Capítulo 20 - desencontros acontecem

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ANA

Os fogos de artificio brilhavam forte no céu enquanto eu tomava minha segunda taça de champanhe com minha mãe. Do lado de fora da calçada, várias pessoas se juntavam no meio da rua para ver o ano novo começar. No meu pescoço tinha um colar com um pingente rose no formato minúsculo de um coração. Eu apertava ele e olhava pra cima, quando uma mão encostou no meu ombro e me tirou de meus pensamentos. 

– Feliz ano novo! – Matt disse, e me puxou para seu peito. 

Meu coração deu mil cambalhotas, minha boca secou, eu perdi as palavras. Seu corpo quente me apertou contra ele, e senti meus olhos marejarem. Mas que merda é essa? Me soltei de seus braços e encarei seus olhos. O sorriso dos lábios dele foi se desfazendo enquanto analisava meu rosto. Um de seus dedos pego uma lágrima que insistiu em cair no meio de minha bochecha. Mas não era tristeza que eu sentia. Era raiva.

– Vai embora. – foram as primeiras coisas que eu disse para ele, e as últimas também. 

Segui em passos firmes até a porta de casa e a bati atrás de mim, sem olhar para ver se ele tinha se dado o trabalho de me seguir. Arranquei o colar do pescoço e o atirei no meio da sala. Ele não tinha o direito de ter feito isso comigo. Sua volta me lembrou disso. Ele deveria ter escolhido ficar. Sentei no sofá e abracei uma almofada, as lágrimas rolavam pelo meu rosto. Lágrimas de ódio. O amor é uma coisa perigosa, de uma hora para a outra pode se transformar.

Minha mãe entrou atrás de mim, logo após o meu pequeno surto na rua. 

– Desencontros acontecem, filha. – ela disse, enquanto passava a mão pelos meus cabelos. – Vai ficar tudo bem.


MATT

– Eu não entendi o que aconteceu. – falei, enquanto socava a mesa na minha frente. 

Um pouco de refrigerante dos copos de Dani e Sofia caíram pelo impacto na mesa. 

– Calma aí, esquentadinho. – Sofia disse. – Você achou que ia voltar e ia estar tudo no mesmo lugar? Ela sofreu pra caramba sem você aqui Matt. – continuou, me dando bronca. 

– É... Você meio que quebrou a garota, cara. – Dani completou. 

– Ela fez várias coisas radicais, eu sei lá, andava triste e com raiva de tudo. Ela chegou até a pular de uma ponte com o Rafa. Eles me chamaram, mas Deus me livre de altura! – Sofia contou. 

Passei a mão por entres meus cabelos e suspirei fundo. 

– O que eu faço agora? – perguntei, sabendo que não teria a resposta certa. 

– Acho que você precisa dar um tempo pra ela, assim como você precisou do seu. – Sofi respondeu, deitando a cabeça no ombro de Dani. 

Naquele momento, eu me arrependi de ter ido embora.

Antes do Amanhecer *COMPLETO* sem ediçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora