Capítulo 10 - Prometa.

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         O mais velho observou a menina se encolher em um dos cantos da cama, chorando. As orbes verdes do Ferrari mais velho acompanharam cada movimento da sobrinha que desobedecia agora a última de suas ordens.
— Porque eu estou fazendo isso com você? — Perguntou e arqueou uma sobrancelha de maneira incrédula. — Eu só precisava que você vestisse a porra daquele vestido e gravasse alguns vídeos. Mas você decidiu fugir, abrir as pernas pra um soldado, tentar me matar, fazer amizades com estranhos, causar a morte deles, me enfrentar e se recusar a obedecer tudo o que eu te falo sendo que você não tem outra opção. O problema não é o que eu estou fazendo é o que você está fazendo. Isso aqui poderia ter sido bem mais fácil, Kelsey.

          Depois de concluir Ethan soltou o ar de seus pulmões e desviou os olhos para a lateral por um momento. Odiava vê-la chorar, vê-la frágil. Era como ver mais uma vez aquela criança de cabelos negros e olhos avermelhados pelas lágrimas, correndo em sua direção para um abraço apenas para se livrar de um castigo. Não gostava de voltar ao passado, não era mais aquele que já foi um dia. Então o mais velho tomou o ar que precisava e a olhou, precisava ser impassível e obstinado. Compaixão era fraqueza e já havia muito tempo desde que ele se recusou aceitar tê-la.

— Você escolheu a forma mais difícil, boneca. — Disse com certo sarcasmo. Era certamente a forma mais fácil de manter-se incontestável. — Agora eu vou te soltar e se você não tirar a roupa, vou fazer isso por você. Não tenho tempo para suas gracinhas.

          Assim, o louro caminhou até a morena que estava desnuda da cintura para baixo e tirou do bolso as chaves das algemas. Então destravou o pequeno fecho que a prendia a cama e soltou os pulsos arroxeados da garota.
          Ele segurou ambas as mãos dela com as próprias e arrastou os polegares por sobre a pele da menina, onde estava machucado. Sua expressão estava fechada, descontente. Apesar de que, um pouco de maquiagem poderia tapar aquilo.
— Você é muito burra. — Comentou ao soltar uma risada sem nenhum humor pelas narinas. Logo, soltou as mãos da garota. — Me deixa ver. — Falou ao puxar a garota por um dos braços virando-a de modo a deixar o farto par de glúteos da garota visível. Ele então levou a mão disponível até o lugar desenhando com a mão as curvas da bunda da garota. É certo que não precisava fazer aquilo, apenas queria conferir se não havia nenhuma marca. Mas admitir que a sobrinha possuía um corpo desejável não era difícil, mal conseguia culpar os soldados por a olharem mal. — As vezes me sinto culpado por não ter visto quando você ficou... Assim. — Crowley falou ao deixar um sorriso malicioso desenhar seus lábios, apenas para irritar a sobrinha.

— Agora pode fazer o que eu mandei. — Ordenou por fim.

Kelsey sentiu seu corpo estremecer diante das mãos dele e principalmente da voz que era tão ameaçadora como ele em si. Chegava a ser medonho, ela estava criando em si mesma um medo que talvez ninguém pudesse conseguir tirar dela. Era estranho e ao mesmo tempo, chegava a ser totalmente bom. Ela o olhou de soslaio para assim poder encarar seus olhos verdes, o que fez ela se perguntar da onde eles surgiram, já que seus avós não possuíam olhos verdes.

— Sabe quem eu sou Ethan. Sabe que não vou ser vadias de milhares de homens, eu tenho minha dignidade e não vou desperdiça-la por causa de uma briguinha besta sua e do meu pai. Eu não sou uma puta, a qual você pode tirar fotos nuas ou seja lá de que forma e enviar para sei lá quem... Eu sou humana, caramba. Eu sou uma mulher. Não sua marionete.

Ela tentou reverter a situação para algo mais compatível para ambos, mas o homem como sempre parecia completamente irreversível. Ela sentiu suas pernas fraquejarem quando ele a ordenou fazer o que ele mandou. Aquilo seria pior do que ficar nua na frente de Oliver. Ela ainda se lembra perfeitamente como foi constrangedor a tentativa daquele homem tentar fazer sexo com ela, coitado, deveria ter ficado uma semana sem usar seu pênis em Arabella.

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