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DUOLOGIA OCULTOS - I
Chaol Brekker, tinha um passado árduo; o homem portava seus demônios enraizados por escolhas que não foram lhe dadas no passado. Toda a sua vida havia si...
Nunca odeie seus inimigos, isso afeta seu julgamento. O poderoso Chefão
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A deixei no quarto para que tomasse um banho e fui para o último quarto do corredor. Quando nos mudamos para cá, transferimos as roupas de Avery junto, pois da última vez que deixamos suas roupas em uma moradia, ela quase ateou fogo em nós por isso. Avery era uma mulher muito vaidosa, nessa parte ela era igualzinha a Thomas, gostava do luxo e roupas caras, e isso foi algo do qual eu fiquei grato naquela noite. Peguei um dos seus vários pijamas e deixei na cama de Lindsay. Todos os quartos ali tinham banheiros e ouvi o chuveiro ligado quando deixei as roupas no local.
Sai do apartamento, verificando se havia trancado tudo corretamente, para que a mulher não fugisse e causasse mais problemas. O que parecia muito sensato, já que a mulher era um ímã de encrencas.
O caminho todo feito por aquela cidade decadente me pareceu anuviado, não era atoa que aquela cidade tinha o nome de hell's kitchen. O lugar todo era pútrido, sombrio e úmido. Tudo que havia de ruim vivia por debaixo daqueles grandes prédios caros e enormes investimentos. Os monstros que se escondiam por trás de um sorriso bonito e palavras fáceis de ser entendidas, que se propagavam como falsos deuses para atingirem a glória, que queria o amor do povo como adolescentes carentes. No entanto, a sujeira não consegue ficar por muito tempo debaixo do tapete. Em algum momento alguém irá puxar o tapete sobre os pés do meu chefe e fazê-lo cair, levando consigo toda a sujeira e podridão que ele impregnou em todos. E no fim, eu só torcia para cair junto, pois depois de tudo que havia feito, não havia volta para mim, e tampouco desejava uma segunda chance. Todas as frases impactantes de filmes e livros estavam erradas, porque não pode haver nada na escuridão quando ela já está presente. E não há luz que apareça no final do túnel, ele é cego e inócuo, como quase tudo nesse mundo.
Ao chegar na rua da boate, notei que o movimento estava menor, poucas pessoas residiam no lugar. O plano era fazer a festa continuar, mesmo com Gerald morto, para não levantar suspeita. Daqui um tempo os cartazes de desaparecido estaria em todo lugar, porque se fizesse ele sumir publicamente, sua família não se envolveria nisso e, consequentemente, ficariam livres.
Desci do carro me encaminhando para dentro da boate pouco movimentada. As luzes neon estavam desligadas e não tinha mais show, o que sugeria que o lugar estava prestes a fechar. Dado a hora da madrugada que já se passava, julguei ser normal que fechassem naquele horário quando o movimento estava fraco. E depois do caos que habitou ali a pouco tempo atrás, acho que todos já tinham perdido o tesão pelo local.
- Voltou rápido, será que já perdeu a paciência com a dançarina e matou ela? - Perguntou Thomas, retoricamente. - Estaria fazendo um favor para mim. - Completou.
Ele estava encostado no pole dance, analisando as unhas com pouca importância, só para manter o ar debochado. Todos que ainda restavam no lugar tentavam evitar olhar para Thomas em cima do palco; eles o temiam. Na verdade, quem nos conhecia, nos temia. E quem ouvia sobre nós, temia também. Com tempo percebi que as pessoas exageram em tudo, na importância de fazer o bem, no que é certo e no que é errado, e nos boatos sobre nós. Porque para muitos eramos homens desalmados que matam, devíamos ser temidos. Os homens respeitavam o nosso espaço, e as mulheres eram recomendadas a ficarem longes de nós, mas algumas não davam ouvidos a isso. Todas bacantes¹ da vida, só conseguiam prazer no farrear, no que era gostoso e proibido.
