6 - O jantar dos lobos

602 66 72
                                    

Ao esfregar o rosto no travesseiro e esticar as pernas e braços, sentiu a deliciosa sensação que era acordar em um colchão macio. Levando a mão em frente aos lábios, bocejou, para logo aconchegar-se novamente entre os lençóis. Ao recordar-se de onde estava, abriu os olhos e encarou o corpo de Jahan deitado bem próximo a ela. Nunca tinha dormido na cama com um homem e, mesmo que sua boa educação lhe mandasse afastar-se, delicadamente aproximou o corpo do dele.

Em silêncio observou as maçãs altas do rosto masculino. A mandíbula tinha um formato quadrado e o nariz era reto, aquela combinação o deixava charmoso. Desceu o olhar, encarou os ombros largos e tatuados. Franzindo o cenho fitou as imagens, a caveira — ao qual estava no ombro esquerdo — tinha em volta algumas teias e uma aranha saía do buraco ocular onde deveria ser o olho direito.

Lançando um rápido olhar para Jahan viu que ele ainda dormia, os lábios estavam semiabertos. Voltando a análise de antes, encarou agora os braços musculosos tatuados e deixando um pequeno sorriso escapar quando viu uma rosa vermelha com espinhos. Ao perceber gotas de sangue saindo das pétalas, deixou o sorriso morrer. As outras tatuagens eram desenhos que ela nunca tinha visto na vida, esticando um pouco o pescoço, fitou o abdômen dele onde tinha uma única tatuagem que cobria o umbigo.

Deitando a cabeça novamente no travesseiro, encarou o rosto dele, e por um momento pensou tocá-lo rapidamente. Pensando no que faria, assustou-se quando o viu abrir a boca e soltar um ronco. Mesmo tapando os lábios com uma mão, não evitou que o riso saísse. Em sua pequena batalha para não rir, viu quando ele abriu os olhos e franziu o cenho olhando para ela.

— O que? – questionou esfregando os olhos, ainda ouvindo-a rir. Espreguiçando-se sentiu um leve incomodo do machucado, mas totalmente suportável. — Do que está rindo? – A voz soou rouca.

Fechando os olhos sentiu o corpo dela se mover no colchão.

— Da forma que você roncou – falou e, no mesmo instante, ele abriu os olhos. — Foi engraçado.

— Eu não ronco. – Balançou a cabeça esfregando uma mão na barriga. — Deve estar alucinando.

Cruzando os braços o encarou divertida.

— Você roncou e abriu os olhos.

— Abri os meus olhos porque ouvi você rindo – retrucou observando-a sentada com a sobrancelha arqueada. — É a segunda vez que você me acorda.

Ajeitando uma mecha atrás da orelha, fitou os olhos dele que lhe encaravam de volta.

— Você conseguiu dormir – disse fazendo-o acenar minimamente. — Isso é bom.

Ye – concordou encarando os lábios dela. — Foi bom dormir sem ter os pesadelos.

Sorrindo, viu quando ele – ainda lhe encarando – engoliu em seco e desviou o olhar. Puxando o cabelo para o lado, viu a manga longa do moletom dele que ela ainda usava.

— Nem senti tanto frio a noite – comentou tendo a atenção de volta para si. — Esse seu moletom é bem confortável – murmurou com um pequeno sorriso. — Bem... – Parou observando-o. — Eu acho melhor eu ir, ainda tenho que trabalhar na cozinha. Você vai estar no jantar de hoje?

Aniyo. – Negou encarando-a. — Você vai estar?

— Vou ajudar Doong-Son ahjumma – respondeu e logo lembrou dele a defendendo no jantar. — Obrigada por ontem..., por ter me ajudado com Banker e na sala da refeição.

— Não precisa agradecer – disse vendo-a acenar. — Vou tomar banho, não saia do quarto. Não é seguro andar por esses corredores sozinha.

Narin lembrou-se quando ele a encontrou no corredor e ela fez aquela cena. Então tinha sido por isso que ele fora atrás dela. Fitando as mãos juntas em cima das coxas, ela respirou fundo. Jahan era realmente uma pessoa de bom coração. Deitando-se novamente, sentiu o perfume masculino nos lençóis e internamente se sentiu bem em estar ali.

Forbidden Love: Destinada a um assassino - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora