Arguments

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Olá, amigxs! Como estão?

Espero que estejam cumprindo direitinho o isolamento social e que só saiam se for necessário. Quanto mais seguimos as recomendações, mais rápido conseguiremos voltar ao normal.

Agradeço também as pessoas que trabalham nos serviços essenciais e aos profissionais de saúde que estão dando o seu melhor para ajudar as pessoas.

Espero que gostem do capítulo.

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Ariana estava ainda abraçada a mim quando seu pai se aproximava de nós. Agora a expressão dele era de pura raiva e eu podia notar em seus olhos a decepção. Minha namorada apertou minha cintura com força e eu a puxei mais para mim, como se qualquer coisa vindo dele não pudesse afetá-la se eu a protegesse.

– Eu nunca pensei que iria ser apunhalado pelas costas pela minha própria filha. — Sua voz era alta mesmo estando perto de nós. — Você é a culpada disso, Joan. Eu disse que seria fraca ao não tentar impedir que eles pegassem isso. — Edward disse apontando para Ariana e Frankie.

– Você que é, Edward. Você foi embora quando Frankie só pediu compreensão e amor, o seu preconceito lhe cegou e você foi incapaz de ficar e tentar compreendê-lo. — Joan disse enquanto se levantava. — Enquanto eu fiquei aqui dando tudo o que ele precisava e por ele continuar sendo esse filho maravilhoso.

– C-Como assim? — A voz de Frankie se fez presente e eu apenas o olhei. Seus olhos estavam marejados e eu sabia que ele estava se controlando para não chorar. — O senhor disse que me aceitava e estaria comigo sempre e-----

– Eu menti! Nunca aceitei e nunca irei aceitar uma vergonha dessas! — Ele gritou e eu senti minha namorada apertar minha cintura com força. — Não consigo acreditar que minha própria filha poderia fazer isso, eu acreditava que não me daria esse desgosto.

– Nós acreditamos que o senhor tinha ido porque a mamãe havia pedido o divórcio, agora entendemos o motivo. Você nunca quis ser o nosso pai, queria que fôssemos de acordo com o que você acreditava ser o certo. — Ariana disse ainda me abraçando e sua voz estava chorosa. — Mamãe sempre nos deu o amor que precisávamos, Frankie é o melhor irmão que eu poderia ter e eu sei que ele sente a mesma coisa sobre nós. Além do mais, conhecemos uma outra família incrível e que nos ama.

– Eu não suportava a ideia de ter alguém gay na minha família, não fui criado dessa forma. — Ele disse andando de um lado para o outro.

– Sabemos que não foi criado, porque era uma outra realidade, mas o senhor sempre disse que a felicidade dos seus filhos era o mais importante. — Frankie disse e eu continuei em silêncio. Os dois estavam lado a lado agora. — Mamãe também não foi criada para aceitar tudo, eu sei que foi difícil para ela e para nona, mas elas estavam aqui comigo me apoiando, enquanto nós dois estávamos apoiando elas. — Ele disse e limpou o rosto quando as lágrimas caíram. — Até meu pai biológico me apoiou e entendeu, me liga o tempo todo. E ele foi criado em um local extremamente conservador. Mas isso não é desculpa, quando se quer aprender e evoluir, é você próprio que tem que buscar e pedir ajuda.

– Nós nunca iríamos negar se o senhor realmente quisesse. — Ariana disse e abraçou o irmão. — E sim, pai. Eu namoro uma garota maravilhosa e eu tenho o maior orgulho de termos nos conhecido na escola e virado amigas. (S/n) me ensinou coisas maravilhosas e antes minha namorada, ela é minha melhor amiga. Ela estava do meu lado sempre, nos meus melhores e piores momentos, e, mesmo quando eu achava que ninguém poderia gostar de mim, (s/a) estava ali pronta para mostrar o quanto gostava e tinha orgulho do que sou. — Disse e nos olhamos, seus olhos brilhavam para mim e seu sorriso era o mais radiante, fazendo meu coração, mesmo naquele momento, acelerar.

– Eu não aceito! Você é a minha filha, isso é inaceitável! — Ele tentou se aproximar de Ariana e eu apenas me aproximei rápido em sua frente para protegê-la de qualquer ataque que poderia vir dele. — Saia da frente, garota!

– Não deixarei que a machuque ou machuque ninguém dessa família. O senhor pode não aceitar isso e respeito o seu pensamento, porém não lhe dar o direito de forçar alguém a ser o que não é de acordo com seus ideias apenas porque acha o certo. — Falei e ele se aproximou mais de mim. — Eu amo muito a sua filha, não só como mulher, mas também por ser minha melhor amiga acima de tudo e eu ser eternamente grata por tudo o que ela fez por mim e me permitiu fazer por ela. — Aproximei dele e ele relutou por um momento. — Se depender de mim eu nunca ideia machucar Ariana. Então espero realmente que se aí dentro tenha alguma vontade de ver seus filhos felizes, que o senhor respeite eles como são.

Eu me afastei e virei para Ariana que apenas suspirou triste, sabia mais do que ninguém que ela queria chorar, mas se negaria a fazer isso na frente de alguém. Olhei para o Frankie e ele apenas assentiu proferindo que ficaria bem.

Entrelaçei minha mão com de Ariana e ela me olhou, seus olhos brilhavam, porém dessa vez não mais de alegria. Então apenas fiz o que deveria ser feito naquele momento, a levei para o seu quarto e quando chegamos lá fechei a porta. Quando virei para falar com ela, minha namorada apenas me abraçou com força chorando.

Suspirei fechando os olhos enquanto lhe abraçava, beijei sua testa e permaneci em silêncio. Naquele momento nenhuma palavra era necessária, já havíamos dito demais ali, apenas deixei que Ariana chorasse suas frustrações, sua decepção e tristeza com seu pai. Fiquei ali, sendo o apoio que muitas vezes ela foi para mim, cuidaria dela como sempre cuidei, daria o carinho necessário e até mais se pudesse apenas para vê-la sorrindo novamente e mais leve.

Caminhei com ela até sua cama e apenas deitamos ainda abraçadas, foi quando percebi que precisava de um descanso, mas faria depois que Ariana estivesse bem, ela precisa de mim.

– Obrigada por estar aqui comigo, amor. — Sua voz embargada saiu baixa, eu apenas virei meu rosto para olhá-la. Com uma única mão enxuguei suas lágrimas e sorri.

– Nunca te deixarei sozinha, pequena. Ainda mais quando precisa de alguém do seu lado. — Disse e beijei sua testa com cuidado.

– Eu não preciso de alguém, (s/n). Eu preciso de você. — Meu coração acelerou e apenas sorri devido ao efeito que ela tem sobre mim.

– Eu te amo, amor. — Ela me apertou em seus braços e se aninhou em meu corpo deixando um beijo em meu pescoço.

– Eu te amo, (s/a). — Sua voz sonolenta apareceu e eu iniciei um carinho em seus cabelos até que adormecesse.

Fiquei velando seu sono até que o meu chegasse, e então dormimos juntas mais uma vez. Sendo o seu apoio como sempre seria.

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Espero que tenham gostado e até a próxima, amigxs!

Fiquem em casa, ok?

:)

Before Our Spring {Ariana/You}Onde histórias criam vida. Descubra agora