Querido bebê,
Assim que Matt pôs os olhos em mim, eu desmoronei mais uma vez. Ele me envolveu com os braços fortes e me levou até seu quarto. Nos deitamos na cama, ainda abraçados, e permaneci com a cabeça em seu peito até que não houvesse mais nada em mim. Enquanto me preparava para explicar o que aconteceu, ele levantou o meu braço que estava sobre ele, analisando-o, mas logo passou a observar meu rosto. Os dedos passearam pelas minhas bochechas e olhos com carinho e sua voz estava fraca quando falou:
- O que aconteceu com você?
Algumas lágrimas rolaram em resposta e ele as secou.
- Alguém tentou me... forçar – sussurrei. – Na viagem.
Vi sua mandíbula travar enquanto eu contava o restante da história resumidamente.
- Você conseguiu ver quem era o filho da mãe? – Ele perguntou.
- Não.
- Queria ter estado lá com você. – Os olhos dele se fecharam. – Queria ter acabado com esse idiota.
Não respondi.
- Você vai ficar bem? – Ele beijou a palma da minha mão.
- Vou. – Eu só estava... cansada. Mudei de assunto. – Estava com saudades de você.
Inclinei minha cabeça e me afastei um pouco para encarar seus olhos. Eles estavam escuros, como um oceano revolto, mas – ao ver minha expressão – o rosto dele se suavizou. Ele colocou um dedo sobre meus lábios e pude ver a pergunta no seu olhar. O medo de me machucar. Fiz que sim, porque ele era o que eu precisava para me esquecer das mãos e do corpo sujo sobre mim, para lembrar que eu era amada e especial. Matt aproximou nossas bocas e me beijou, lentamente e com cuidado. Não achei que fosse possível, mas mais lágrimas escaparam. Dessa vez, não era tristeza, era o sentimento intenso por trás do beijo. Ele fez eu me sentir... adorada.
- Eu amo você. – Ele falou baixinho, as bocas ainda próximas. – Não só porque você é linda, mas porque você é você. Você me faz querer mais, Bianca. Você me faz sonhar.
Mais tarde, eu descobri a profundidade daquelas palavras. Matt nunca havia se envolvido de verdade com nenhuma mulher. Como sua mãe o deixou, assim como quase todos que deviam amá-lo, ele não conseguia ter relacionamentos. Ele tinha medo de ser deixado e, por isso, sempre deixava as pessoas antes que elas tivessem a oportunidade de magoá-lo. Contudo, por algum motivo, ele me deu uma chance. Ele se abriu para mim. Aquele homem que parecia um babaca por fora, com aquela aparência de playboy, me deixou entrar em seu coração, na tentativa de curá-lo.
Não respondi à declaração, apenas continuei beijando-o. Coloquei as mãos sob sua blusa preta, prestes a puxá-la. Ele parou completamente.
- Você tem certeza? – Perguntou. – Eu não quero que se arrependa, nem quero te fazer mal.
- Por favor – pedi. Por favor, faça eu me sentir viva de novo, faça eu me esquecer. – Eu amo você.
Não sei quando começamos a dizer essas palavras. A maioria dos casais marca o primeiro "eu te amo", mas foi natural para nós. Amar Matt era como respirar. Ele assentiu e me beijou. Na testa, nas bochechas, no nariz e lábios. Voltei a puxar sua camisa e ele me ajudou a tirá-la. Inclinei-me quando ele passou a distribuir beijos pelo meu pescoço e coloquei as pernas ao seu redor. Abri meus olhos quando ele segurou minha mão sobre seu peito.
- Bianca Lis, eu amo você. Quero que saiba que não vou te deixar, meu coração é seu.
Ele cumpriu a promessa, bebê.
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Corações Quebrados
RomanceBianca Lis nunca havia se apaixonado. Mas quando isso aconteceu, foi como cair de um precipício. Não foi só uma queda. Ela se jogou com tudo. E, tarde demais, percebeu que a única parte boa de cair era aquela sensação efêmera de voar. Chegar ao chão...