Capítulo 05.2 - Pétalas caindo

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Querido bebê,

Eu consegui colocar Caio para dormir, após brincar de patrulha canina por trinta minutos e ler uma história bizarra sobre uma garota má que virou uma foca voadora, e me preparei mentalmente para a conversa com a minha família. Pensei nas possíveis reações para o meu pedido e quais seriam os meus argumentos. Enquanto eles não chegavam, mandei uma mensagem para Matt.

Bianca: adivinha.

Matt: você percebeu que me ama.

Bianca: *carinha revirando os olhos*

Matt: você está me imaginando pelado.

Bianca: não.

Matt: agora você está ;)

Bianca: NÃO.

Matt: você quer se casar comigo.

Bianca: não.

Matt: não?

Bianca: isso foi um pedido?

Matt: você aceitaria se fosse?

Bianca: não.

Matt: por quê?

Bianca: pare de fugir do assunto!

Matt: não sei.

Bianca: consegui seu convite para minha formatura!

Matt: não posso esperar para te ver naquele vestido maravilhoso.

Bianca: você não sabe qual é o vestido.

Matt: eu disse que você ficaria linda em qualquer um.

Enrubesci e sorri involuntariamente.

Bianca: senhor. Você não vale nada. Para de dar em cima de mim.

Matt: eu daria tudo para ver suas bochechas coradas agora.

Bianca: elas não estão coradas.

Matt: mentirosa.

Ouvi alguém entrar na casa e mandei uma última mensagem.

Bianca: preciso ir. Beijos.

Quando cheguei na sala, Eduardo estava esparramado no sofá. Ele bebia um copo de água e mexia no celular. Os cabelos castanhos estavam meio bagunçados e os olhos estavam quase se fechando, o sinal de sua exaustão.

- Você parece cansado – sentei-me no sofá. – Vai dormir agora?

- Não – ele passou a mão pelos fios e bloqueou a tela do celular. – Eu preciso estudar, tenho um seminário amanhã e uma prova depois de amanhã.

Eu quase desisti de dizer qualquer coisa. Senti que apenas adicionaria mais preocupações.

- Podemos conversar?

- Sim – ele se virou para mim.

- Eu... – Mordi o lábio inferior, apreensiva. – Consegui um convite para o Matt. Para a formatura.

Esperei. Ele ficou silencioso por um tempo, os lábios apertados um contra o outro enquanto ele pensava.

- Você não deveria convidá-lo.

Deixei que ele visse a minha surpresa e franzi as sobrancelhas.

- Por quê?

- Ele é um idiota – ele falou.

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