Quando você voltar • Nosh

Quando a festa começar

31 de Março de 2018 (uma ano antes, aniversário do Noah e do Josh)

Sabina

— Alô?

— Sofya, cadê você, garota?! Tô esperando há mais de meia hora nesse carro! Por que não me atende?

— Desculpa, eu tava discutindo com o meu pai. Não vou poder ir, Sabi, ele me proibiu de sair de casa por conta da tempestade. Tá com medo de eu não conseguir voltar depois. Pede desculpas pro Nô por mim...

— Meu deus, Sofya, você também, não! Eu vou sozinha pra lá??? Ele tá péssimo!

— Eu sei... Eu quero muito ir, mas ele não deixa de jeito nenhum, já tentei de tudo. A Di não vai?

— Ela tá de castigo porque zerou a prova de matemática.

— E o Krys viajou mesmo, né?

— Tenho que fazer tudo sozinha!

— Quando estiver com ele me liga por vídeo.

— Tá. Beijo.

— Beijos!

Desligo o celular bem estressada. Não acredito, combinamos os quatro de passar o aniversário de Noah com ele, e aqui estou, sozinha, indo até lá. Inacreditável!

Ouço um trovão alto, vai ser uma tempestade intensa, é melhor chegar antes que comece. Acelero um pouco o carro saindo da rua de Sofya rumo a casa do Urrea. Chego em oito minutos. Toco a campainha, os primeiros pingos já começam a cair.

Quando a porta abre todo o meu estresse vai embora. Noah está com a cara péssima, provavelmente porque não dorme há dias é só tem chorado ultimamente.

— Parabéns!!!

— Valeu...

— Trouxe um presente! Dois na verdade, a Diarra me pediu pra entregar o dela já que não conseguiu vir...

— Ela falou. O Krys também. E a Sofya...

— É... Mas vai ser legal assim mesmo.

Ele tenta um sorriso, fracassando miseravelmente. Entramos na casa indo até o quarto.

— Sua mãe chegou bem em Nova York?

— Sim, tá péssima por ter ido e me deixado sozinho justo hoje.

— Você não tá sozinho, eu tô aqui!

— Eu sei. Valeu, Sabi.

— Vem, senta! — Puxo ele para o tapete e pego minha mochila. — Trouxe algumas coisas pra te animar! Um CD do 1D, esmalte preto e acetona porque sua unha tá terrivelmente pintada há dias, alguns filmes bem idiotas pra gente rir e... Passei no Chick-fil-A, toma, é seu preferido. Apimentado, sem picles.

Vejo ele dar um sorriso minúsculo. Não era o esperado, mas já é alguma coisa.

— Obrigado, Sabi. De verdade.

— Não precisa agradecer. Quer abrir os presentes agora ou comer?

— Vamos comer.

Entrego o saco com o sanduíche, as batatas e o milkshake a ele. Acho o meu na mochila também, cato o tajin e começamos a comer.

— Eu mandei parabéns pra ele... Sou um idiota?