⿻ Capítulo 4 ⿻

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Acordei com o dobro de cansaço, embora não tivesse ido dormir tão tarde como nos outros dias. Tinha feito hora para levantar, porém, conforme o horário passava, tive que levantar. Hoje finalmente, sairá o resultado das provas, e também abrirá oficialmente o jornal da escola, que era dirigido por mim, mais quatro alunos. Duas meninas e dois meninos.

Depois de ter tomado banho e escovado os dentes, saí de casa, indo a escola, e a fome já estava vindo, posso pensar que me arrependi amargamente por não ter tomado café da manhã. Não demorou muito para que chegasse, e o campus estava bem mais bonito hoje, o serviço de jardinagem sempre se supera.

Não tive tempo para ir a sala, fui correndo para a área do jornal, queria ocupar minha cabeça para não ter que pensar no que ocorreu ontem.
Me pergunto o que foi que eu fiz. Sorri para as duas garotas que já estavam lá, e começamos a produzir. Ia de coisas como, o campus tem novos trabalhadores, até a última briga da escola, o objetivo era alcançar todos da escola, com vários assuntos dela mesma. Como éramos gerentes do jornal, ganhavamos pontos e podíamos faltar o primeiro horário, apenas.

Eu e as garotas deixamos que os meninos entregassem a escola, e fomos cada uma para sua sala. Como era troca de professor, muitos alunos conversavam muito e nem notaram que eu cheguei, o que era bom, odiava se encarada, sorri para April e fui para meu lugar. Durante a aula mandei uma mensagem a minha amiga, queria desabafar.

O sino havia tocado, era aula de esportes, então todos saímos de sala, menos eu e April, ela veio até mim e se sentou ao meu lado.

ㅡ O que queria me dizer?

ㅡ Eu acho que estou sendo observada. ㅡ fui direto ao ponto, falando em voz alta foi mais ainda assustador, coração tinha se acelerado e meu olhos estavam prestes a se encher de águas.

ㅡ Como assim "observada"? ㅡ Ela se ajeitou e me olhou preocupada.

ㅡ Tem um motivo para eu ficar louca pelo o que está acontecendo.. Há um tempo, um estranho me chamou por mensagens, eu comecei a conversar com ele, mas me estressei com algo que ele disse, e você sabe como eu sou exagerada. ㅡ Uma lágrima rolou pelas minhas bochechas. ㅡ Eu o conheci um tempo depois, mas não continuamos a conversar, mas um dia ele me mandou uma mensagem dizendo que a culpa era minha... ㅡ Eu não lembrava exatamente, apenas estava falando tudo que vinha na memória. ㅡ April, o cara que tá aparecendo aos poucos é o mesmo cara que disse que a culpa era minha. E eu nem sei de quê. ㅡ Soluços vinham no momento então. ㅡ E eu acho que o cara que está matando me observa.

April escutou tudo que eu disse e depois me abraçou fortemente, eu estava tremendo, e sabia que estava gelada, mas o calor do seu corpo me aquecia, ela sussurrou que tudo estava bem, e sugeriu para que fôssemos a delegacia relatar isso, e eu não queria ir de jeito nenhum, não queria está na lista de suspeitos, mas me acalmou dizendo que era o melhor, assim ninguém poderia me ferir.

Saímos da sala e fomos até o refeitório na parte da venda comprar algo para comer, e algo para beber. Nós nos sentamos, e uns minutos depois April foi chamada pela professora de Filosofia, para que explicasse um trabalho que não tinha entendido, eu disse que ficaria bem sozinha, e sorri me despedindo. Eu olhei para frente e vi meu amigo, Hwan e Tyler se aproximando, mas antes que eles chegassem a mim, meu celular vibra, eu o pego e vejo a mensagem de um número desconhecido "sem polícia." Meu coração se acelerou de novo, e eu bloqueie o número, guardei o celular e sorri para os dois.

ㅡ Olá bobocas. ㅡ forcei animação.

ㅡ Não deveria estar em aula? ㅡ Hwan perguntou.

ㅡ Não sabia que Melina era de matar aula. ㅡ Tyler completou com um sorriso debochado.

ㅡ Eu só não estava me sentindo bem, ok? E pelo que eu sei, você Tyler, é da minha turma, tem aula agora. E você Hwan, está no campeonato de inglês, e tem uma reunião agora. O que estão fazendo aqui?

ㅡ Caramba, a reunião! ㅡ Hwan se dá um tapa na testa e sai correndo. Olho para Tyler esperando algum pronunciamento que iria sair também, mas em vez disso, ele se senta na minha frente.

ㅡ O que aconteceu? ㅡ Ele disse.

ㅡ Como?

ㅡ Por que não está aqui, sozinha?

ㅡ Não é nada, só não estava me sentindo bem. ㅡ Ele olhou preocupado, e se escorou na cadeira. ㅡ Por que não me chamou em mensagem ainda? Eu te passei meu número só para você olhar? ㅡ Arranquei um riso dele.

ㅡ Quer que eu te mande mensagem? Olha, temos uma evolução. Não se preocupe, só estou esperando o momento para te chamar.

ㅡ Momento? Que momento?

ㅡ Quando precisar de mim.

ㅡ Eu precisar de você? Acho impossível. ㅡ Dei um sorriso, e fui acompanhada por ele.

Havia tocado o último sino do dia, eu me despedi dos meus amigos, e disse a April que não precisava que ela me acompanhasse até em casa, eu apenas fui rapidamente. Ao chegar pude sentir o maravilhoso cheiro da comida da minha mãe sendo feita, olheo para aquilo e sorri, indo até minha mãe e a abraçando fortemente.
Disse que iria ajudá-la a por a mesa, mas antes fui ao meu quarto me trocar, e lavar minhas mãos. Observo meu reflexo no espelho, era desesperador me olhar no momento, eu via medo, e curiosidade, coisas que não poderia estar juntas, nunca.
Tratei de jogar os pensamentos fora, e voltei para a cozinha. Arrumei a mesa e ajudei minha mãe no que faltava, tivemos uma refeição maravilhosa. E depois a ajudei a guardar tudo. Minha mãe disse que iria assistir a um filme, então aproveitei o final daquela tarde para pode caminhar.

Não tinha muita gente na rua, e o vendo estava extremamente bom. Foi só eu virar a esquina, para ver um homem de preto colocando uma mala ㅡ aparentemente nova. ㅡ do lado de um lixo, me escondi para que ele não me visse, e dessa vez, decidi seguir. Um pouco distante dele, virei pelo menos quatro esquinas para que no fim, perdesse ele de visão. Bufei frustada, me virando pra trás pra or embora, foi quando vi que ele, mascarado com um corro, estava atrás de mim, antes que eu gritasse ele tampou minha boca com uma mão e me empurrou pra trás, até que minhas costas batessem na parede, eu o encarei com pavor, e seus olhos, eles eram familiares. Em nenhum momento ele falou, só ficou lá, parado, tampando minha boca, e então eu começei a chorar baixinho, ele levou a outra mão pro meu rosto e limpou minhas lágrimas, seu rosto se aproximou do meu ouvido e logo ele sussurrou, com uma voz grossa e rouca, diferente das que eu já ouvi, mas ao mesmo tempo, familiar.

ㅡ Pare de procurar, ou vão te pegar.

Ele me soltou e saiu correndo, eu o observei até não mais vê-lo. Limpei meu rosto com minha mão, e sai quase que correndo dali, indo para casa, já estava muito tarde, eu só entrei e fui para meu quarto, sem trocar de roupa nem nada. E no mesmo instante, dormi.

Tinha um pássaro macho que se afastou de sua família, e se envolveu com pássaros ruins, pombas. Ele logo gostou da convivência, e observava sua família de longe, machucando outras em volta, por diversão, isso só por uma dessas famílias terem matado seu filho mais velho. Mas mesmo assim continuava, tanto que até adotou um escudeiro, metade pássaro metarde pomba, para observar seu outro filho. Mas humanos odeiam pombos, bom, pelo menos aqui no Canadá odeiam, querem pombas mortos, até mesmo infectados, não querem algo bom passando algo ruim, como passarinhos infectados passando doenças para outros.
Não faz sentido a linha de pensamento, mas tudo na vida é um monumento, tudo se encaixa em algo de alguma forma. Agora, o que esse passarinho meio pomba, irá fazer ao filho? passar algo ruim, ou passar a última pontada de bem tem em seu sangue?

Quem eu sou, um passarinho ou uma pomba?




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⏰ Última atualização: Jan 29, 2020 ⏰

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