Capítulo 9

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Emma

Assim que Liam terminou de mexer na panela, ele pegou duas colheres e me chamou pra voltarmos pra sala.
Sentamos no sofá e coloquei uma almofada no meu colo, já puxando a panela pra mim e pegando uma colher.
- Olha, não garanto que esteja bom. Faz algum tempo que eu não faço.
- Isso aqui está maravilhoso! É sério.
- Mesmo?
- Sim, não sabia que você era capaz de fazer coisas tão gostosas na cozinha. Achei que você era aqueles filhinhos de mamãe que compra tudo enlatado.
- Sério que essa foi a primeira impressão que teve de mim?
- Porque eu mentiria?
- Você só me fala isso porque no seu carrinho tinha mais coisas que no meu.
- E também porque não havia nada enlatado, fora os doces que pedi para que pegasse pra mim. Eu me lembro muito bem da sua maturidade ao brigar comigo por um pote de batatas. - Digo apontando a colher com um pouco de doce para ele.
- Eu não tenho culpa de ser a minha favorita!
- Você brigou com uma criança praticamente por aquelas batatas Liam!
- Você não conta como criança.
Olho pra ele com cara de ofendida e me viro de costas.
- Só por causa dessa afronta você vai ficar sem doce também.
- Mas fui eu quem fez!
- Dane-se. Não perguntei.
Tiro a almofada do meu colo e já saio correndo com a panela escada a cima.
- EU QUERO DESSE DOCE EMMA!
- Não estou nem aí!
Corri para o meu quarto e tranquei a porta, me sentando no chão e dando risada.
- Emma Rodrigues, abra essa maldita porta!
- Não. E pode bater o quanto quiser. Não abrirei. E é bem capaz de você acordar Daiane. Ela não é uma pessoa muito legal quando acordam ela com gritaria.
- Sério que você vai me deixar sem doce só porque eu disse que você não é criança? Emma você irá fazer 17 anos!
- E perante a lei continuo sendo menor e você já tem mais de 19. Certeza que ainda não sou criança?
- Você só pode estar brincando comigo.
Ouvi seu suspiro de cansaço atrás da porta só me deu mais motivos ainda para rir dele. Fui até minha cama e peguei o controle da TV ligando a mesma. Voltei até a porta e a abri.
- Entra. Vamos assistir alguma coisa.
Liam me olha com uma cara de desentendido, mas entra do mesmo jeito e se joga na minha cama.
- Que monopólio é esse? Pode chegar pra lá.
- Você roubou uma panela de doce de leite morena. Isso aqui não é nada.
- Vai começa? - Indago antes de me sentar ao seu lado.
- Não. Agora me dá um pouco desse doce. Vamos assistir o que?
- Qualquer coisa menos romance!
- Por mim, qualquer coisa está bom.
- Ação?
- Marvel.
- Okay.
Vejo ele se levantar e pôr algum filme e voltar para o meu lado.
- De onde surgiu a vontade de ser professor?
- Desde novo sempre tive vontade de ensinar o que eu sabia. Tem profissão melhor?
- Sinceramente? Sim.

Acho que acabei adormecendo no meio do terceiro filme, pois quando acordei estava embrulhada na coberta e tudo desligado. Liam deve ter colocado tudo em ordem antes de ir embora. Sem muita coragem, levantei da cama e andei até o banheiro. Minha expressão? Parecia pior pela madrugada em claro, simplesmente escovei os dentes e entrei em baixo do chuveiro.
Já fazia um bom tempo que eu estava aqui. Acabei criando um forte laço com Liam, mas não sei se ainda posso dizer que é uma amizade. Ou posso? Afinal, ele não passa do amigo que Daiane contratou para me dar aula.
Assim que sai do banho me lembro que era aniversário de Daiane. E pela primeira vez eu esqueci do presente dela.
- Puta merda.

Em anos, era a primeira vez que esquecia do aniversario da minha irmã, claro que isso me fez pensar em mil coisas qu poderia fazer pra ela de última hora. Daiane sempre gostou de ler livros, e sempre dizia que gostava me me ouvir tocar e cantar. Mas como que eu poderia conseguir ou fazer algo que agrade ela em tão pouco tempo? Afinal, ela trabalha pra si mesma, e pode muito bem fechar o consultório quando bem entendesse.

Vi meu celular vibrar em cima da cômoda e o peguei. Raziel estava mandando mensagem e ele seria minha salvação.

Oi minha nanica (^ω^)

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