Extraterrestrial

11 3 0
                                    

JUNG DAEHYUN

Só pode ser uma brincadeira! Além de ter que "deixar para depois" o fato desse estranho ter invadido meu condomínio e me perseguido, vou precisar acompanhá-lo com um potencial assassino até... Até... Meu Deus! Eu não faço ideia de onde estamos sendo levados.

Já faz uma meia hora desde que fomos enfiados dentro desse carro espaçoso e não chegamos a lugar nenhum. Eu nos vejo passar por grandes árvores e túneis infinitos enquanto um silêncio sepulcral se faz presente. O brutamontes estava no banco da frente, junto com um brutamontes-motorista. Youngjae estava do meu lado, imóvel. Havia um enorme espaço para três pessoas no banco de trás, no entanto – assim que entramos no carro – ele insistiu em ficar colado comigo. Literalmente colado. Tentei diversas vezes empurrá-lo, mexendo o cotovelo e o joelho. Meus movimentos não surtiam efeito. O toque da sua pele estranhamente quente e branca contrastava com a minha escura e gelada. A cada movimento que nos jogava um contra o outro e quando nos tocávamos, o local ficava formigando. A situação estava me deixando louco.

Agarrei meus cabelos, nervoso, e deixei uma grande lufada de ar escapar. Youngjae espremeu os lábios e me olhou. Não consegui definir o que aquele olhar significava e também não me esforcei para entender. O meu coração batia frenético no peito e eu estava me controlando ao máximo para não ceder à pressão e ter um ataque de pânico.

— Psiu... — Assim que escutei o som sair de seus lábios, contei mentalmente até dez.

1...

2...

— Ei!

3...

4...

5...

— Doutor!

6...

7...

8...

9...

— Jung Daehyun!

Virei a cabeça com calma, fazendo questão de olhar bem no fundo das orbes escuras daquele mala enquanto falava de modo estúpido:

— O que você quer?

— Será... Será... — A sua incapacidade de formular uma frase me irritou mais do que devia. — Roupa. Eles devem ter alguma roupa para nos emprestar.

Arqueei uma sobrancelha e parei para pensar. Roupa? Por que roupa?

Youngjae, finalmente, se afastou um pouco de mim e apontou para o meu corpo. Segui o seu dedo e reprimi um grito ao constatar o óbvio: caralho, eu ainda estou de cueca. Apenas de cueca!

Empurrei o mala para o lado e abracei meu corpo, recolhendo os joelhos até o queixo. Além de me sentir uma criança envergonhada, sentia-me também vulnerável.

— Vocês não tem uma roupa para emprestar? — Perguntei alto e receoso, sem saber para quem olhar. O brutamontes-motorista olhou-nos pelo retrovisor e sorriu, sem nada dizer. O outro brutamontes ignorou a minha fala por completo.

Ótimo! Agora além de ser sequestrado pelo FBI, terei que andar de cueca por aí?

A minha raiva atingiu um nível muito além do normal. Meu corpo ainda estava flexionado, mas consegui puxar YoungJae pelo tecido fino de seu "vestido", o trazendo perto o suficiente para minha boca encostar em seu ouvido direito. Parecia a repetição da cena que fizemos minutos antes.

— Você está tão, tão, tão fodido.

Ele retesou sob meu toque, permanecendo na mesma posição mesmo quando me afastei.

The Colors of YooOnde histórias criam vida. Descubra agora