"O que fazer quando a razão e a emoção estão em conflito, mas as duas querem a mesma coisa? A diferença é que minha razão sabe que o melhor é esperar a hora certa; já minha emoção quer agora e quer mais que tudo. Mas em um ponto elas estão totalmente de acordo: de uma forma, ou de outra essa coisa será minha."
Tatiane Costa
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Namjoon acompanhava os mínimos passos que Lenora dava entre o balcão e o banco onde o pianista da noite tocava sem olhar as teclas, uma vez que parecia hipnotizado demais pela beleza daquela casca humana para perceber os reflexos de suas escamas no pescoço e rosto sempre que as luzes a iluminavam.
Precisava traçar um plano antes que a situação pudesse sair do controle, assim como achava essencial virar mais uma dose de bebida alcoólica para ter certeza de que acertaria o alvo, caso fosse necessário.
Passara muitos anos confinado em seu porão fabricando armas para outros caçadores usarem e esquecera de continuar treinando como fora ensinado, assim como a forma que Yoongi o testava. Já houvera um tempo em que admirou muito a família Min e suas habilidades, colocando como meta chegar próximo a astúcia deles.
Mas então vieram os rumores.
E após eles veio o próprio caçador com um desejo de vingança que não condizia com a postura prezada por eles, o que fez Namjoon acreditar nos boatos por um tempo e depois considerar baboseiras com o intuito de manchar a honra de uma família perfeita.
Ainda se recordava com clareza de quando mais novo ver outras famílias cuspirem no chão onde iam passar, enquanto diziam que Yoongi não era digno do que sabia sobre os dragões. Por vezes precisou intervir, lutando com outros da sua classe, pois Yoongi se recusava a mover um dedo para revidar.
Talvez por isso seu amigo tenha desistido da ideia e tentado se tornar um homem comum, porém seu senso de justiça permanecia intacto e por isso ele retornou à ativa, por mais que aquilo pudesse causar algum tipo de revolta.
Seus pensamentos foram interrompidos pelo baque alto de um copo de chopp, somado as risadas. Entretanto o que prendera sua atenção foi o colar pendurado no pescoço de um dos homens que pareciam já estar ali a algum tempo.
Cada família escolhera uma forma de representar seus integrantes e não haviam muitas famílias além da sua que usavam colares como símbolos, apesar da sua também ter a utilidade de o proteger, por serem acessórios expositivos.
O colar do grupo ao seu lado era feito com material que esteticamente se assemelhava ao bronze, porém possuía resistência ao fogo como muitos objetos dos caçadores. O pingente formava uma serpente engolindo a cauda de um lagarto que fazia o mesmo com a cauda da serpente, formando um ciclo infinito.
Percebendo a atenção que Lenora estava recebendo dos homens, decidiu que era a hora de intervir e tira-la dali, tratando de rapidamente se aproximar dela.
– Precisa vir comigo. Aqueles caras estão desconfiados. – indicou com o queixo o grupo no balcão, que observava os dois.
Lenora quis rir. Estava em seu melhor momento, usando roupas bonitas que os humanos costuravam naqueles tempos para enfeitarem seus corpos com brilhos e tecidos finos que tremulavam, além de diversos produtos para realçarem seus traços e que a permitiam se sentir ainda mais bonita em um corpo humano. Não eram alguns caçadores que iriam impedi-la de se divertir um pouco.
– Se preocupa comigo depois de me trancar em uma gaiola? Você é um humano bem esquisito. – torce seu nariz com a atitude, sorrindo em seguida para o pianista que olhava espantado para os dois.
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Vorlianth
Fanfiction[CONCLUÍDA] Havia anos desde que os humanos fizeram um trato com dragões para que vivessem separados de vez devido a incompatibilidade de conviverem sem premeditarem um verdadeiro caos. As pessoas guardavam as histórias daquelas criaturas como mito...