Capítulo 11 - Dragões tentados carregam armas e pedras

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"Não nos deixar cair em tentação, é o mesmo que dizer: não nos deixar ver quem realmente somos."

Arthur Schopenhauer

Um grito faz com que os cavalos tenham suas rédeas puxadas para reduzir o galope até que parem diante de um cavaleiro a pé, sua armadura feita da cor do bronze e do ouro era como as dos soldados montados em seus cavalos e da mulher que saltou de um preto azeviche, sendo a diferença que a destacava o seu manto real bordado com o símbolo de um leão dourado.

Sua postura fazia com que seu queixo sempre estivesse erguido e por mais bela que fosse com os fios trançados nas laterais com o restante do cabelo caindo em uma cascata escura sobre os ombros, ainda assim sua presença causava uma atmosfera fria e morta como o lugar de onde viera.

O cavaleiro põe-se de joelhos diante dela, firmando uma mão em sua espada cravada no chão.

– Qual a situação em Collibus? – pergunta com os olhos afiados sobre o homem, aguardava boas notícias a dias e a demora a fizera buscar pelas respostas.

– Minha rainha, temo que o povo de Collibus tenha descoberto sobre nossa chegada, pois todos sumiram e não há ao menos rastros deles! – tenta soar convincente, sem erguer o olhar do chão para não correr o risco de ter a alma sugada ao encara-la.

Irene era a rainha mais temida de todos os reinos, sendo a única atualmente a comandar Dunkelheit, situado em uma depressão esquecida diante da grandeza de cadeia de montanhas em volta. Já havia destruído muitos povos e feito muitos homens caírem em sua lábia para conseguir o que queria. Porém seu maior objetivo nunca fora cumprido e a única esperança que tinha de conseguir parecia ter sido dizimada com aquela única frase.

Sempre almejara ter a posse do exército mais forte e agregar as habilidades do seu povo com o deles, além de ter controle de Collibus em suas mãos. Já havia conseguido a confiança de homens no reino de Wayriver e tentara por diversas vezes propor ao general de Collibus para que somassem forças, mas Jung Hoseok sempre fora um homem muito convicto que tinha seus próprios ideais e pretendia alcançar seus objetivos sozinho.

Então quando soube sobre seu desaparecimento após sair em uma missão sozinho, Irene julgou ser o momento certo para pôr seu plano de invadir o reino em ação. Entretanto, uma besta atacara primeiro o lugar, deixando apenas cinzas e poucos sobreviventes que agora também não se encontravam mais por aquelas redondezas.

– Eu lhe dei uma única missão e falhou com ela – sua cabeça balançou em negação, seguindo até seu cavalo, o que alarmou ao cavaleiro que rapidamente ergueu-se para correr atrás dela até tropeçar com o nervosismo e agarrar uma de suas pernas.

– Minha senhora, por favor, eu irei procurá-los, nem que custe a minha própria vida. Eu os trarei até vossa majestade!

Irene já escutara muitos daqueles pedidos de misericórdia antes, quando seus próprios súditos apareciam em seu castelo pedindo por comida, pois a terra infértil não permitia que planta alguma nascesse em boa parte do ano. Sempre ofereciam suas próprias vidas para salvar seus filhos, seus amigos e seus parentes, até mesmo aqueles que dividiam o trono consigo durante algum tempo imploravam por algo que Irene não podia dar a eles sem conquistar outros territórios.

Porém, um exército sem os recursos adequados para se nutrirem não permitiam que tivessem força o suficiente para lutarem. E até a própria se viu em condições de desnutrição nas piores colheitas.

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