COLE POV'S
Cami não conversou muito comigo, ainda não tínhamos nos resolvido desde que ela falou da Lili, e o a mensagem dizia : cuida do cole para mim, sei que vocês já são melhores amigos, mas por favor não sai do lado dele. Foi enviado as 11:02.
Então ela me disse que a Madeleine recebeu uma também, enviado as 11:06, apenas: obrigada por me lembrar que eu era boa em alguma coisa, você é em várias, inclusive em fazer a vida das pessoas mais fácil.
Tem alguma coisa errada.
Passo horas relendo seus poemas favoritos mas não consigo achar nada. Até que empaco na mesma frase "vá para a água se é ela que te agrada"
Água, puta merda, o rio sweetwater, ela dizia que gostava de nadar lá quando era criança.
Não vou por Cadence, nem pela escola. Vou por mim. Prometi para mim mesmo que seria o porto seguro dela e vou cumprir isso até o dia da minha morte.
Dirijo mais rápido que o normal, com a ponta dos dedos brancas, pela pressão contra o volante. Não queropensar em nada, quero estar focado cem por cento em ir o mais rápido possível.
Quando chego, a primeira coisa que vejo é sua moto estacionada no acostamento. Paro atrás dela e desligo o motor e desligo o motor. Fico ali sentado.
Posso dirigir para longe agora mesmo. Se eu for embora, de alguma forma Lili Reinhart ainda estará no mundo, vivendo e andando por aí, mesmo sem mim.
Durante um bom tempo não me mexo, porque se continuar parado, Lili ainda estará por algum lugar.
Mas aí vejo.
Suas roupas, bem dobradas e empilhadas, a jaqueta de couro, os all stars surrados.
Tiro os sapatos e a jaqueta, deixo-os juntos a pilha, coloco a chave e o celular encima das roupas. Subo na beirada da pedra e pulo na água. Perco o folego, porque a água está gelada, e não quente, como de costume.
Prendo o máximo de ar que consigo e mergulho o mais fundo que meus pulmões podem aguentar, minha alma arde, assim como os meus olhos e meus pulmões, estar sem ela me deixa desnorteado.
Em busca da outra única coisa que me permite estar vivo subo de novo à superfície para que possa afogar meus pulmões de ar, se é que algo que eu digo ainda faz sentido.
Quando sacudo o cabelo molhado perebo. Ela não está aqui, nem em lugar nenhum, eu deixei ela ir. Ela foi.
Mesmo depois de saber continuo mergulhando, embaixo da água meus pensamentos se tornam turvos e eu tento me entorpecer com o silêncio gritante.
Pego o celular que deixei ao lado das roupas dela e ligo para a emergência, nesse momento, não há mais nada que eu possa fazer para que ela continue aqui, fingir que ela não está não a torna menos morta. Tenho que aceitar que ela não deixou só a mim porque é como se tivesse levado também parte de mim.
Quando o corpo de bombeiros chega, fico sentado, imóvel. Enrolado em um cobertor que alguém me deu.
Enquanto mergulham em suas roupas sinto minha garganta queimar, como se cirurgicamente alguém tivesse arrancado minhas cordas vocais e eu não pudesse gritar para que eles parassem porque ela não está ali.
Repito na minha cabeça o máximo de vezes que consigo dizendo que ela não está lá, de jeito nenhum estaria, e então o corpo é trazido para cima, mas aquela garota não tem vida, Lili era um furacão, que girou tanto minha vida que ela finalmente voltou ao lugar e então foi embora, bagunçando tudo de novo.
Digo isso a eles, e eles me perguntam se estou apto para identificar o corpo.
Não.
Não estou apto para dizer que essa é a garota que eu amo, nem para me conformaf de que agora o termo não deve ser usado mais no presente.
Eles dizem que vão ligar a familia, mas eu ligo, fui eu que disse que se a encontraria ligaria. Tenho que ligar.
Ligo para o número de Cadence, que atende no primeiro toque.
- alô? - ela diz - alô? - sua voz está assustada - meu deus!Alô?
- Cadence? Oi, é o Cole. Encontrei, ela estava onde achei que estaria, eu sinto muito.
Do outro lado da linha ela solta um som que eu nunca tinha ouvido antes, quero jogar o telefone para fazer esse som parar, mas em vez disso continuo repetindo
- sinto muito - repito de novo, e de novo, como uma gravação após o som da caixa postal, repito até o bombeiro chefe arrancar o celular da minha mão
Não ouço mas nenhuma palavra do que ele disse, só me deito na grama, com os olhos fechados, tentando me manter respirando, porque agora, isso parece a coisa mais difícil e desafiadora que já tentei fazer nos últimos tempos.
Tudo na minha mente se torna um borrão escuro e fundo, as vozes das pessoas não são mais altas que os zumbidos da minha própria cabeça.
Minha cabeça doí, assim como o meu peito.
Me sinto perdido. Desnorteado. Sem rumo.
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my dear secret - sprousehart [ CONCLUÍDA]
FanfictionSe conhecendo em situações inusitadas, Lili salva Cole de uma briga, ele estava bêbado mas se sente atraído, cada um mora de um lado da cidade, eles acham que sabem o pior segredo um do outro, mas vão descobrir que compartilham de um segredo muito p...