Capítulo 11 - Surpresa

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Acelerei o passo na ultima parte do trajeto até meu apartamento, estava numa ansiedade sem igual. Parei em frente a porta do meu apartamento enquanto procurava a chave na mochila. Comecei a ouvir umas melodias de violão de dentro do apartamento e achei que estava ficando louca até que finalmente abri a porta e me deparei com nada mais nada menos que Ana Clara sentada naquele mesmo sofá com o violão preto dela em mãos. Minha cabeça deu um tilt gigante. Não é possível que essa seja a surpresa que Josh tinha né? Ou é? Bom, pensando bem nenhuma surpresa poderia ser melhor que essa.


Adentrei o apartamento com pressa deixando a mochila no chão e seguindo direto pro abraço dela, que já estava de pé com um sorrisão no rosto. Não sabia o que fazer. Se ficava com o rosto no pescoço dela sentindo o perfume ou se a beijava.


-Gostou da surpresa? - Perguntou com o rosto perto do meu.


-Eu nem sei o que dizer, Ana. É tão bom te ver! - Falei beijando o rosto todo dela que gargalhava.


-Eu não ia aguentar mais nenhum dia sem te dar uns beijinhos... - Disse deixando um selinho nos meus lábios.


-Eu quase infartei quando te vi! Meu Deus! Nem acredito que te vendo. Tava contando os dias pra abril já. - Exclamei feliz e ela sorriu me abraçando outra vez. -Vai ficar até quando? - Perguntei quando nos sentamos no sofá, uma de frente pra outra.


-Vou pro México na quinta a noite, o show é na sexta... - Falou e eu sorri triste.


-A gente se vê tão poucas vezes e por tão pouco tempo...


-Eu sei eu sei! Eu prometo que quando acabar o ultimo show eu pego um voo na mesma noite e volto pra cá.


-Quer sair pra almoçar? - Perguntei mudando de assunto e ela apenas sorriu em concordância. - Ta bom! Só vou trocar de roupa e podemos ir.


Fui até o meu quarto e vi a mala pequena no canto, que certamente era dela, e a capa do violão que estava na sala. Em outros tempos já acharia que é bagunça, mas parece que as coisas dela foram feitas para estar ali.


Coloquei uma calça jeans rasgada e uma camiseta mais soltinha, peguei os óculos de sol na mochila, juntamente da carteira, e voltei a sala para encontrar Ana. Estranhei que ela não tinha colocado nada no rosto pra "disfarçar" mas não falei nada, ela sabe o que faz.


Peguei as chaves do meu carro e descemos pro estacionamento do subsolo.


-Me fala mais de ti! - Falei quando já estávamos no carro e eu dirigia para um restaurante perto da praia.


-Hum, essa é difícil... De que parte da minha vida tu quer saber? Familia, amigos, gostos? - Perguntou e eu dei de ombros. - Bom, eu tenho uma irmã mais nova e um irmão mais velho. Minha irmã ainda tá na escola sabe, vai terminar o ultimo ano agora em dezembro. Meu irmão já tem vinte oito anos, trabalha como piloto de aviāo no Brasil. Minha mãe ainda mora no Tocantins, junto com meu pai e minha irmã, diz que nunca quer sair de lá, que ama a cidade pequena, o clima e as pessoas...


-E tu mora onde? - Interrompi. Ana se apoiou no vidro do carro e eu podia sentir ela me olhando.


-Eu moro onde a musica me leva né! - Falou rindo e eu sorri de lado. - Mas o lugar que eu considero casa mesmo agora é São Paulo. Enquanto eu tava com a Cecilia quase me mudei pra serra gaúcha, minha mãe amava lá, mas me encontrei na metrópole... - Explicou melhor e eu apenas assenti. - Mas mais que tudo moro nos hotéis né, passo mais tempo por aí que no meu apartamento.


Encaixes da Vida  |||  Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora