Capítulo 15 - Casa Grande.

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⠀⠀⠀⠀Kelsey se colocou de pé e abriu o pequeno armário onde Elena tinha deixando algumas trocas de roupas para que passasse os dias no galpão sujo. A menina pegou uma conjunto de peças intimas brancas e as vestiu enquanto Ethan estava de costas para ela, se vestindo também. Ela se sentia tão envergonhada que era difícil até mesmo olhar para ele. Ele tinha visto seu corpo nu, tocado-a sem permissão, Kelsey realmente pensava se não era melhor ter tirado sua virgindade com Oliver, ao menos ele não seria tão estúpido e sem amor como Crowley tinha sido. Ela suspirou e vestiu a calça de tecido leve que mais parecia uma saia longa, no entanto, ainda era uma calça. Kelsey pôde perceber que Ethan a olhava agora, ela desviou o olhar e procurou por uma blusa dentro daquele armário, assim que ela achou uma blusa branca, a vestiu por cima do seu sutiã tomara que caia.
⠀⠀⠀⠀Kelsey pegou uma sandália, a única que tinha e a vestiu. Ao se sentar na cama, ela sentiu dor e aquilo a fez fechar os olhos ainda curvada para fechar a sandália. Depois de terminar, a menina se ergueu e olhou para Ethan que tinha os braços cruzados.
⠀⠀⠀⠀A morena se levantou devagar, sua bunda doía e fazia ela fechar os olhos com agonia o tempo todo.

─ Posso colocar se quiser, só... Vem cá. ─ ela não conseguia andar muito, suas pernas pareciam bambas e seu cansaço era de um nível enorme.

⠀⠀⠀⠀Ela se referia à gravata dele. Viu a briga que ele fazia para tentar acertar o nó, e isso não era apenas ele. Kelsey teve que aprender, já que seu pai não conseguia fazer o nó corretamente. Talvez fosse uma dificuldade de família.
          Ethan caminhou até Kelsey em passos calmos e com a gravata azul marinho nas mãos. O modo como a garota estava esgotada seria cômico, se não fosse trágico.
         Kelsey pegou a gravata e a passou pelo pescoço dele. A vontade dela era de apertar tanto aquela gravata e fazer aquele homem sentir como ela se sentia quando ele resolvia a enforcar sem aviso prévio, mas tudo que Kelsey fez, foi fazer o nó na gravata, deixando Ethan como tinha chegado aqui. Totalmente elegante, quem o via daquela forma, nunca imaginaria o monstro que ele era. Por trás da grife toda, Crowley era um idiota que Kelsey tinha que derrotar se quisesse sua liberdade.

─ Pra onde você vai me levar? ─ ela perguntou com receio de ser um recinto pior do que aquele. Mas Ethan ignorou.

        Crowley virou-se para o espelho a fim de abotoar as mangas da camisa e prender a gravata à camisa com a presilha de metal. Assim, poderia-se dizer que nada havia acontecido ali já que vestia-se da mesma forma com que havia chegado. Bom, faltava o paletó, mas esse o mais velho usou para colocar sobre os ombros da sobrinha.
⠀⠀⠀⠀ Não que se importasse com a temperatura — que por sinal tornava-se mais baixa noite à dentro — mas queria apenas cobrir o pedaço de pele livre da morena.

— Chega de querer fazer graça para os outros. — Comentou com a mais jovem e então caminhou com ela até a porta, abrindo-a e esperando que a menina fosse na frente. Seguindo logo atrás dela.
⠀⠀⠀⠀ Crowley apoiou sua mão sobre as costas da garota, pouco acima do seu quadril e da mesma forma como havia feito quando chegaram. Talvez fosse para faze-la se lembrar de tudo o que passou e tudo o que podia ter evitado.
⠀⠀⠀⠀ Logo mais eles passavam pelo corredor daquele galpão imundo e nojento. Os homens que estavam os observavam, Kelsey estava de cabeça baixa, pois sabia que eles deveriam ter ouvido os seus gritos desesperados e não fizeram simplesmente nada, pois todos aqueles eram como seu tio: sádicos e nojentos.
⠀⠀⠀⠀ Ethan escorregou a mão para a bunda da sobrinha e a apertou calmamente, mas não de uma maneira suave. Seu toque costumava ser forte e nunca mudava muito disso. Aquilo a fez fechar os olhos com força e prender a respiração. Ele gostava de a ver sofrendo, de a deixar totalmente impotente, queria ela como uma menina totalmente obediente.

— Está doendo, Kelsey? — Perguntou, baixo enquanto ainda caminhava com ela.
⠀⠀⠀⠀ O mais velho olhava para seus homens cumprimentando-os vez ou outra com um aceno de cabeça. Nem olhava para a sobrinha, apenas a tocava porque sua mão estava escondida agora sob o pano do paletó, que de tão grande era capaz de cobrir até mesmo as coxas de Kelsey.

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