1- O começo

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Sentia-se nervosa, confusa e sem saber o motivo de estar naquela van. Sentia sono, mas o medo era maior. Até ontem à noite estava se recolhendo junto com as outras freiras e agora estava sendo levada para algum lugar ao qual não sabia a localização.

Ao levantar o olhar viu um homem segurando uma arma enquanto a observava intensamente. Tentando evitar o contato visual virou a cabeça para o lado. Havia mais uma mulher junto a eles, usava calça jeans colada ao corpo e uma blusa da cor preta, as mãos estavam em frente ao corpo. Não parecia estar com medo, nem nervosa, mas sim calma.

Um pouco triste se lembrou da irmã Irene, ela nem lhe disse o que estava acontecendo. Apenas lhe informou que foram atrás dela. Talvez um tio? Um pai? Alguém importante para ela? Não sabia. Era órfã e desde que aprendera a falar, morava naquele convento. Ali era sua casa, onde podia se refugiar em uma pequena capela e ficar por horas escrevendo os pensamentos.

Antes do café da manhã uma van adentrou as propriedades do convento e aquele mesmo homem que estava a sua frente procurou por ela. Não tivera nem a escolha de se negar a ir com eles. Ele a agarrou pelo braço e a levou, não a deixando falar, se despedir e nem pegar seus pertences. Sua barriga roncava de fome, a garganta estava seca querendo um copo de água e fazia algumas horas que estava ali sentada.

Quando finalmente a van parou o homem foi o primeiro a se mover. Com agilidade se encaminhou até as portas e as abriu. No lado de fora havia dois homens, também armados. Nervosa viu um deles subir na van e puxar a menina ao seu lado para fora, as mãos tremiam quando o segundo homem fez a mesma coisa com ela. Ao descer sentiu as pernas fraquejarem e antes que pudesse cair, sentiu a mão lhe segurar o braço.

— Banker! – gritou o homem que lhe segurava para o outro que trouxera elas até ali. — Ele está no escritório.

Lançando um olhar para a mansão, percebeu o quão bonita era e não se parecia em nada com o convento.

Engolindo em seco, foi puxada em direção as escadas que levava a porta da frente. Percebia que havia muitos homens ali e todos extremamente armados. Ao entrar percebeu a riqueza nos detalhes e, em uma parede, um grande quadro com a imagem de um casal. O homem na imagem estava sério, usava um terno com a aparência de ser bem caro. A mulher ao lado dele sorria, deixando-a mais linda.

Com um puxão no braço se encaminhou para as escadas, no final dela, seguiu para a direita. A menina que estava na mesma van era puxada logo atrás. Voltando a atenção para o homem que lhe puxava, notou que ele tinha o cabelo em um corte muito baixo. As feições eram sérias, parecia que não sorria nunca.

Ao se aproximarem de uma porta sentiu o medo se alastrar, pois não sabia o que lhe aguardava naquela sala. Trêmula ouviu o homem bater à porta e logo uma autorização ser dita. Quando a porta foi aberta, a primeira coisa que notou foi um homem alto e musculoso parado ao lado da mesa. A postura dele transmitia que era muito perigoso, poderia estar enganada, mas tudo nele gritava "perigo, afaste-se!". Os braços eram cobertos por muitas tatuagens, e ela nem conseguia chutar quantas.

Ahjussi – proferiu o homem que ainda agarrava seu braço. — Aqui estão.

A cadeira que estava virada para a janela, voltou-se para ela. Sentado com uma expressão de rei viu um senhor de terno lhe sorrir. Engolindo em seco, desviou o olhar para o homem ao lado da mesa, que ainda a encarava sem falar nada. Olhando para o lado viu a sua companheira de viagem devolver o sorriso para o mais velho.

Annyon haseyo – saudou o homem ficando em pé. — Espero que tenham gostado da viagem.

Sem saber o que responder, ela apenas o encarou. Ao ouvir um pigarro ao lado, encarou a outra menina que sorria.

Forbidden Love: Destinada a um assassino - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora