7 - O beijo

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Ao adentrar o local observou com atenção os produtos que estavam à venda. Tudo ali era tão normal aos olhos dos outros, mas por trás da fachada um negócio ilícito acontecia. A recepcionista assim que lhe viu indicou sutilmente a cabeça para o lado onde tinha uma porta. Enfiou as mãos dentro do casaco que usava e caminhou rapidamente a tal porta. A fumaça que o atingiu o fez tossir e isso chamou a atenção para si. Sem falar nada se dirigiu até a última mesa, ao parar em frente a ela acenou para o homem sentado.

Annyon hashimnikka – saudou recebendo um aceno. — Estão prontos?

Ye – concordou e ao abrir uma gaveta pegou dois passaportes e duas identidades. — Aqui estão. – Estendeu a Park, mas antes que ele pudesse pegar puxou a mão. — Meu pagamento?

Park suspirou, o homem sorria ao encará-lo. Olhou rapidamente ao redor e, enfiou a mão por dentro do casaco.

— Os documentos – pediu estendendo a mão e logo lhe foi entregue.

Enquanto conferia os documentos, o falsificador a sua frente abria o envelope para contar o restante do dinheiro.

Do lado de fora, em uma loja para artigos de casa, Jung-Lee fingia analisar dois tipos de escorredores. A grande janela ao seu lado lhe permitia observar a movimentação da rua, seu alvo estava na loja a frente. Cinco minutos se passaram e Park saiu com as mãos nos bolsos. Andando lentamente para a saída, Jung viu o colega entrar no carro e sair rapidamente.

Respirou fundo e balançou a cabeça, Park estava caminhando em uma estrada muito perigosa e mesmo não querendo faria o que fosse preciso para que nada saísse do controle.

Mesmo de olhos fechados sabia que Jahan andava pelo quarto. Podia ouvir os passos pesados no chão de madeira. Sentia vergonha por ontem, por tê-lo beijado e agido daquela forma.

Não sabia explicar o que tinha passado por sua cabeça, apenas o beijou e o pior de tê-lo beijado desajeitada, foi a expressão no rosto dele, tinha plena certeza de que ele não tinha gostado daquilo.

Engoliu em seco e apertou a mão que mantinha próxima ao rosto. Era tão ridícula. Toda vez que fechava os olhos podia ouvir na mente a voz da Irmã Irene falando que era uma pecadora. Lambendo os lábios em nervosismo, sentiu o lado direito do colchão afundar.

— Quanto tempo mais vai fingir que dorme?

— Eu não estou fingindo – retrucou com a voz sonolenta. — Estou dormindo.

Lançou um rápido olhar para Narin e a viu deitada de costas para ele. Quase sorriu pela resposta, mas não o fez. Terminou de calçar os coturnos e ficou de pé. Ao pegar a jaqueta preta que descansava na cadeira, viu em cima do móvel ao lado o caderninho aberto.

— Não vai terminar o seu bilhete? – disse e rapidamente Narin virou-se para ele. Um pouco confuso a viu envergonhada e logo lembrou-se de ontem. — Provavelmente passarei o dia fora, talvez eu arrume um horário para ir até Irmã Kim.

Sentando-se na cama, Narin encarou os olhos de Jahan e esperou ele lhe chamar novamente para passar a noite lá. Porém, só obteve o silêncio. Um pouco nervosa fitou o caderno.

— N-Não tem problema mesmo?

Aniyo.

Ao voltar a atenção para Jahan, percebeu que ele usava uma calça jeans de lavagem escura, uma blusa cinza, jaqueta e boné preto virado para trás. Engolindo em seco, o viu pegar uma arma e verificá-la, para logo colocá-la no cós atrás da calça.

— Jahan... – chamou-o fazendo-o encará-la. — Eu... – Sem conseguir falar fitou as mãos.

— Se for por ontem não precisa falar – disse recebendo a atenção para si. — Diferente do que pensou eu não sou um aproveitador de mulheres, você não está aqui por eu querer algo em troca. Você está aqui porque...

Forbidden Love: Destinada a um assassino - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora