melhor pessoa que eu já conheci. Eu não posso perdê-la.

Com esse pensamento, eu subo atrás dela. A porta do banheiro está entreaberta e a encontro sentada no canto do box, chorando com o chuveiro ligado. Sinto vontade de me dar socos por deixá-la assim. Entro no box, me molhando todo e desligo o chuveiro, me sento em frente a ela. Ela me olha, mas não fala nada.

— Sarah, eu... — tento organizar as palavras —  Eu sou um idiota. Eu não deveria ter dito aquelas coisas sem saber da sua vida. — ela continua chorando e acabo perdendo a calma no momento — Me desculpa, Sarah... Por favor, não chore.

— Você não confia mais em mim... — ela finalmente fala, soluçando. Minhas mãos vão ao seu rosto e limpo as lágrimas que caem pelas suas bochechas.

— Ignora o que eu disse, eu estava com raiva, Sarah... Eu confio em você... Eu... Eu amo você. De verdade. — seguro seu rosto com as duas mãos — Você é a mulher da minha vida. Como posso te provar isso?

Ela me olha com aqueles olhos azuis penetrantes, como se estivesse me analisando.

— Ficar aqui comigo já basta pra mim, Urie.

Ela sorri, repetindo que me ama e me fazendo sorrir também. Chego mais próximo e a beijo devagar, já imaginando o que provavelmente vai acontecer nesse banheiro.

Partners in Crime [The Uries]Where stories live. Discover now