JUNG DAEHYUN
Eu não dormi. Depois que Youngjae subiu até o meu quarto, percebi que não conseguiria mais pregar os olhos. Ele poderia ter outro ataque a qualquer momento e eu não estava disposto a ser acordado por seus gritos desesperados. Só de lembrar dos berros de angústia que ele deu, meu corpo se arrepia por inteiro.
Olhei de relance para o relógio e o mesmo marcava 6 horas e 23 minutos. Estava cedo e tarde ao mesmo tempo. Cedo para acordar e tarde para dormir. Justo hoje, o dia que eu precisaria descansar muito já que no dia seguinte teria plantão.
Coloquei os pés para fora da cama e enfiei as mãos embaixo de minhas coxas quentes. Os pássaros cantavam seus cânticos adoráveis e alguns carros passavam pela rua do condomínio devagar. Suspirei por entre os lábios e meus olhos arderam. A decisão de deixar Youngjae ficar fora feita por puro instinto. Os olhos chorosos e a voz fraca dele atingiram-me como um soco; quando implorou pelo colar, vi a sua fragilidade exposta e não podia ignorar aquilo; mesmo sendo irritante, Yoo não deixava de ser um humano. Ou quase isso...
E eu começava a juntar tantas perguntas sobre ele que a minha curiosidade jamais me permitiria deixá-lo ir sem sanar a maioria delas.
Um fio de luz passou pela cortina meio aberta e chegou até meus pés frios. O calor era agradável, mas incômodo. Está amanhecendo rápido demais!
7 horas e 56 minutos se passaram como cinco bobos minutos.
Puxei meu celular do carregador e deslizei para desbloquear. Fui até o teclado e digitei os números que eu sabia de cor. Demorou um pouco, contudo fui atendido por uma voz sonolenta:
— Daehyun? Aconteceu alguma coisa?
— Não, está tudo bem. Espero não estar atrapalhando sua manhã de sono. — Disse apenas por educação porque sabia que o estava incomodando. — Preciso de um favor.
— Mas já? Nem amanheceu direito e você está me pedindo favores. — Moon Jongup retrucou de modo bobo, embolando em algumas palavras. Escutei seus gemidos do outro lado; talvez estivesse se levantando da cama. — Ok, pode falar. O que está acontecendo?
— Você... Você lembra do paciente suicida, certo? Yoo Youngjae?
— Claro! Ele fugiu do hospital. E eu não sei o que aconteceu. Uma hora eu estava passeando com ele, na outra eu acordei... No chão. Eu ia te ligar, mas sei que odeia ser avisado sobre algum problema quando não está de plantão. Algumas enfermeiras não quiseram chamar a polícia e pareciam assustadas. Você acha que ele as ameaçou?
— Você não ia precisar me avisar, de qualquer jeito. Ele está comigo.
Jongup ficou quieto e achei que tivesse voltado a dormir, no entanto começou a tossir de um modo preocupante.
— COM VOCÊ? — Gritou entre as tossidas, deixando meu ouvido com um ruído irritante e dolorido. — É sério?
— Sim. É difícil explicar, um dia eu conto tudo. O que preciso é que você me ajude a disfarçar a fuga dele.
— Você tem certeza disso?
— Claro. — Eu realmente não tenho muita escolha.
— O que você precisa que eu faça?
Por isso que amo Moon Jongup! Ele nunca mediu esforços para me ajudar.
— Eu vou chegar amanhã e Youngjae vai ficar comigo para ter uma consulta com o Yongguk. Só preciso que você diga para todos que ele sumiu porque eu o levei para dar uma volta.
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The Colors of Yoo
Fiksi Penggemar"Seguro a respiração, completamente sozinho num túnel profundo que engoliu toda a luz" Por conta de uma doença que lhe afeta o reconhecimento de cores e luz, o mundo do médico Jung Daehyun é - literalmente - descolorido. A chegada do alienígena Yoo...