Quando estiver do meu lado

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Any

O sinal do fim da aula finalmente toca. Apesar de ter chegado depois do almoço eu já não aguentava mais.

— Any!

— Josh!

— Bom dia. Onde esteve esse tempo todo?

— Eu cheguei meio atrasada. Perdi alguma coisa?

— Sim, a voadora que eu dei no Bailey no refeitório.

— Jura?! Merda, queria ter visto.

— É, mas quero falar sobre outra coisa.

— Pode falar.

— Fui até a casa do Noah ontem.

— Eu te falei pra não ir lá, qual o seu problema?

— Deu tudo certo, tirando ele quase ter quebrado meu nariz.

— Oi?!

— Não importa, a questão é: eu tenho um plano, um plano para vocês me perdoarem por ter desaparecido.

— Eu meio já perdoei você...

— É, mas sei que ainda está chateada e eu entendo. Só quero fazer o certo, preciso disso.

— Se é importante pra você. — Dou de ombros pensando nas palavras de Josh. Ele realmente estava falando sério sobre consertar tudo.

— Any, tem outra coisa, você acha muito estranho eu chamar o Noah pra dormir lá em casa?

— Um pouco, considerando que ele ainda tá meio puto com você. Por quê?

— Tô preocupado, ele não tá legal.

— Ele nunca tá legal, Josh.

— É, mas agora eu tô aqui, alguém precisa cuidar dele.

Afirmo sem muita vontade. De mim ele não quer cuidar... Não liga se não apareci mais cedo por causa dele ou se ainda estou triste. Mas pensar nisso não adianta e é bem egoísta da minha parte. Eu tenho minha família e meus amigos, e ninguém me bateu. Noah está sozinho. Não é justo.

— Bom, eu vou indo. Combinei de encontrar a Sabina agora a tarde.

— Tudo bem, manda um beijo pra ela e pede desculpas adiantado, imagino o quão puta ela também deva estar comigo.

— Confia, você não imagina, não.


Josh

— Tem alguma coisa pra fazer agora?

— Não, a loja não abre quarta.

— Então você vem comigo. — Pego a mochila de Noah vendo a cara irritada dele.

— Não, Josh. Eu vou pra casa.

— Não, Noah, você vai lá pra casa.

— E por que caralhos eu faria isso?

— Porque você tá péssimo.

— Eu não tô pés-Ai... — Ele geme de dor ao levantar rápido da cadeira.

— Aham, sei. Vou te levar num médico.

— Eu não preciso de um médico. — Ele começa a andar atrás de mim para fora da escola.

— Precisa sim, acho que você realmente tá com a costela quebrada, então é melhor ver isso longo.

— Eu não tô... — Desiste da frase. — O que ir pra sua casa tem a ver com isso?

Quando você voltar • NoshOnde histórias criam vida. Descubra agora