Ferrari

Capítulo 13 - Coleira.

⠀⠀⠀ O homem de meia-idade ficou imóvel enquanto a morena o contornava. Era incrível a forma como ela parecia conhecer cada estratégia necessária para tirá-lo dos eixos. E ele nem mesmo conseguia recuar.
— Vadia. — Resmungou em um suspiro que se formou quando ela arrastou a mão sobre o volume sob sua calça.
⠀⠀⠀ Ethan deixou a câmera em uma mesa e voltou até a sobrinha. Se ela queria jogar esse jogo, ele também o faria. Mas do jeito dele. Talvez dessa forma ela parasse de o atormentar, como fez há alguns segundos.

⠀⠀⠀ Crowley abriu os botões do vestido dela, um a um e vagarosamente.
— Você não devia me provocar como uma puta, criança. — Ele abriu um sorriso lateral e atravessou as mãos pelos ombros da menina arrastando as alças vermelhas da lingerie deixando que o pano caísse sobre o chão.
⠀⠀⠀ As mãos de Ethan eram calejadas e ele gostava do modo como se contrastavam com a pele macia da sobrinha.

⠀⠀⠀ O mais velho afastou os cabelos da menor para uma só lateral e levou os lábios aos dela, sussurrando:
— Porque se eu te quiser assim, você vai se arrepender. — Ferrari então, mesmo por trás, abriu o sutiã da garota e o tirou com brutalidade do corpo dela. A calcinha, ele apenas arrebentou pelas laterais, sem esforço algum.

⠀⠀⠀ Crowley foi até um dos armários que haviam ali. Tirou dele uma espécie de coleira de couro, voltou até a menina e ficou de frente para ela. Ele aproximou o rosto do da morena e falou a olhando nos olhos bem de perto:

— Você vai entender como eu gosto de ficar duro. — Ele abriu um sorriso que carregava maldade e encaixou a coleira de couro preta ao pescoço da sobrinha. — Fica de quatro e beija os meus pés.

⠀⠀⠀ Ordenou. Ethan era sádico, sedento por controle. E quando encontrava alguém como Kelsey — que precisava ser dominada — tornava-se prazeroso o fazer. Ainda mais por presenciar a dor da menina em realizar seus comandos. Talvez fosse a melhor parte: a fazer sofrer.

⠀⠀⠀ Mas Kelsey estava começando a entender aquele jogo. Sim, era um jogo, onde apenas um poderia sair vencendo e ela jamais poderia pensar em perder, pois se o fizesse sairia destruída de todas as formas possíveis, tanto emocinalmente quanto fisicamente. O problema é que ela não esperava que ele realmente levaria adiante o seu jogo de provocação. Achava que ele iria simplesmente suportar irritado.

⠀⠀⠀ Kelsey sentiu vontade de arrancar aquela coleira. A menina já se encontrava totalmente nua para ele e ele ainda a tratava como uma cachorra, Ethan era totalmente o oposto do que ela sonhou para si. A menina respirou profundamente observando aquela ordem de beijar os pés dele. Ele queria se sentir o dono dela, aquele que tinha o máximo do controle da sua cadelinha de estimação, mas ela não seria vencida tão rapidamente.

─ Os seus pés? Por que os seus pés e não a sua boca?
⠀⠀⠀ Ela podia ver a luxúria nos olhos dele, ele gostava da mal criação dela, no fundo gostava de fazer aquilo com a própria sobrinha.

─ Não acha que está muito tenso e precisa se acalmar, titio? Por que não deixa a sua cadelinha fazer o que ela quer?

⠀⠀⠀ Kelsey era traiçoeira, tanto quanto ele. Talvez ser traiçoeira estava no sangue dos Ferrari, já que os dois, não valiam nada. Um apenas a usava como um objeto que lhe traria muito dinheiro se casando com o ex-namorado que a fez corna, e agora ela, que estava ali, sendo a vadia que qualquer homem queria ter em sua propria casa e só não tem porque não existe muitas Kelseys espalhada pelo mundo.

⠀⠀⠀ O loiro permaneceu observando a sobrinha sem deixar que a expressão em sua face se tornasse maleável. Era a mesma de sempre. Apenas um ódio sobrenatural banhado em um áurea fria.
⠀⠀⠀ Irritava-o profundamente a forma como Kelsey o provocava. Porque ela não podia simplesmente calar a boca e fazer o que ele estava mandando? Menina idiota. Talvez fosse ter que ensinar pra ela como as coisas ali aconteciam da maneira mais difícil. Pra ela, claro, porque para ele a segunda opção era até mesmo mais prazerosa.