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Felipe é um jovem de 19 anos que vive uma vida parecida com a do filho pródigo. Há alguns anos era melhor amigo de Stephane, uma jovem mulher que vive para o evangelho. Porém um mal entendido fez com que os dois se separassem.
Quando Stephane ret...
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Duas semanas se passaram desde que Felipe sofreu o acidente de carro. Ontem os médicos o transferiram do CTI para o quarto. Foi duas longas semanas esperando ele acordar do coma. Quando recebemos a notícia de que ele havia saído do coma foi uma alegria imensa.
A cena do Felipe sendo colocado dentro da ambulância em uma maca e com a cabeça sangrando ainda está fresca em minha memória. Tem sido constantes os sonhos que tenho tido com Felipe batendo o carro, e eu sempre acordo antes de conseguir dizer a ele o quanto eu o amo. Quase todos os dias sou atormentada pelo mesmo pesadelo.
A tia Marina tem recebido o apoio de todos os amigos do Felipe. Ela ficou muito abalada com o seu acidente. Ela não estava dormindo direito e mal se alimentava. Sua imunidade começou a ficar baixa, causando em nós grandes preocupações em relação a sua saúde.
Henrique, tem dado um grande apoio a esposa. Apesar das várias discussões entre ele e o filho, tudo o que ele sempre desejou para Felipe era que ele se tornasse um homem responsável e de negócios. Mesmo ele não demonstrando e nem usando as palavras para dizer, sinto que no fundo ele o ama, ele só não sabe como demonstrar ao filho o seu amor.
O ônibus que me levará até o hospital para diante de mim. Entro, pago a passagem e vou me sentar no fundo do ônibus. Enquanto, o ônibus faz o seu percurso, encaro a janela. Olhando fixamente para o lado de fora começo a recordar-me do dia em que Felipe e eu nos conhecemos.
Eu estudei todo o meu ensino fundamental em escola pública, mas quando eu passei para o ensino médio isso mudou. No colégio renomado onde Felipe estudava, estavam sendo oferecidas 20 bolsas integral de estudos para aqueles que não tivessem condições de pagar para estudar lá. Mas para conseguir a bolsa era necessário fazer uma prova, e somente as 20 pessoas que tirassem as maiores notas iriam conseguir a bolsa integral. Meu pai queria muito que eu conseguisse entrar naquele colégio, e para que isso fosse possível ele me pagou um curso preparatório. Estudar naquele colégio era o meu sonho, assim como dos meus pais. Dediquei-me dia e noite aos estudos para fazer a tal prova. Graças a Deus, eu fiz a prova e fui aprovada. Fiquei em 5° lugar.
Conheci, Felipe, no meu primeiro dia no colégio novo. Quando eu entrei em minha sala de aula, logo de cara o avistei. O garoto estava em pé no fundo da sala, próximo do canto da parede. Eu consegui enxergá-lo antes de ver qualquer outra pessoa que estava mais próximo a mim. Sem ter me dado conta do que eu fazia, eu o encarei por alguns segundos. Ele conversava com duas meninas que, assim que notaram minha presença, me olharam de cima a baixo com ar de superioridade. Já Felipe, assim que pousou seu olhar em mim, deu-me o mais belo sorriso. E que sorriso. Por um segundo até me esqueci de que eu ainda estava parada na frente da sala o encarando. Quando voltei a raciocinar, minha reação foi olhar para baixo, desviando o meu olhar do seu e sentar-me na primeira carteira vazia.
Eu fiquei bastante sem graça quando ouvi uma das suas amigas, que estavam perto dele dizer: "Essa novata já me pareceu ser bem esquisitinha". A outra que também estava ao lado dele riu e disse com desdém: "Ela não me parece ser do mesmo patamar que o nosso." As duas debocharam de mim no primeiro instante que me viram. Mas, Felipe, era diferente, ele disse a elas: "Eu não sei se ela é bolsista, pois, eu não a conheço, mas mesmo que ela seja, isso não a torna inferior a nós."
