4 - Um anjo no covil de lobos

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O quase cair do sofá a fez abrir os olhos.

Sentou-se sonolenta e encarou o lençol que cobria as suas pernas. Não lembrava de tê-lo pego. Deixando um pequeno sorriso nascer, encarou Jahan que dormia em cima do colchão. Ele era tão diferente do que pensou e isso a fez se lembrar da forma que pensou dele pela manhã. Ajeitando os cabelos encarou o relógio de parede e viu que eram 2:30a.m. Talvez pudesse ir para o quarto, mas tinha medo de encontrar Banker no caminho.

Suspirando, encarou as mãos em frente ao corpo.

Pronta para se acomodar melhor no sofá, ouviu murmúrios virem de Jahan. Levantou-se lentamente e se aproximou da cama, percebeu o cenho dele franzido. Engolindo em seco notou que ele estava suado. Esticou a mão e o tocou na testa, percebeu-a quente.

Omma... omma... – Os sussurros de Jahan a deixaram surpresa. — A-Aniyo...

Ele estava tendo um pesadelo com a mãe e parecia sofrer. Mesmo não sabendo se o que faria era certo, tocou nos cabelos dele em um carinho suave.

Calma... – pediu alisando o rosto masculino. — Não tenha medo...

Em um susto ele acordou.

Agiu tão rápido que Narin nem teve tempo de raciocinar, somente sentiu uma mão ser segurada fortemente e uma arma apontada em seu rosto. Assustada, encarou o cano da arma tão próximo de si, o coração bombeava freneticamente. Ainda o fitando Narin notou o medo no olhar de Jahan.

Trêmula, sentiu a mão ser solta, a arma ser abaixada e ele esfregar o rosto.

— O que estava fazendo? – perguntou fazendo força para se sentar, mas logo gemeu de dor. — Caralho de dor!

Engolindo em seco, Narin se afastou um pouco e se abraçou. Ainda sentia o medo correr por suas veias.

— V-Você estava tendo um pesadelo com a sua ommoni.

Ele a encarou.

— Não estava! – O seu tom era grosseiro enquanto colocava a arma de volta sob o travesseiro.

— Estava sim – disse engolindo uma malcriação. — Eu ouvi... não precisa ter vergonha.

O olhar dele adotou uma expressão mais séria e desviando o olhar, viu os analgésicos no móvel ao lado. Engolindo em seco, fingiu que ele não a encarava.

— Você tem antitérmicos? Está febril.

Ele tocou a própria testa.

— Eu só preciso dormir sem ser acordado – alfinetou fazendo-a encará-lo. — Sabia que não deve acordar ninguém desse jeito? Eu poderia ter te matado.

Pensando a respeito, ela franziu o cenho. Se não fosse algo tão errado, ela... Balançando a cabeça, desviou o olhar. Ela não queria morrer, queria apenas ir embora. Mordendo o lábio inferior deu as costas a ele e se dirigiu para o banheiro. Na pia viu alguns remédios e, dentre todos, uma caixinha lhe chamou a atenção. Pegando-o, viu que o remédio induzia o sono.

Deitado na cama, Jahan viu Narin voltar segurando um comprimido. Atento a observou pegar um copo e o encher com o suco que ainda tinha no carrinho.

— Toma, vai te ajudar a baixar essa febre. Se ela aumentar você pode ter até uma convulsão.

— Vou ficar bem sem elas.

— Você tinha que ir ao médico. – Estendendo o comprimido para ele. — Eu acho que você quebrou as costelas.

— Não chega a tanto – desdenhou pegando o comprimido e o suco. — Só foi uma pancada.

— Mas você está com febre – disse vendo-o engolir o comprimido e o suco. — Isso não é uma coisa boa. Como foi que se machucou?

Forbidden Love: Destinada a um assassino - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora