17 - A traição

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Ao rodar na cama esticou o braço e franziu o cenho quando não notou o corpo de Jahan na cama. Sonolenta, esfregou os olhos e apoiou o braço no colchão. Vestia o moletom preto masculino, os cabelos castanhos estavam emaranhados e o corpo mesmo agasalhado, sentia o frio da madrugada.

Volte a dormir...

Ao abrir os olhos percebeu Jahan sentado na cadeira enquanto mantinha os braços na mesa. Um pouco confusa ela coçou os olhos e tentou entender o que ele fazia.

— Sem sono? – questionou recebendo uma negativa. — Por que não me acordou? Te fazia companhia. – Sorriu fazendo-o arquear uma sobrancelha. — O que está fazendo?

Com delicadeza Jahan empurrou a cadeira e estendeu a mão para Narin.

Sorrindo, ela afastou o lençol e saiu da cama. O chão estava frio e, assim que agarrou a mão masculina, foi puxada para o colo dele.

— Você está gelado – avisou como se ele não soubesse.

— Já você está bem quentinha – murmurou apertando-a entre os braços. — Dengosa. – Brincou quando ela esfregou a ponta do nariz na bochecha dele.

Afastando-se um pouco dele, deixou que a atenção fosse para o papel em cima da mesa. Jahan estava desenhando Park, os traços eram perfeitos e ela ficara surpresa com aquilo. Não sabia que Jahan conseguia desenhar pessoas.

— Está lindo – elogiou encantada. — Muito mesmo..., você é muito talentoso.

Ainda observava o desenho quando Jahan passou a outra folha deixando-a sem fala. Dessa vez o desenho era o dela, delicadamente pegou a folha e observou atenta a todos os detalhes. Parecia que se olhava no espelho, estava realmente encantada. Na mesa uma moeda amarrada a uma corda lhe chamou a atenção, pegando-a notou que era muito velha.

— Eu fui ao convento – revelou tendo a atenção para si. — Você e a Ji-Hyun foram levadas para lá ainda bebês. Elas não sabem quem é a sua ommoni.

— O que? A Ji-Hyun também? – franziu o cenho e depositou o desenho onde estava. — Mas...? A Irmã Irene...

— Eu sei... ela mentiu – a interrompeu tocando-a na bochecha — fiquei acordado porque são muitos pensamentos.

Narin ainda repassava na mente o que Jahan havia dito. Irmã Irene mentira sobre a mãe viver no convento? Então como chegara ali? O que ela estava fazendo ali? Quem era ela? Com aqueles questionamentos, franziu o cenho e fitou os olhos de Jahan.

— A minha ommoni pode estar viva? Acha que é possível?

Antes de responder, Jahan a tocou no queixo.

— É uma possibilidade. – Afirmou fazendo-a sorrir. — Mas tenha em mente que ela pode estar morta.

Com um suspiro ela anuiu.

— Com quem você falou? Como conseguiu entrar lá? Alguém te viu?

— Pulei o muro – respondeu vendo o olhar assustado lhe fitar. — Tomei cuidado, não se preocupe. Falei com a Irmã Kim, ela estava na capela como você disse.

Confusa, Narin virou o corpo de lado.

— A Irmã Kim que lhe contou sobre minha ommoni? – Assim que perguntou o viu manear a cabeça lentamente. — Então ela também mentiu para mim? – indagou com os olhos tristes. Por todo esse tempo acreditara cegamente nas palavras de Irmã Irene e, Kim não fora tão honesta com ela.

— Eu sinto muito – murmurou secando as lágrimas dela. — Ela pode não ter sido verdadeira sobre isso, mas ela me pareceu preocupada com você.

Encostando-se nele, agarrou a moeda a observando.

Forbidden Love: Destinada a um assassino - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora