Quando eu sorrir

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Bailey

Ouço o sino tocar quando atravesso a porta da lanchonete. Procuro Lamar com os olhos até localizá-lo na mesa do fundo.

— Fala, mano! Demorou.

— Não tava achando vaga.

— Suave. Bora pedir?

— Bora. Combo monstro? — Lamar abre um mega sorriso.

— Você leu minha mente, May.

Faço sinal para uma garçonete enquanto dou uma folheado no cardápio.

— Boa tarde. O que vão quer... Ah, nem fodendo.

Volto a cabeça para a garota mexicana segurando um bloquinho de notas.

— Sabina? Não sabia que trabalhava de garçonete. — Seguro uma risada.

— Cala a boca, idiota. Vaza do restaurante agora.

— Eu não. — Estico as pernas confortavelmente sobre a mesa botando as mãos atrás da cabeça.

— Eu me recuso a atender a vocês dois.

— Tudo bem, se acha que vale perder seu emprego por causa de dois "idiotas". — Ela fica vermelha de raiva, me fazendo soltar uma gargalhada. — E ai, princesa? O que vai ser?

— Fala logo, lixo.

— Ui, toda estressadinha.

— Não começa você também, não, Morris. Digam logo a droga do pedido.

— São dois combos monstro, princesa. — Pisco para ela.

— Combina com vocês.

— Por que somos bombados?

— Porque são nojentos e assustam as pessoas. Não me admira a Joalin ter terminado com você, se fosse eu teria feito há muito tempo.

Fecho a cara. Agora ela mexeu com fogo.

— Escuta aqui, vadia. — Levanto chegando bem perto. — Só porque o seu relacionamento é uma merda não fica por aí falando do de outras pessoas.

Ela não parece nada intimidada.

— Vadia é a sua mãe, seu porco! — Não tenho tempo de pensar antes de ela acertar minhas bolas. Caio no chão rolando de dor.

Em poucos segundos o gerente aparece e ela inventa que tentei apertar a bunda dela. Somos expulsos pelo segurança.

Essa puta me paga.


Josh

Quando nos afastamos Noah fica parado me encarando.

— Desculpa, eu precisava fazer isso. Era o primeiro item da lista.

Ele continua em silêncio por um tempo, processando tudo.

— Só... Não faz mais isso sem pedir...

— Tudo bem. — Dou um sorrisinho de canto. Ele não me bateu, já é um bom começo. — Posso te beijar de novo?

— Não. — Levanta do sofá com um pouco de dificuldade. Vejo ele com a mão na lateral do corpo e instantaneamente lembro da surra que levou de manhã.

— Tá doendo?

— Eu já tô acostumado.

— Ninguém se acostuma com isso.

— Tanto faz. — Ele não me olha, anda pela sala procurando alguma coisa até encontrar o celular debaixo de uma almofada. Paralisa.

— Tudo bem? — Nega com a cabeça. — O que aconteceu? — Cai de joelhos, começando a chorar outra vez. — Noah?! — Levanto num pulo indo até ele. Está tremendo e olhando fixamente a tela do telefone. — Noah, por favor, fala comigo! O que houve?!

Quando você voltar • NoshOnde histórias criam vida. Descubra agora