Capítulo 1 - Mudanças

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Cheguei na cidade hoje e a única coisa que eu sei e que tem as melhores trilhas com as melhores vistas da natureza, sem contar os animais estranhos que tem aparecido constantemente por elas.

Olho uma loja de doces que parece até uma loja de brinquedos de tão fofos que são, da até dó de comer.

- Percebi que já notou a loja mais popular de doces da cidade né Ina.

Minha mãe interrompe minha babação pelos doces com o seu deboche e sua voz delicada.

- Ela não e a única da cidade mãe?...A senhora disse que só tinha uma.

- Primeiro, não me chame de senhora pareço velha, segundo, sim ela e a única loja de doces da cidade mas pela sua expressão não vai comer os doces por eles serem tão fofos.

- Mãe a sen... Quero dizer, você é velha, tem 54 anos e vai fazer 55 no mês que vem e não pode fazer nada sobre isso, e sim eu vou comer os doces mesmo eles sendo tão fofos. Minha pança é prioridade.

Meu pai ri da nossa pequena discussão infantil de brincadeira e minha mãe bate no seu joelho rindo da situação toda, e eu acabo rindo junto com a risada contagiante dos dois.

- Vocês duas são muito bobas com as suas discussões sobre comida então tenho direito de rir não acha? - ele ri novamente provocando a minha mãe. - Um dia vamos todos juntos na loja, tá bolinha de queijo?

Meu pai me chamava e ainda me chama de BOLINHA DE QUEIJO porque eu era gordinha quando entrei na escola e fiquei muito tempo sendo gordinha, até chegar o 1° ano, ou seja o ano da minha transformação, não mudei muita coisa só emagreci, o rosto continua sendo uma bola com as minhas duas bochechas e os meus olhos grandes cor de mel com os detalhes que eu adoro ressaltar que são de cor violeta. Todos da escola me chamavam de estranha por conta dos meus olhos que constantemente mudavam entre essas duas cores, por conta das minhas sardas (QUE POR INCRÍVEL QUE PAREÇA EU ERA A ÚNICA A TER SARDINHAS NAQUELA ESCOLA), e por conta do meu cabelo ruivo, eu não ligava porque sabia que era tudo inveja das minhas sardas e principalmente por conta dos meus olhos e suas mudanças recentes, e o meu cabelo.

- EU NÃO SOU UMA BOLINHA DE QUEIJO - Falo fingindo estar indignada por ele me chamar assim.

- Você e sim e sempre será por conta das suas bochechonas e suas sardinhas que parecem até o queijo pouvilhado em cima da bolinha de queijo.

- Pai, bolinhas de queijo não tem queijo pouvilhado em cima. Bom eu nunca vi né - rio de sua careta.

- Um dia eu vou achar uma loja de salgados que tenha bolinhas de queijo assim, e vou te mostrar - ele sorri para mim com os seus olhos negros focados nos meus, e eu rio de sua confiança e determinação e o corrijo.

- E lanchonete pai, e eu duvido que você ache uma bolinha de queijo assim.

- Conor ela tem razão - minha mãe olha para mim dando uma piscadela e eu sorrio.

Depois disso não conversamos mais durante o caminho para a casa nova, então coloquei os meus fones de ouvido e começei a escutar 'Hey Ya' do OutKast para me animar da despedida da minha cidade, dos meu amigos, e daquela merda de escola que os meus professores favoritos estavam, só que essa linha de saudades e pensamentos se foram quando sinto um par de olhos me observando na rua, mas não identifico quem era por conta da quantidade de pessoas. Falo para mim mesma que foi só uma impressão, não tem como alguém me olhar pelo vidro escuro tem ?

- INAAAA chegamos bixa surda

Pulo do banco por conta do susto cortando os meus pensamentos curiosos.

- Pelo o que eu saiba a bixa surda é sua filha, que saiu do seu útero.

- Exato e eu posso te chamar assim sempre, já que aguentei você por 9 meses e ainda aguentei você me rasgando toda lá em baixo - ela me dá um beijo na testa rindo junto comigo e me dá a chave da nova casa - faça as honras.

Nas Sombras da Noite Onde histórias criam vida. Descubra agora