Kiss From a Rose on the gray

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JUNG DAEHYUN

Youngjae grudou seus lábios nos meus. E quando eu digo "grudou" é porque ele literalmente fez isso.

Ficamos alguns segundos parados, apenas com as bocas conectadas e sentindo a respiração um do outro fazer cócegas no rosto. Eu não sabia se deveria aprofundar o beijo ou não já que de perto eu podia ver seu cenho franzido e as pálpebras agitadas; eu não sabia se era uma coisa de momento e logo passava, então fiquei na mesma posição, os olhos meio fechados e meio abertos, espiando-o.

Quando resolvi dar o celular para Youngjae foi no impulso, o que me levava a crer que aquele selinho também era. Entretanto minha opinião mudou assim que o alienígena segurou com mais força meus ombros, e senti a atmosfera mudar. Foram dez segundos apenas com os lábios conectados, sem qualquer movimento de ambas as partes.

Uma pequena explosão aconteceu dentro de mim ao sentir o toque frio de suas mãos. Ele estava trêmulo e nervoso. Bom, eu também quando comecei a entender o que estava acontecendo. A costumeira tontura ameaçou me tombar, mas fiz muito esforço para permanecer são e guardar o momento. Eu não queria me afastar. Nem ele.

Ajeitei as pernas para que nossos corpos se encaixassem melhor. Rodeei o braço esquerdo em sua cintura enquanto o direito permanecia em seu ombro, fazendo uma leve carícia em círculos. Finalmente algo estava acontecendo.

Movimentei os meus lábios e a cabeça, pedindo por um contato maior. Youngjae demorou um pouco para ceder, porém enfim começamos a nos beijar de verdade. A boca macia de Yoo parecia fazer carinho na minha e o beijo era tão singelo que mal parecia um de verdade. Surpreendi-me quando senti a língua dele passear por meu lábio inferior, pedindo uma passagem que eu concedi no mesmo instante.

As mãos que apertavam meus ombros começaram a passear por meu pescoço e enroscaram-se em meus cabelos desgrenhados. Um arrepio subiu por minha espinha quando Youngjae puxou meus fios com uma leve força.

Nossas línguas se encontraram e uma explosão ocorreu dentro de mim. Literalmente uma explosão. Algo brilhou dentro do meu ser e eu quase gritei com a sensação. Era estranha.

Mesmo de olhos fechados eu podia ver alguns pontos brilharem em minhas pálpebras, como se fossem pequenas estrelas no céu preto. Aumentei a intensidade do beijo, meio entorpecido com as luzes cintilantes na escuridão. Apertei mais Youngjae contra meu corpo, ouvindo-o gemer; meu mundo começou a girar mais uma vez e percebi que estava sem respirar fazia um tempo. Quebrei o nosso contato no mesmo instante, contudo ainda permaneci segurando a sua cintura.

— Desculpa... — Constatou ele, arrancando uma risada minha; eu sabia que isso aconteceria quando nos afastássemos. É uma fala clássica.

Abri os olhos por um momento e eu jurei ter visto com nitidez uma cor dourada nas íris de Youngjae, bem próximas a mim. O mesmo tom de dourado que via – hipnotizado – nas jóias de minha mãe e nos relógios do meu pai quando eu era menor.

Apertei as pálpebras e balancei a cabeça, incrédulo. Afastei-me um pouco para observar seu rosto por completo. Mirei mais uma vez suas íris, dessa vez sem meus óculos, e realmente percebi que os olhos dele pareciam mais claros, diferentes da cor que eu estava acostumado a ver: aquela mistura de cinza escuro com marrom.

Há quanto tempo eu não vejo com nitidez? Será que não tinha reparado antes? Youngjae fez algo comigo? Não, não e não, só pode ser a falta de oxigenação no cérebro. É claro que causa alucinações, não é?!

— O que foi?

— Nada, não é nada. — Retruquei ofegante, deitando a cabeça em seu ombro e apertando com força minhas pálpebras. Olhei ao meu redor e nada parecia incomum. Tudo estava normal, nenhuma cor diferente, nem mesmo o tom de dourado estava presente nas orbes do outro. Suspirei. Vou começar a ter visões sem sentido também?

The Colors of YooOnde histórias criam vida. Descubra agora